40º Salão de Humor de Piracicaba abre mostra e realiza premiação





Divulgação

Caricatura da presidente Dilma Rousseff feita por Antoni Dagostino Filho

 

Em 1974, o humor era demonstração de seriedade e a linguagem do cartum e das charges, forma de expressar a insatisfação contra a ditadura. Foi quando nasceu o Salão Internacional de Humor de Piracicaba, uma “travessura heroica no ápice do regime militar”.

 

O evento que acolheu manifestações satíricas por meio do desenho comemora 40 anos sem “crise de meia-idade”. Neste sábado, 24, às 19h30, acontece a abertura da mostra histórica.

 

As visitas gratuitas seguem até o dia 20 de outubro, no Engenho Central. Já o Salãozinho do Humor inicia neste domingo, 25, com 230 obras e “muitas brincadeiras”.

 

Vitrine do humor gráfico no mundo, o salão é realizado pela Secretaria da Ação Cultural e pelo CEDHU (Centro Nacional de Humor Gráfico), de Piracicaba.

 

Dele, despontaram Laerte Coutinho, Angeli e Glauco Villas Boas (“Los Três Amigos”, que depois fizeram história na “Folha de S. Paulo”), os irmãos Paulo e Chico Caruso, Alcy Linares, Dalcio Machado, Cau Gomez e Baptistão.

 

Em 2013, 966 artistas de 64 países enviaram 4.180 trabalhos para a exposição competitiva, que selecionou 442 obras. Elas compõem a maior exposição da história do evento, sendo 142 cartuns, 97 caricaturas, 74 charges, 73 tiras/HQs (histórias em quadrinhos) e 53 tiras com o tema futebol.

 

São concedidos R$ 47 mil às melhores criações em charge, cartum, caricatura, tiras/HQ e outras duas categorias temáticas: “futebol” e “saúde Unimed”.

 

Na abertura, são divulgados os vencedores do “Prêmio Aquisitivo Câmara de Vereadores de Piracicaba” e da honraria máxima, o troféu “Zélio de Ouro”, entregue ao melhor de todas as categorias.

 

Em seguida, o público será convidado a eleger, por meio da internet, o prêmio “Júri Popular Alceu Marozi Righetto”.

 

“O Salão de Piracicaba representa diferentes povos, culturas e costumes. A arte inteligente dos artistas continua a denunciar as atrocidades humanas e nos faz refletir sobre valores essenciais ao homem moderno, o respeito ao próximo e a necessária mudança de comportamento social”, afirmou Rosângela Camolese, secretária da Ação Cultural, em nota enviada pela assessoria do evento.

 

Os espaços do armazém 14 do Engenho Central, onde fica a mostra competitiva, também abrigarão dez lançamentos de livros de humor durante a abertura.

 

São eles: “Causos de Santiago”, do cartunista Santiago; “Que Cara é Essa?”, de Fred Ozanan; “Uns e Outros Cartuns”, de Fausto Bergocce; “Gibi Jazz”, de Alex Sander Muniz; e “Ipem-SP em Tiras”, de Pedro Montini.

 

Integram também a lista de obras: “História da Caricatura Brasileira”, de Luciano Magno; “Dito, o Bendito”, de Erico San Juan; “Nhô Quim, a História que Conheço”, de Edson Rontani Jr.; “Capivaras”, de Erasmo Spadotto; e “Balas Não Matam Ideias”, de Adolpho Queiroz.

 

Para o cartunista Eduardo Grosso, diretor do CEDHU Piracicaba, o evento revela novos talentos, valoriza os profissionais e resgata nomes e obras importantes.

 

“A partir da experiência ao longo dos anos, apostamos na profissionalização do Salão, em todos os detalhes. Como instituição viva e sempre permeável, seguimos em busca da valorização dessa interessante ferramenta de reflexão e exercício artístico que é o humor gráfico”, argumentou.

 

A 40ª edição conta com 30 exposições paralelas, a metade no próprio Engenho Central, às margens do rio que dá nome à cidade, além de outros espaços, como a Câmara Municipal de Piracicaba, a unidade do Poupatempo, o Museu “Prudente de Moraes”, o Casarão do Turismo, a Esalq/USP, a rodoviária intermunicipal, o Shopping Piracicaba, a Marcenaria – Live Music & Club e a Biblioteca Municipal “Ricardo Ferraz de Arruda Pinto”.

 

Ultrapassando as fronteiras piracicabanas, os trabalhos que fizeram parte da história do Salão podem ser vistos na capital paulista em mostras paralelas que circulam pelo metrô, nas estações Corinthians-Itaquera (linha 3 – vermelha) e Luz (linha 1 – azul), além da Assembleia Legislativa (onde o salão recebe homenagem programada para o dia 3 de setembro) e na cidade de Araraquara.

 

Os trabalhos são assinados por artistas como Yuri Kosobukin (Ucrânia), Angel Boligan (México), O-Sekoer (Bélgica), Turcios (Espanha) e Francisco Puñal (Cuba).

 

Também participam com trabalhos os brasileiros Angeli, Benett, Jean Galvão, Fortuna, Chico Caruso, Baptistão, Rodrigo Rosa, Miguel Paiva, Santiago, Jota A, Spacca, Luiz Gê, Cau Gomez, Gustavo Duarte, Mário Alberto, Fausto Bergocce, Luciano Veronezi, Erasmo Spadotto e Dalcio Machado.

 

A programação inclui o 11o Salãozinho de Humor, com abertura às 10h de domingo, no armazém 14A do Engenho Central.
Feito em parceria com a CCR AutoBAn, Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e Secretaria Municipal de Educação, a versão mirim expõe 232 obras de estudantes de 7 a 14 anos, selecionados entre as 2.514 inscritas.

 

Ainda para o público infantil, quatro espetáculos de humor serão apresentados no teatro “Erotides de Campos”, aos domingos. As atrações acontecem de 1º a 29 de setembro, sempre às 16h, por meio do projeto “Diversão em Cena”, da Arcelor Mittal.

 

Até 20 outubro, estão previstos a 2ª Caminhada de Humor, o 3o Concurso de Microcontos de Humor, o 4o Festival Paulista de Circo, além de workshops realizados pela Oficina Cultural “Carlos Gomes”, do governo do Estado, com os profissionais Daniel HDR, Danilo Beyruth, Gustavo Duarte e Avelino.