Divisão programa campanha para a desmistificação de castrações

Veterinária aplicou doses em animais mantidos pelo canil no dia 23

A Divisão Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal programa, para os próximos meses, atividade voltada aos proprietários de cães e gatos. O objetivo é, por meio de campanha, mostrar que a castração tem “mais benefícios que malefícios”.

“Temos que conscientizar mesmo, mostrar para a população que, além de fazer o controle populacional, a castração evita muitos problemas”, destacou a veterinária Thaís Bimbatti Rodrigues.

Ela coordena o órgão, ligado à Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente e que pretende efetivar uma série de medidas buscando melhorar o atendimento aos animais.

Duas delas foram antecipadas a O Progresso no mês passado, quando a equipe da divisão informou que realizará uma feira de doação (por meio de ensaio fotográfico dos cães aptos ao convívio com pessoas) e de orientação sobre posse responsável.

A terceira atividade mira nos donos de animais, objetivando informa-los sobre castração. Thaís explicou que a esterilização pode evitar vários problemas à saúde dos animais. Entre eles, o câncer de ovário.

Segundo a veterinária, a maioria de cadelas acometidas pela doença teve os sintomas depois do cio e não antes, como erroneamente se especula.

“É preciso quebrar alguns mitos que existem sobre a esterilização. Sem falar que a castração evita a cria indesejada, quando a cachorra escapa ou, em casos não tão raros, quando consegue cruzar por frestas de portões”, argumentou.

De acordo com a veterinária, uma ação específica será preparada pela divisão para tratar do tema. Os profissionais do setor devem esclarecer dúvidas comuns. Entre elas, se as cadelas devem ser submetidas à esterilização somente após a primeira cruza e se a castração afeta o comportamento do animal.

“Para evitar câncer, tem que castrar ela antes do primeiro cio, ou seja, entre os seis primeiros meses de vida. Este é o ideal. A possibilidade de uma cadela desenvolver tumor de mama é muito menor quando castrada nessa fase da vida. Lógico que para tudo tem exceção, e, quando há tumor, se a cadela não é castrada, para tratar, obrigatoriamente, tem que castrar”, relatou a veterinária.

O secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente enfatizou que a Prefeitura está atenta à questão. Célio José Valdrighi declarou que a pasta complementará os projetos com a ação prática. “Estamos realizando várias ações e já solicitamos à Secretaria Municipal da Saúde as castrações”, informou.

De acordo com o secretário, as esterilizações são realizadas pela pasta da Saúde. A medida deverá acontecer em bairros mapeados pela divisão e que têm maior incidência de animais abandonados. Com as castrações, a secretaria quer reduzir o número de cães soltos nas ruas e evitar acidentes.

“Um animal, quando é solto nas ruas por um dono que não o quer, pode tornar-se um problema, pode tanto ser atropelado como provocar acidentes com veículos”, argumentou José Maurício Del Fiol Neto, funcionário da divisão.

Este é um dos riscos que a secretaria quer eliminar. Ao mesmo tempo, ao reduzir o número de animais nas ruas, a secretaria contempla uma das medidas da divisão. O órgão quer reduzir o número de cães abrigados no canil municipal.

Vacinação

Um total de 65 cães mantidos no canil municipal recebeu doses das vacinas V 10 e da raiva. A ação de imunização aconteceu no dia 25 de junho, por meio de doação viabilizada por vereador e cessão de doses do Setor de Zoonoses.

A primeira vacina protege os cães contra sete doenças: cinomose, parvovirose, coronavirose, adenovirose, parainfluenza, hepatite infecciosa canina e quatro tipos de leptospirose.

Ela foi entregue ao canil pelo vereador Daniel de Almeida Rezende (PV). O parlamentar obteve recurso para a compra das doses por meio do gabinete do deputado estadual Roberto Trípoli (PV).

Órgão da Secretaria Municipal da Saúde, o Setor de Zoonoses imunizou os cães contra a raiva como forma de prevenção tanto para os animais quanto para os seres humanos.