Da reportagem
Pelo menos cinco famílias tatuianas, desalojadas pelas fortes chuvas que atingiram Tatuí no mês passado, começaram a receber, nesta semana, a primeira parcela do programa “Bolsa Aluguel Social”.
As informações são do secretário da Assistência e Desenvolvimento Social, Alessandro Bosso.
Inicialmente, as famílias receberão o benefício durante quatro meses, podendo ser prorrogado até oito meses, conforme estipulado por lei municipal.
O programa consiste na concessão de benefício financeiro destinado ao pagamento de aluguel de imóvel de terceiros às famílias em situação habitacional de emergência e vulnerabilidade social, na iminência ou que acabaram de ficar sem qualquer tipo de abrigo.
“A família busca o imóvel, nós avaliamos as documentações e, se estiver tudo certo, liberamos o recurso. O pagamento é feito direto ao locador, sem passar pelas mãos do locatário do imóvel”, explicou o secretário.
O benefício existe desde 2014 e subiu 50% no mês passado, passando de R$ 400 para R$ 600, para atender às famílias que ficaram desalojadas após o temporal. O aumento do recurso foi aprovado pela Câmara em sessão realizada no dia 30 de janeiro.
Conforme justificativa, as famílias tinham dificuldades em encontrar imóveis no valor vigente até então. Desde a criação da Bolsa Aluguel Social, em 2014, o benefício era de R$ 400 e não havia sido atualizado.
No total, nove famílias podem ser beneficiadas pelo programa. Elas precisaram ser retiradas das casas, por questão de segurança, e tiveram as moradias interditadas pela Defesa Civil, devido a risco de desabamento ou novos alagamentos.
O aluguel social vai beneficiar moradores dos bairros vila Angélica, vila Esperança, São Cristóvão, vila Dr. Laurindo, Village Campos, vila Juca Menezes e Jardim Manoel de Abreu, todos afetados pelas chuvas.
“Este é o número de famílias que nós identificamos que se enquadram nos requisitos do programa de bolsa aluguel, mas alguns delas podem não entrar no programa. Até agora (quarta-feira, 15), nós acertamos o aluguel de cinco famílias; outras ainda precisam mostrar interesse”, contou o secretário.
Conforme relatório da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, após as chuvas, os órgãos da Defesa Civil e do Departamento de Assistência Social receberam mais de 80 chamados de moradores relatando prejuízos (entre baixa e alta gravidade).
Representantes da pasta visitaram os locais atingidos para avaliar os estragos e cadastraram 49 famílias que precisaram receber algum tipo de auxílio social devido à perda de móveis, eletrodomésticos e mantimentos – mais de 30 foram retiradas das casas, por questão de segurança, e, inicialmente, realocadas em moradias de parentes.
“A maioria dessas famílias já voltou para casa; muitas delas, inclusive, eram proprietárias das casas e, como não havia risco de desabamento ou outro tipo de problema estrutural, acabaram voltando para o imóvel”, informou o secretário.
O cadastro foi usado como base para a campanha “S.O.S Famílias de Tatuí”, realizada em parceria com o Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí), que já no domingo, 29 de janeiro, começou a arrecadar e distribuir mantimentos, móveis e outros tipos de doações às famílias atingidas.
Em poucos dias, a entidade arrecadou mais de seis toneladas de alimentos, além de colchões, roupas, móveis e eletrodomésticos. A campanha começou na tarde o dia 29 de janeiro e, em menos de 24 horas, conseguiu arrecadar mais de três toneladas de alimentos.
A equipe do Fusstat entra em contato com as famílias cadastradas, levanta a necessidade de cada uma delas e entrega os donativos de acordo com o que falta em cada uma das casas, conforme a disponibilidade dos itens doados.
O pagamento do aluguel social começou menos de um mês após o cadastramento das famílias. A primeira família beneficiada pela bolsa aluguel mudou-se para a casa alugada com o recurso na manhã de segunda-feira, 13. No mesmo dia, o Fusstat realizou a entrega de móveis e mantimentos à família.
A entrega foi acompanhada pelo prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior, pela primeira-dama e presidente do Fusstat, Regiane Oliveira Rosa Cardoso, pelos vereadores Hiago Daros Alves (PRTB) e Micheli Cristina Tosta Gibin Vaz (PP) e pelo secretário Alessandro Bosso, no loteamento Vida Nova Pacaembu.
“Este aluguel social vai proporcionar um pouco mais de dignidade às famílias afetadas pelas chuvas. Isso minimiza o impacto. Nós sabemos o quanto foi difícil passar por esta catástrofe, mas estamos unidos para ajudar essas famílias”, declarou o prefeito em vídeo pela rede social da prefeitura.