Tatuí terá efetivada, nos próximos meses, uma rota urbana específica para caminhões. Os veículos pesados poderão circular em determinadas áreas do município, conforme antecipou o diretor do DMMU (Departamento Municipal de Mobilidade Urbana), Yustrich Azevedo.
Ele informa que o órgão está definindo, em reuniões junto a representantes do setor e demais interessados, diversas mudanças.
Azevedo informa que o órgão começou o ano realizando uma “sequência de encontros”. Eles aconteceram nos dias 4, 11 e 18, na sede da ACE (Associação Comercial e Empresarial). “Estamos fazendo lá, tendo em vista que o transporte de cargas envolve, obviamente, o comércio em si”.
O grupo de trabalho tem abordado questões específicas, relacionadas à circulação de caminhões, como a liberação do trânsito de veículos pesados na avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali, na vila São Cristóvão.
A Prefeitura deve permitir a circulação de caminhões pelo trecho somente no sentido de acesso à cidade e não apenas pelo anel viário, construído para essa finalidade.
Por meio do DMMU, a municipalidade também quer uniformizar o horário de carga e descarga de mercadorias e definir a rota do chamado “cinturão central”.
Para tanto, convocou representantes de associação de transportadores de cargas e membros da Acertar (Associação das Cerâmicas de Tatuí e Região). O presidente da ACE, Eric Proost, também participa.
“Todos aqueles que realmente fazem parte e necessitam do serviço estão sendo envolvidos. É um círculo de, mais ou menos, 12 pessoas”, relatou Azevedo.
A expectativa do grupo é de definir toda a regulamentação ainda neste mês. Os representantes deverão continuar com as reuniões até chegarem a um consenso.
O diretor explicou que a proposta é normalizar questões que já estão previstas. “Em Tatuí, temos decretos municipais (como o do horário de carga e descarga de mercadorias), mas que não estão sendo cumpridos, porque não estava havendo fiscalização ou não havia pessoal suficiente para fiscalizar”, argumenta.
Com a regulamentação, o DMMU vai intensificar a averiguação de situações específicas. Entre elas, a chamada pernoite dos caminhões. Azevedo ressalta que um decreto municipal proíbe os donos dos veículos pesados de deixarem eles estacionados em frente às residências, por exemplo.
Um dos pontos mais importantes é a criação do cinturão de trânsito de caminhões. Trata-se de um roteiro (um determinado perímetro) pelo qual será permitida a circulação dos veículos pesados para a carga e descarga de mercadorias.
Preliminarmente, a ideia é que a rota do cinturão atenda às principais entradas e saídas da cidade. Um dos trechos é a ponte do Jardim Lírio, que será utilizada para caminhões que quiserem acessar a rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto (SP-141), pelo Jardim Palmira. O outro caminho é a rua 11 de Agosto, para acesso à cidade, por meio da rua Juvenal de Campos.
Uma terceira rota – ainda tema de discussões entre os representantes de entidades – passaria pela Pompeo Reali. “Nós ainda não batemos o martelo, mas a circulação será permitida somente para veículos de dois eixos ou até 12 toneladas”, informa Azevedo.
Na prática, o departamento restringirá a passagem de caminhões pela avenida aos do modelo Toco (da classe semipesada, com eixo frontal e traseiro e comprimento máximo de 14 metros) e VUC (veículos urbanos de carga). Estes últimos são as camionetes ou caminhões de pequeno porte e que podem circular dentro da cidade por ter como limite de peso 3,5 toneladas.
De modo a não prejudicar os proprietários de veículos de outros modelos (maiores e mais pesados), Azevedo afirmou que o DMMU deve adotar um sistema de cadastro.
A razão é que os caminhões mais pesados são utilizados para transporte de mercadorias consideradas importantes, como alimento ou ferro.
Para quem transporta esse tipo de mercadoria, o órgão municipal abrirá a possibilidade de acesso pela Pompeo Reali, somente por meio de cadastro. Os motoristas de veículos que normalmente não poderiam passar pela avenida terão autorização de cruzá-la somente se incluídos no sistema de informações.
“Eles (os motoristas) não poderão circular com os caminhões em outra área da cidade, porque, passado o perímetro, serão passíveis de notificação”, antecipou Azevedo.
De acordo com ele, a medida deve trazer melhoria na fluidez do trânsito em especial porque reduzirá o número de caminhões que apenas passam pelo município para “cortar caminho”. O diretor afirma que parte dos veículos pesados que entram na cidade não tem como propósito carga e descarga.
“Dessa forma, vamos diminuir os veículos de outros Estados que passam por dentro do nosso município e deixam apenas danos na via pública”, comentou.
Segundo o diretor, esse é o caso de caminhões como os bitrens, rodotrens e treminhões. “Esses veículos serão terminantemente proibidos na área central”, frisou.
Entretanto, Azevedo informa que os caminhões mais pesados poderão continuar circulando pela cidade, mas para acesso a empresas como a Bunge e a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo).
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