334 quilos de palmito da Mata Atlântica são apreendidos no dia 6





PMR

Potes de palmito estavam sendo transportados em uma picape

 

Policiais militares rodoviários da 3ª Companhia com sede em Tatuí apreenderam um carregamento de palmitos extraídos de palmeira ameaçada de extinção e encontrada na região da Mata Atlântica. A carga com 334 quilos do palmito foi interceptada por uma equipe na quarta-feira, 6, e estava em uma picape.

Segundo o comando do 5º Batalhão de Policiamento Rodoviário, a apreensão decorreu de patrulhamento. Os ocupantes do veículo receberam ordem de parada quando passavam com o carregamento pelo quilômetro 17 da rodovia João Hipólito Martins (SP-209). O trecho pertence ao município de Botucatu.

Durante a vistoria, os rodoviários encontraram 186 potes com palmito juçara. O carregamento somou 334 quilos e estava acomodado em uma Chevrolet Montana, com placas de Ilha Comprida, cidade distante 209 quilômetros de São Paulo.

Os rodoviários apreenderam o material e autuaram as pessoas envolvidas no transporte (de nome e idade não informados) por infração tipificada no artigo 46 da lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. A legislação dispõe sobre sanções penais e administrativas em função de atividade “lesiva ao meio ambiente”.

A equipe também aplicou multa no valor de R$ 286.800 aos responsáveis, quando da apresentação da ocorrência na delegacia da Polícia Civil de Botucatu. O material apreendido permaneceu à disposição da Justiça e é considerado ilegal.

A extração do palmito juçara é apontada com uma das “maiores ameaças à Mata Atlântica”. O motivo é que os frutos do palmito correspondem a 80% da biomassa de frutos em todo o bioma e, com a extração, ele não rebrota como ocorre com o açaí.

Além disso, esse tipo de palmito demora a produzir frutos. Em média, o prazo é de sete anos, e uma árvore de dez metros resulta em menos de 30 centímetros de aproveitamento do fruto para ser comercializado.

Outro fator que resultou na proibição da extração é o fato de a espécie ser responsável por alimentar cerca de 60 espécies de aves e mamíferos da Mata Atlântica. Ambientalistas acreditam que sem os frutos desse tipo de palmito, muitos dos animais podem desaparecer, interferindo na biodiversidade.