O livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura: A Relação da Imprensa com Os Ditadores” é considerado leitura obrigatória para estudantes de jornalismo. A avaliação é do professor titular do Centro Universitário “Moura Lacerda”, Silas Nogueira.
Pesquisador do Celacc (Centro Latino-Americano de Comunicação e Cultura), da ECA (Escola de Comunicação e Artes), da USP (Universidade de São Paulo), o docente assina o prefácio da obra.
Nogueira também orientou o TCC (trabalho de conclusão de curso) desenvolvido por Bruno Moraes Pereira, resultante no livro. Para ele, apesar da temática complexa, o autor conseguiu trabalhar bem o tema.
“Nós contamos com fatores positivos, como a inteligência do Bruno e a dedicação. Ele é uma pessoa que estava com vontade de estudar o tema, o que é muito importante para o trabalho acadêmico. Além disso, tinha uma preocupação com a liberdade, com a sociedade mais livre e igualitária”, declarou.
Além de recontar um período da história do país, o docente acentuou que o livro traz uma contribuição essencial para o estudo do jornalismo. Em especial, por conta da reconfiguração que a área sofreu, influenciada pelas redes sociais.
De acordo com o professor, como há inúmeros produtores de notícia, mas fontes cada vez mais confusas, o jornalismo vive um momento único – e, por assim dizer, um desafio.
“Estamos na era do ‘fake news’, e isso exige muito mais qualidade na formação para enfrentar esse mar estranho, qualidade não só acadêmica, mas do ponto de vista da política, como é a preocupação mostrada pelo Bruno”.
Para o professor, como o livro é resultado de estudo extenso, com período de maturação superior às notícias de internet, ele representa uma informação de mais qualidade. Sendo assim, atende a um anseio das pessoas que “não querem nem a censura e nem a incerteza da origem das fontes”.
Por tratar de um período em que vidas foram ceifadas e em que a tortura se transformou em política de Estado, o professor acrescentou que o livro é essencial como ponto de partida para reflexão. Em especial, por conta dos episódios registrados nos dois últimos anos.
“Você vê, atualmente, as pessoas pedindo a volta da ditadura. Nesse sentido, esse trabalho tem grande força, a força da contemporaneidade”, concluiu.
Produzido no formato livro-reportagem, “Jornalismo em Tempos de Ditadura” é lançado pela Paco Editorial, editora especializada em publicação de pesquisas e artigos acadêmicos.
Pereira destaca que a obra passou por três crivos: um, da banca do Centro Universitário “Barão de Mauá”, da qual levou nota máxima; a segunda, dos pareceristas da editora (membros do conselho editorial); e o último, da equipe que fez a checagem das informações constantes na publicação.
O lançamento do livro em Tatuí é o primeiro de quatro programados pelo autor. Pereira deve apresentar a obra em Jaboticabal, Ribeirão Preto e São Paulo, em datas a serem definidas.
Em todos eles, fará venda da obra, que pode ser adquirida no site da editora (www.pacolivros.com.br). No museu, os interessados poderão adquirir exemplares autografados a R$ 30.