Secretário sustenta que maioria não quer deixar o governo local





Arquivo o Progresso

Integrante do PT diz ser da ala que defende permanência; ouvidor declarou que apenas minoria quer sair

 

“Continuo no PT, apesar de terem pedido minha expulsão, e tenho entrado em choque, um pouco, com um grupo que quer um rompimento com o Executivo. Eu sou terminantemente contra”.

As declarações são do secretário do PT (Partido dos Trabalhadores), Odailson Toth. O atual ouvidor municipal – que voltou à função após desligamento do cargo de secretário – divulgou posicionamento pessoal a O Progresso sobre projeto de regulamentação de antenas de telefonia em Tatuí (reportagem nesta edição).

Na ocasião, Toth comentou sobre sua saída da pasta de municipal de Governo, Segurança Pública e Transportes. Também afirmou que há entendimento divergente entre membros do PT sobre a permanência na base de governo do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, e sinalizou para um “racha” interno.

Segundo ele, existe atualmente no PT duas alas: a que defende a permanência e a que quer romper o apoio. Toth alegou que apenas a minoria quer sair.

O ouvidor afirmou que deixou o cargo de secretário “por uma questão de acomodação política” (acerto determinado pelo prefeito). Também comentou que permanece no governo e que segue com “o mesmo espaço” na administração.

Toth posicionou-se contra a ideia de rompimento com o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

A possibilidade deve ser discutida pelos correligionários em janeiro deste ano, conforme antecipado pelo vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão, e pelo presidente do diretório municipal, Mário Luis Rodrigues da Costa, Marinho.

A razão da permanência é apontada como “uma questão óbvia”. Toth disse que, se o PT não juntar forças, pode não ter grande representatividade. “É a história da brasa num braseiro: você a separa, e ela apaga; se junta todas, o calor é muito maior”, disse.

O ouvidor declarou que a legenda pode e deve ter um projeto de crescimento e desenvolvimento. Contudo, reforçou que seguirá apoiando a atual administração. “Sou do tipo que, dei a mão no começou, vou até o fim”, disse.

Toth também afirmou que a ala que defende a ruptura é “minoria, mas influente”. Argumentou que entende as razões dos correligionários, mas que tem visão diferente.

No entanto, ponderou que, caso seja “intimado” a deixar o governo – se isso se concretizar em decisão da maioria e em consenso –, pode rever a postura.

“É algo que vou fazer uma avaliação. São coisas que têm de ter resposta, não é simplesmente alguém que se julga dona do partido falar”, destacou.

O secretário destacou que, mesmo se sair do governo, o Partido dos Trabalhadores “não vai para a oposição”. “Simplesmente, é uma forma de dizer que nós não estaremos mais concordando com a forma de governo”, falou.

No caso de ruptura, Toth disse que o PT tem a pretensão de continuar colaborando, a depender do entendimento do prefeito. Conforme ele, “será Manu quem irá decidir se quer receber a colaboração dos membros da legenda ou não”.

Atuando como ouvidor, Toth disse que vai “continuar brigando para que não haja uma cisão” do grupo com o PMDB. Afirmou, também, que esse posicionamento do partido não inviabiliza um projeto de “desenvolvimento”. Nesse caso, de uma candidatura a vice-prefeito ou prefeito em 2016.

“Todos os partidos são assim. Se não tiver projeto de futuro, de poder, não tem razão de ser. Então, é natural. E, além de natural, é mais do que necessário, é questão de sobrevivência de grupo ter um projeto”, argumentou.