Eduardo Djun
Idealizadora da iniciativa em Tatuí, Rita Corradi espera coletar 150 bolsas de sangue na nova campanha
Tatuí recebe nesta terça-feira, 29, equipe do Hemonúcleo Regional de Jaú para nova campanha de doação de sangue, no Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas). A iniciativa acontece pela primeira vez no período noturno, das 18h30 às 21h.
Vinculado ao Hospital Amaral Carvalho, referência no tratamento de câncer, o Hemonúcleo busca assegurar os estoques de sangue para destinação aos pacientes oncológicos, que precisam de transfusão. Localizada em Jaú, a entidade recebe pacientes de cerca de 500 cidades do Estado, além de outras do restante do país.
De acordo com a coordenadora de campanha, Rita Corradi, a expectativa, para esta edição, é um pouco mais baixa por ser dia de semana. “Nós esperamos que pelo menos 150 pessoas consigam doar sangue”, indicou. “Até hoje, conseguimos atingir a meta de doação, que pode chegar a 300 bolsas num sábado”, completou.
Rita explicou que, no dia da campanha, a pessoa interessada receberá uma senha e será encaminhada para cadastro de dados pessoais. Na pré-triagem, são checados o pulso, a pressão e a temperatura, conferidos peso e altura e realizado teste de anemia.
Com base nos resultados, o profissional de saúde verificará se a pessoa está apta, ou não, à doação. Antes, o candidato passa por uma entrevista individual sobre hábitos, doenças passadas e atuais e medicamentos em uso.
De acordo com a coordenadora, a cidade tem poucas doações de sangue rejeitadas. “Isso é fruto do nosso trabalho, que é de conscientizar as pessoas, de saber quem pode e quem não pode, e da importância de cuidar da própria saúde, para que estejam sempre disponíveis para fazer a doação”, explicou.
A escolha do Cemem deu-se, de acordo com Rita, por ser o único local da cidade adequado para a realização da campanha. Segundo ela, a Vigilância Sanitária permitiu que o espaço fosse utilizado porque lá “se dispõe de uma estrutura completa”.
“O Cemem, como centro de saúde, oferece macas, colchões e um espaço bem amplo; se precisarmos, tem soro e cadeira de rodas também”, disse Rita. “E a localização é de fácil acesso, as pessoas de Tatuí conhecem o lugar”, completou ela, que coordenou a primeira campanha no local, em novembro do ano passado.
Sobre o perfil dos interessados em doar, Rita explicou que o profissional de saúde avalia se o candidato está apto à doação. “Tudo depende da pré-triagem e da entrevista. Já houve casos, por exemplo, de pessoas que apresentavam pressão alta e tomavam remédio, mas puderem ser doadores”, disse.
Paralelamente à campanha, a Secretaria Municipal de Saúde promove testes rápidos para detecção das hepatites B e C, na mesma oportunidade.
Segundo Rita, essa parceria estimula ainda mais a vinda de doadores. “Muitas pessoas falam que teve hepatite quando criança e não sabem se está imune ou não à doença. Essa é a oportunidade”, destacou Rita.
De acordo com ela, não existe um tipo sanguíneo “melhor” ou “pior” para a doação. “Sempre falo que sangue é sangue, não importa o tipo. Lá, precisamos de todos os tipos. Sabe-se que, em Tatuí, os que mais têm são os tipos A+ e O+”, destacou.
Para melhor distribuição de diferentes tipos sanguíneos, Rita explica que as campanhas são levadas para outras regiões, a fim de tentar equilibrar os estoques de sangue.
“Sempre convoco um grupo de voluntários de Tatuí para ir a Cerquilho, onde a maior incidência são os tipos A- e O-“, afirmou.
A coordenadora explicou que o Hemonúcleo necessita de todos os tipos sanguíneos. A falta de sangue no estoque do hospital de Jaú faz com que a entidade negocie com outras cidades, como Botucatu, Sorocaba e São Paulo.
“Ao todo, o hospital atende cerca de 3.000 pacientes em tratamento. Eles precisam chegar a um nível em que consigam atender todos os internos de lá”, comentou.
Ao todo, nessa campanha, estão envolvidas 40 pessoas, entre elas, 18 voluntários da Regional de Jaú, que vem até a cidade para ajudar a fazer lanches, organizar filas e distribuir senhas.
Na ocasião, outras 15 pessoas estarão responsáveis por outros serviços. Além deles, existem voluntários da Etec (Escola Técnica) “Dr. Gualter Nunes”, que vão auxiliar na medição de pressão.
Benefícios
Quem é doador de sangue ganha muitas vantagens, de acordo com Rita. O voluntário tem direito a um atestado médico que lhe concede um dia de folga no trabalho ou na escola. No entanto, vale lembrar, que o benefício só é válido uma vez a cada 12 meses.
O doador regular também fica isento da taxa de inscrição para concursos públicos. Além disso, paga meia-entrada em cinemas, após apresentação de comprovante.
Rita lembra que todos os benefícios só são validos mediante apresentação da carteira de doação de sangue, expedida pela entidade coletora.
De acordo com ela, na primeira vez em que o individuo doa sangue, ele recebe, no endereço dele, a carteira de doação, que, além de comprovar a ação, revela o tipo sanguíneo.
“Muitas pessoas não sabem a tipagem, e isso é muito importante, pois, se um dia você sofrer um acidente e precisar de sangue, o processo é muito mais rápido”, avisa Rita.
Condições
Para doar sangue, os candidatos devem ter entre 18 e 65 anos. Jovens entre 16 e 17 anos podem doar acompanhados da mãe, pai ou tutor legal, ambos munidos de documentos com foto. É preciso pesar também mais de 50 quilos, estar em boas condições de saúde e não estar resfriado, além de não estar tomando medicamentos.
Se mulher, não estar grávida ou amamentando. Outros requisitos são: não ser portador de chagas, sífilis, hepatite ou HIV, não ter tido convulsões após os dois anos de idade e não ter frequentado região de malária nos últimos seis meses. Além disso, o candidato não pode ter colocado piercing ou feito tatuagem nos últimos seis meses.
Para realizar a doação, é necessário comparecer ao Cemem (rua São Bento, 15 – centro), portando documento oficial de identificação com foto. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone do Hemonúcleo Regional de Jaú: (14) 3602-1355, de segunda a sexta, das 7h30 às 13h30.
