A sessão legislativa de terça-feira, 15, teve como principal assunto a acusação de ofensas contra a assessora do vereador Alexandre Grandino Teles (PSDB), Elizabeth Miranda. As agressões verbais teriam sido cometidas por André Castro Amorim
O caso foi, primeiramente, divulgado pelo vereador Eduardo Dade Sallum (PT) na tribuna do Legislativo, relatando uma discussão ocorrida na Câmara, na qual Elizabeth acabou sendo “desrespeitada”.
“(O acusado) Chegou até a Câmara Municipal para ameaçar a assessora do nobre vereador. Recebi-a aos prantos, em meu gabinete. Ela foi ofendida, pois não servia aos interesses de uma parcela que dissemina a intolerância, o ódio e o preconceito”, comentou Sallum.
Após ser mencionado, Teles falou que o ocorrido deixa triste todo o Legislativo. O vereador anunciou que faria um boletim de ocorrência e que pretendia entregar o nome de Amorim à secretaria da Câmara, para que ele fosse impedido de entrar no gabinete dele.
Sallum chegou a ser aplaudido pelos outros vereadores ao discorrer que, mesmo tendo posicionamento partidário contrário ao de Teles, estaria ao lado dele na defesa da assessora parlamentar.
Diversos vereadores usaram parte do tempo na tribuna para falar sobre o assunto, manifestando solidariedade a Elizabeth e ao vereador do PSDB.
Durante pronunciamento, o presidente da Câmara, Luís Donizetti Vaz Júnior (PODE) disse que não tinha conhecimento do ocorrido e, após apuração, tomaria as medidas cabíveis.
Rodolfo Hessel Fanganiello (PSB) apoiou a defesa feita por Sallum e afirmou que “ninguém tem o direito de desrespeitar outra pessoa”.
Alexandre de Jesus Bossolan (PSDB) e Rodnei Rocha (PTB) se solidarizaram com o caso envolvendo a assessora de Teles e se colocaram à disposição para impedir o ingresso, no Legislativo, de pessoas que “não respeitam as mulheres”.
Teles registrou a ocorrência, acusando injúria e difamação, na manhã de sexta-feira, 18. No mesmo dia, a assessoria do parlamentar encaminhou o documento a O Progresso.
Segundo o histórico da ocorrência, Teles informa que recebeu uma mensagem de áudio, no celular, pelo aplicativo WhatsApp, em que Amorim, de forma “ardilosa” e, supostamente, buscando denegrir a honra da assessora, dizia que ela “trabalhava para o diabo, que é mau caráter e progressista”.
Além disso, o agressor teria proferido diversas palavras de baixo calão, ainda conforme o registro policial efetivado pelo parlamentar.
O áudio foi veiculado em vários grupos da rede social, “humilhando Elizabeth”, ressalta a denúncia. A gravação foi motivada após a assessora receber Amorim no gabinete em que trabalha, na Câmara Municipal.
O documento ainda sustenta que Amorim “tentou várias vezes coagir Teles a mudar o voto” na Comissão de Constituição Justiça e Redação, nos projetos que tratam da proibição da discussão de ideologia de gênero (134/2017) e escola sem partido (090/2017).
Após a negativa quanto à mudança de posicionamento, Amorim teria começado a difamar o vereador, dizendo que Teles “assina documentos sem ler, supostamente querendo desmoralizar o parlamentar perante a população”.
O edil afirma que, diante da forma agressiva de Amorim, ele teme pela integridade física da assessora, que mora com a filha e uma avó. E acrescentou não saber “o que o cidadão seria capaz de fazer”.
O jornal O Progresso tentou contato com Amorim para que ele pudesse comentar sobre a acusação, mas não conseguiu encontrá-lo – por telefone e mensagem em rede social -, até o fechamento desta edição (sexta, 19h).
Sessão legislativa
A reunião da Câmara, realizada na terça-feira, 15, não teve nenhuma propositura indicada na ordem do dia, momento em que são discutidos e votados os projetos de lei, encaminhados por vereadores ou pela Prefeitura. Nenhuma matéria em tramitação estava apta a ser apreciada pelo plenário.
A falta de projetos tem sido rotineira no Legislativo. A última sessão ordinária com votação de projetos aconteceu no dia 10 de abril, quando quatro projetos foram votados.
Pouco antes do final da sessão, o presidente do Legislativo, Vaz Júnior, pediu agilidade na confecção dos pareceres, emitidos pelas comissões, para que as matérias pudessem ser votadas em plenário.
“Já faz algumas semanas que nós estamos sem ordem do dia. Solicito aos vereadores das comissões que agilizem os pareceres”, pronunciou-se Junior Vaz.
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