A prefeita Maria José Vieira de Camargo anunciou, nesta semana, dois novos projetos para o município. Trata-se da reconstrução da ponte que caiu no dia 5 de janeiro e que liga o Jardim Junqueira à avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali e da duplicação de quase três quilômetros da marginal do ribeirão do Manduca.
Os projetos devem ser acelerados por conta da situação de emergência decretada pelo município e homologada pelos governos estadual e federal, respectivamente. No dia 6, Maria José assinou documento constando os prejuízos causados pelas chuvas que caíram no início do ano.
Com a queda da ponte, a prefeita solicitou colaboração do Exército para a construção de uma ligação provisória no bairro Marapé. O acesso do trecho – pelo qual se tem acesso às rodovias Antônio Romano Schincariol (SP-127), Presidente Castello Branco (SP-280), Mário Batista Mori (SP-141) e Gladys Bernardes Minhoto (SP-129) – desabou em março do ano passado.
Oficiais e engenheiros das Forças Armadas estiveram em Tatuí nos dias 12 e 13 de janeiro. Na ocasião, participaram de encontros com autoridades locais e vistoriaram a situação dos acessos que ruíram e de ligações interditadas.
A primeira ideia era construir um acesso de 50 metros de comprimento sobre o canteiro de obras da nova ponte do Marapé. Dessa forma, no entendimento do secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende, não haveria prejuízo ao andamento do trabalho, que fora retomado.
O acesso provisório providenciado pelo Exército teria capacidade de suportar até 20 toneladas. Entretanto, a ponte teria apenas um fluxo de passagem de veículos. O tráfego de caminhões e veículos pesados não seria permitido. O trabalho deveria ser feito por um contingente de 40 homens do Exército.
Durante o processo de análise do projeto, junto ao Ministério da Integração Nacional, a prefeita recebeu ligação de responsável por parecer técnico. “Ele perguntou se queríamos uma ponte provisória (no Marapé) ou uma fixa (no Junqueira). Nossa resposta foi que, se houvesse possibilidade, preferiríamos uma permanente a uma que fosse somente temporária”, contou Maria José.
Vislumbrando resolver a questão da falta de acesso a moradores que vivem naquela região, a prefeita explicou que o Executivo mudou o foco de trabalho. Concentrou esforços na construção de uma ponte permanente. O acesso de concreto ligará a rua Dr. Gualter Nunes à Professora Maria Aparecida Santi e já recebeu aprovação do Ministério da Defesa.
“São dois os ministérios que analisam a questão. O da Defesa precisa aprovar o projeto e o da Integração Nacional paga a execução”, explicou Maria José.
O Executivo encaminhou toda a documentação e disponibilizou uma conta-corrente no Banco do Brasil para receber as verbas. “Nossa equipe já disparou o processo para contratarmos o projeto para a ponte. A obra vai ser muito melhor que a anterior”, enfatizou.
Os planos da Prefeitura são de construir uma ponte com pista dupla nos dois sentidos. De forma a auxiliar na fluidez do tráfego, engenheiros municipais projetam a ligação com uma curva menos acentuada. “Será quase uma reta e um avanço porque estamos prevendo uma futura duplicação”, informou.
Segundo a prefeita, o Executivo pretende ampliar toda a extensão da marginal do Manduca, que mede 2,7 quilômetros. Para tanto, apresentou pedido de recursos junto ao Ministério das Cidades. “Solicitamos uma série de verbas. Dentre elas, a da duplicação da marginal do Manduca”, contou Maria José.
A meta é aumentar o trecho de circulação de veículos que utilizam o anel viário. “Praticamente, do Junqueira ao Jardim Lírio é possível duplicar. Só temos um problema, de uma casa que fica bem na esquina do Residencial Bosques do Junqueira, que avança um pouco, mas pode ser solucionado”, comentou a prefeita.
Alojamento do CDMCC
Buscando resolver a questão da falta de acessos em Tatuí, a prefeita se reuniu com diversas autoridades. Em Tatuí, buscou apoio do Conservatório, que divulgou, na semana passada, nota na qual confirmava que atendera pedido de Maria José para receber, em seu alojamento, 40 integrantes do Exército. Os oficiais iriam atuar na construção da ponte provisória no Marapé.
A instituição relatou que cederia o espaço para os militares por um período de 90 dias, fato que não prejudicaria a rotina do corpo discente.
Conforme o diretor executivo Henrique Autran Dourado, a prefeita solicitou, no dia 23, o alojamento para os 40 militares que prestariam auxílio em ação de caráter emergencial na cidade, construindo uma ponte provisória para desafogar o tráfego e viabilizar a mobilidade urbana.
Até a semana passada, a expectativa era de que o 2o Batalhão de Engenharia de Combate, sediado na cidade de Pindamonhangaba, viesse para a cidade realizar o trabalho. Segundo o Conservatório, o destacamento é especializado em construção de pontes provisórias para locais em situação de calamidade.
Conforme Autran Dourado, a colaboração é uma “obrigação de uma entidade como o Conservatório, cuja verba é cedida pelo Estado de São Paulo, e obrigação moral de cidadãos que vivem no município”.
O diretor executivo informou que os soldados seriam recebidos em acomodações “mínimas e condizentes com a honra da missão”.
Eles ficariam em quartos individuais com banheiro. Teriam à disposição máquinas de lavar, cozinha – incluindo fogão industrial – refeitório e atividades de lazer, com acesso a TV e campo de futebol.
O Conservatório também cederia ingressos para os eventos produzidos pela instituição aos militares que demonstrassem interesse, de acordo com Dourado.
O alojamento do Conservatório conta com 40 vagas reservadas para eventos diversos, 60 vagas para residentes masculinos, 24 vagas para residentes femininos e 20 vagas para monitores ou professores diaristas.
“Cederemos justamente as vagas reservadas para eventos, uma vez que o calendário artístico da instituição deverá iniciar-se somente a partir de maio. A cessão não irá, em nenhum momento, prejudicar nossos alunos”, enfatizou ele.
“Acreditamos que o trabalho da prefeita Maria José é em busca de restaurar a cidade. Colaboraremos de toda forma”, finalizou.
