Neste dia 30 de julho, o jornal O Progresso de Tatuí completou 97 anos de existência – e, sim, mais que em qualquer outra época – de resistência! E contra quê? Muitos desafios! No entanto, reconhecendo o maior de todos não como a tecnologia, as redes sociais, mas algo que sempre existiu: a mentira, ora rebatizada de “fake news”.
A manipulação de informações é inerente não apenas à propagação de notícias, mas ao próprio ser-humano. A maior diferença, na atualidade, não se encontra no fato em si, mas na facilidade e rapidez com que ela acontece – aí, sim, pelas redes sociais.
Não obstante, estes novos meios de comunicação não são inimigos dos veículos tradicionais, tampouco os atrapalha. Ao contrário: os ajuda na medida em que também servem, exatamente, à divulgação do noticiário profissional.
Pelas redes, os leitores chegam ainda mais facilmente aos portais de notícias dos veículos profissionais. Portanto, diferentemente do que muitos ecoam sem fundamento, nunca se leu tanta notícia.
Para se ter ideia, um jornal local como O Progresso, com foco específico em um único município, teve média de 190 mil leituras de conteúdo em seu site por mês no ano passado – fora as edições impressas, que seguem como carro-chefe da circulação de notícias, artigos e prestação de serviços.
Decorre daí o desafio maior de ser identificado como “diferente” das demais fontes – invariavelmente, anônimas – a veicularem supostas notícias pela rede, assim acabando por comprometer a credibilidade de todos.
Isto é tão verdade e problemático que tem contribuído, inclusive, com a chamada “pós-verdade”, que se resume ao fato de o convertido às causas extremistas não acreditar em mais nada – ainda que evidente e inquestionável –, senão naquilo que lhe convém.
Mas, que tem isto a ver com Tatuí e o aniversário do jornal? Quase nada… Apenas, serve para ilustrar o tamanho do desafio de se trabalhar contra a “desinformação”. Por sorte, muita gente já se tocou quanto aos estragos causados pelas fake news e segue acompanhando o jornalismo de credibilidade, profissional.
E melhor ainda para a imprensa jornalística impressa, que continua a guardar seu lugar de preferência junto ao público reconhecido como “formador de opinião”. Claro, bem distantes deste grupo social – que é minoria, sim, porém, determinante -, estão aqueles que gostam, até, de anunciar: “ninguém lê jornal”. Fato divertido, e isto porque, não raro, estas pessoas são aquelas que nunca “apareceram no jornal”. E não porque há algo contra elas, mas somente porque não são notícia…
Aí, de repente, as redes sociais lhes dão a oportunidade de “aparecerem” e, em simultâneo, do deleite rancoroso de menosprezarem os veículos que os omitiram e irem pra galera com suas caras disfarçadas e bocas ferinas…
Que devem, então, fazer os veículos tradicionais para evidenciar suas diferenças do pântano de desinformação? Trabalhar e inovar, sempre! Fazer uso das novas ferramentas a seu favor. Por isto, O Progresso apresenta um novo formato de edição especial, que se desdobra exatamente pela internet.
A partir desta quarta-feira, 31 de julho, o jornal começou a publicar uma série especial sobre os 90 anos da Associação Atlética XI de Agosto, em duas plataformas: a impressa e a digital.
A história de um dos clubes mais tradicionais da cidade é recontada em reportagens e vídeos. Os textos comporão caderno especial a ser veiculado como encarte da edição do dia 11 de agosto, data da celebração dos 193 anos de Tatuí.
Já os vídeos estão tendo edições curtas e estendidas e acesso livre por meio de canal no YouTube e das redes digitais. Eles foram produzidos pelo jornalista Cristiano Mota, a partir de entrevistas com personalidades que contribuíram com a trajetória de sucesso do clube.
O conteúdo audiovisual é divulgado, diária e preliminarmente, em versões curtas. A primeira publicação foi ao ar na quarta, com trechos da conversa com o advogado Simeão José Sobral, que torce pelo XI de Agosto desde os 12 anos. A entrevista pode ser vista no portal on-line do jornal (www.oprogressodetatui.com.br).
Prestes a completar 103 anos em novembro, Sobral se tornou presidente da associação em três ocasiões. Ele ainda dirigiu a Faculdade de Educação Física, que funcionou nas dependências da associação atlética, onde deu aulas de “problemas brasileiros”.
Os demais entrevistados são: Evandro Mantegazza Moreira, atual presidente; Wisner Santos Castilho, presidente entre 2013 e 2014 e atual membro de diretoria; José Tarcísio Ribeiro, que dirigiu o clube entre 1999 e 2001; e Jorge Rizek, produtor cultural e responsável pela criação do American Bar Trololó, que funcionou no ginásio agostino, e do baile do Vermelho e Preto.
Também contribuíram com testemunhos jogadores responsáveis por incluir nova modalidade no clube. Luís Machado Lourenço, o Abud; Luiz Fernando da Silva, o Nando; e Marcos Adelino, o Adelino, representam a primeira geração de jovens que disputaram futebol de salão.
A versão estendida das entrevistas será publicada ainda em agosto, após as comemorações do aniversário da cidade.
O especial terá reportagens que traçam uma espécie de linha do tempo. A história tem início com a formação do time, a partir do encontro de jovens no famoso Bar XV, de propriedade de Aristides Pais de Almeida.
Segue com a luta dos agostinos por encontrar um espaço próprio, além das incontáveis campanhas da diretoria para a construção e, posterior, reforma do campo.
A série ainda inclui fatos curiosos, relacionados às conquistas dos agostinos, garimpados nos registros de O Progresso. Enfim, registros que, longe da fugacidade das redes, estão resguardando a real história de Tatuí por quase um século, e assim será para sempre, porque está escrito, impresso e, portanto, eternizado.