Um curta-metragem e um longa de comédia compõem o programa deste mês trazido pelo Ponto MIS (Museu da Imagem e do Som) para o município. Os filmes nacionais premiados podem ser vistos no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, de terça a domingo em sessões abertas ao público.
Apesar do título, “A Galinha que Burlou o Sistema” abrange o público acima dos 14 anos. Dirigido por Quico Meirelles, o curta tem 15 minutos de duração e elenco formado por Cecília Homem de Melo. O roteiro gira em torno de uma galinha, criada em uma granja industrial e que tem uma “visão”.
Ela toma consciência da engrenagem que rege a vida dela e que determina o destino. Mesmo enclausurada entre milhões de galinhas, que não compartilham de sua angústia, a galinácea consciente acredita que a vida pode ser diferente.
O trabalho do diretor brasileiro faturou mais de 30 prêmios em festivais ao redor do mundo. Ele mistura filmagens e animação e traz um debate sobre o processo de exploração industrial. O assunto está presente com o despertar da galinha, que, ao tomar consciência, se mobiliza para escapar do trágico destino.
O roteiro é assinado por Meirelles e Ana Durães, contando com narração de Cecília e de Maria Flor. A animação é de Cacá Meirelles, com produção de Filmatorium.
A essência do filme é trabalhar a existência programada, por meio de uma visão particular da galinha. O conceito é de que o animal tem “horas de vida contadas, refeições com antibióticos planejadas e um tempo de sono considerado curto”.
Ao retratar o “estilo de vida da galinha”, o autor buscou um paralelo com a humanidade. Essa comparação se dá de modo sutil, não explícita e por meio de ironias.
Quico Meirelles é formado em audiovisual na ECA (Escola de Comunicações e Artes), da USP (Universidade de São Paulo). Trabalhou como assistente de direção no longa-metragem “Ensaio sobre a Cegueira” (2008) e na série de televisão “Som e Fúria” (2009).
O diretor também atuou como assistente de câmera nos filmes “Xingu” (2011) e “360” (2011). Dirigiu episódios de séries exibidas em canais por assinatura.
Menos crítico, mas mais bem-humorado é o filme “Uma Pistola para Djeca”. O longa-metragem de 1969 tem duração de 90 minutos e direção de Ary Fernandes.
O elenco é formado por Patrícia Mayo, Rogério Câmara, Wanda Marchetti, Paulo Bonelli, Yaratan Lauletta, Nello Pinheiro, Elizabeth Hartman, Rildo Gonçalves, Zaíra Cavalcanti, Carlos Garcia e Amácio Mazzaropi. É este último quem interpreta o personagem principal Gumercindo, um homem pobre e honesto.
Gumercindo tem a filha seduzida pelo filho do fazendeiro mais rico da região. A garota engravida, e a criança já crescida é motivo de chacotas por não ter pai.
A fim de resolver o problema do neto, Gumercindo pressiona seu patrão, exigindo o casamento dos filhos. Contudo, o matuto acaba sendo expulso de suas terras. Para o ajuste de contas, ele se une a fazendeiros de terras vizinhas.
O filme “Uma Pistola para Djeca” é considerado uma mistura de faroeste e comédia. O filho do patrão de Gumercindo, que iria se casar com a filha dele, é assassinado antes de concretizar a união. A suspeita recai sobre a moça viúva.
Após pressão e comoção por parte da vizinhança, o capataz do coronel acaba indo ao tribunal e se entrega pelo assassinato. Ele disse que cometeu o crime porque o coronel negou a mão da filha dele, pedida em casamento pelo empregado.
Com censura livre, o filme terá exibições feitas durante a semana. As sessões acontecem no período entre as 9h e 14h, na praça Manoel Guedes, 98, no centro.