David Bonis
Interior do prédio de loja no centro ficou completamente destruído
O laudo sobre a origem do incêndio que aconteceu no domingo passado, 26, na Autopeças Mota, estabelecimento comercial localizado na rua Domingos dos Santos Filho, deve ficar pronto apenas no início de dezembro.
Isso porque a Polícia Científica de Itapetininga, responsável pela elaboração do documento pericial, tem, no mínimo, 30 dias para expedir o parecer, conforme informações de técnicos do departamento.
Além disso, esse foi o prazo que os investigadores deram ao proprietário do estabelecimento, Nelson Leite da Mota, conforme ele disse à reportagem de O Progresso nesta semana.
No entanto, a entrega pode ser postergada, pois os peritos têm a prerrogativa de pedir o adiamento do prazo caso não consigam concluir a elaboração do documento no primeiro período estabelecido.
Devido ao longo tempo de conclusão do laudo, o proprietário da loja de autopeças contratou uma investigação particular para averiguar as condições do sistema elétrico do estabelecimento. Ele quer se certificar de que o incidente não se deu a partir de problemas internos de estrutura da loja.
O incêndio que atingiu a autopeças ocorreu às 9h do domingo. Na área, de 2,4 mil metros quadrados, funciona um setor de funilaria e o de comércio de peças automotivas.
No entanto, apenas o espaço destinado ao comércio de produtos para veículos foi afetado. A área atingida pelas chamas corresponde a 230 metros quadrados do total construído.
A primeira ligação telefônica que o Corpo de Bombeiros recebeu informando sobre o incêndio no local partiu de um membro da corporação, o cabo Sandro Rogério Gregório.
Naquele dia, ele havia deixado o serviço e ia para a residência dele, por volta das 9h, quando viu uma fumaça escura sobre o prédio, conforme contou à reportagem de O Progresso. Quando se aproximou do local, percebeu, pela janela à esquerda da entrada principal da loja, que havia um incêndio acontecendo lá dentro.
“De imediato, liguei para o 193 para certificá-los da ocorrência. Então, comecei a tomar as medidas cabíveis naquele momento, como parando o trânsito e pedindo para as pessoas se afastarem, para que, quando as viaturas chegassem, pudéssemos apagar o fogo”, conta Gregório.
Devido ao material contido no local, como plásticos, papelões, acetona e o forro de madeira, o fogo propagou-se rapidamente, tanto que a área correspondente ao comércio de autopeças ficou totalmente destruída.
Quando os bombeiros chegaram, arrombaram a porta principal do estabelecimento e começaram a atuar no combate às chamas. Segundo Gregório, o fogo foi controlado 20 minutos após o início da ação dos bombeiros.
A proximidade do estabelecimento em relação à corporação – localizada à rua Domingo Bassi, 855 -, a existência de um hidrante na avenida Salles Gomes, próxima à loja de autopeças, e o apoio de um caminhão-pipa da Prefeitura ajudaram no trabalho dos bombeiros, de acordo com o sargento do Corpo de Bombeiros Edson Francisco Pinto.
Ainda conforme ele, foram usados cerca de 17 mil litros de água para apagar totalmente o fogo. Entre a chegada dos bombeiros e a saída do local, completamente sem riscos de haver novos focos de incêndio, a operação demorou cerca de duas horas.
No dia da ocorrência, Francisco Pinto estaria de folga, mas teve de se deslocar até a corporação para “cobrir” a saída dos homens que foram à loja de autopeças combater o incêndio.
Ao todo, cerca de seis oficiais do CB participaram da operação. A primeira viatura chegou pouco depois da ligação de Gregório, à qual informava sobre a ocorrência.
Em seguida, outro grupo foi à loja de autopeças em chamas. Esses homens estavam em uma operação de “captura de ouriço”, no bairro São Cristóvão, no momento do incidente, mas foram deslocados para atender à ocorrência de incêndio devido ao baixo efetivo do CB local, conforme Francisco Pinto.
“Quando os bombeiros chegam para atender a esse tipo de ocorrência, a primeira ação que vamos tomar é ver se tem vítima. E não houve vítimas, já que o local estava fechado e era domingo. Depois, vamos salvar o que ainda não queimou”.
A estratégia adotada na operação foi a seguinte: um grupo de bombeiros tentava apagar o incêndio pela entrada principal, enquanto o outro entrava pela parte de trás do prédio, para impedir que as chamas atingissem outros barracões.
Atrás da loja de peças automotivas, há uma funilaria, onde havia, no momento do incêndio, cerca de dez carros guardados e outros produtos de fácil combustão.
Mota, proprietário do estabelecimento, agradece aos bombeiros por terem impedido que o fogo atingisse outros espaços do terreno, que também são de sua propriedade.
Caso isso acontecesse, o prejuízo seria maior. Mota, que não possuía seguro sobre a empresa, ainda não concluiu o valor total das perdas.
Conforme ele, a hipótese de incêndio criminoso está praticamente descartada. “A Polícia Científica de Itapetininga viu que o fogo começou no meio do barracão, o que reforça que não tem como ser criminoso, porque não foi perto da porta ou da janela. É uma incógnita. Estamos tentando descobrir o que aconteceu”, comentou Mota.
“Não tinha nenhuma máquina funcionando e a energia elétrica estava desligada. Não havia motores em funcionamento, nada. Está difícil chegar a uma conclusão. Mas, tenho quase certeza de que problema elétrico interno não foi.”
O setor de restauração de veículos, que fica na parte traseira da loja de autopeças, não foi atingido pelas chamas e continua funcionando.