No próximo sábado, 28, a praça Paulo Setúbal (Praça do Barão) sediará a sexta edição do “Slam Tatu”, a partir das 19h. A iniciativa teve início em fevereiro e é organizado pela escritora, poetisa e realizadora de saraus Flor, Priscila.
Segundo o regulamento, a ação consiste em uma “batalha de poesia” falada e autoral. Os poemas a serem apresentados pelos participantes podem ser de qualquer tema e em qualquer estilo.
Cada poeta tem de apresentar textos originais e de autoria própria. Não é permitido o uso de elementos visuais, como fantasias ou figurinos. Instrumentos musicais, músicas pré-gravadas ou beats (batidas) também são proibidos.
Será permitido, aos poetas, citar palavras e letras de obras de outros autores, desde que o trecho não forme o texto inteiro.
As rodadas são eliminatórias e os poetas têm três minutos para as declamações. O regulamento prevê um acréscimo de dez segundos para a conclusão da apresentação.
Passado esse período, serão aplicadas penalidades. As punições implicam em perdas de 0,5 ponto para quem chegar a 3min20s. Caso o tempo se exceda mais, haverá desconto de 0,5 ponto a cada dez segundos.
A escolha do vencedor ficará a cargo de jurados escolhidos no momento da disputa. Eles darão notas de 0 a 10 pontos, que podem ser fracionadas, conforme a organizadora.
Os vencedores da sexta edição irão receber livros e camisetas personalizadas com o logo do Slam. Além dos prêmios, os ganhadores garantirão vaga para a final municipal do evento.
O Slam Tatu é registrado no Slam SP, a competição estadual de poesia falada. Em setembro, irá ocorrer a final de Tatuí, com a presença todos os ganhadores das edições passadas.
O vencedor irá representar o município em São Paulo. A competição estadual dá vaga ao campeonato nacional, Slam BR, que, por sua vez, classifica o campeão para a “Copa do Mundo” da modalidade, a ser realizada em Paris, capital da França.
Flor não pode competir no próprio slam, porém, ela já venceu duas edições de slams na capital. Segundo ela, suas vitórias elevaram o nome do Slam Tatu e, através disso, colocou a cidade no páreo estadual.
“Estamos sonhando alto e acreditando que podemos levar um representante do interior para altos voos”, disse Flor.
Flor, Priscila é autora do livro de contos, como “A Marcha das Efêmeras”. Também fundou, no município, a Flico (Feira Literária Colaborativa), realizada em setembro de 2017.
Ela ainda ganhou um concurso literário com o romance “Uma Bandeira para Carlito”, que será lançado na Bienal do Livro no mês de agosto.
A escritora trouxe para a cidade o conceito do slam, criado nos anos 1980, em Chicago, nos Estados Unidos. Segundo texto informado pela artista, a batalha nasceu “ao mesmo tempo em que a cultura hip-hop tomava forma”.
A chegada do slam ao Brasil aconteceu duas décadas depois, nos anos 2000, quando houve o campeonato ZAP (Zona Autônoma da Palavra), trazido pelo Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, um coletivo paulistano de teatro hip-hop.