Da redação
Segundo dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais brasileiros estão testando positivo para a Covid-19 nas semanas recentes. Uma nova onda da doença, que veio junto à nova subvariante da ômicron, a BQ.1, já tem causado impacto na Europa, China, Estados Unidos e agora começa a crescer no Brasil.
No dia 17 de outubro, morreu uma mulher de 72 anos, que estava internada no Hospital São Paulo, infectada com a nova subvariante. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde da capital, a paciente apresentava diversas comorbidades.
No sábado passado, 5, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou um caso da doença provocado pela ômicron BQ.1 na capital fluminense. Porto Alegre (RS) também já havia registrado um caso.
A Fiocruz ainda informa que, em 20 de outubro, a variante foi encontrada no Amazonas, em um sequenciamento do vírus feito pela unidade amazonense da fundação.
A entidade afirma que a transmissibilidade da BQ.1 tende a ser maior do que a de outras variantes que já circulam no país. Porém, pede cautela e realça que as variantes são mais resistentes aos tratamentos com anticorpos monoclonais, os que são disponíveis atualmente.
“Hoje, os sintomas da Covid-19 são similares aos da gripe e do resfriado comum. O paciente infectado pode ter coriza, dor de garganta, tosse, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e febre”, informa a Fiocruz.
“Esses sintomas podem ser combinados ou aparecerem sozinhos, a depender da gravidade do caso. Recomenda-se que as pessoas sintomáticas façam teste de Covid-19 para que possam tomar os cuidados corretos de isolamento e, se necessário, de tratamento”, sugere a entidade.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Tatuí (VE), Rosana Oliveira, afirmou que tem acompanhado com atenção a movimentação da nova subvariante, através de notas técnicas divulgadas pelo Grupo de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo. “Estamos seguindo à risca todas as informações e medidas oficiais que são passadas. Nossa população será devidamente monitorada”, assegura.
Segundo ela, até esta sexta-feira, 11, não havia registro de caso da nova subvariante em Tatuí ou nos municípios da região.
“Ainda há poucos dados sobre a subvariante BQ.1, da ômicron, mas é importante que as pessoas continuem se cuidando, evitando aglomeração, principalmente os cidadãos com mais idade e que tenham comorbidades. Precaução e não baixar a guarda são medidas fundamentais para que o vírus não se alastre novamente”, ressalta Rosana.
“Diagnosticado corretamente, o paciente tem mais chances de tratar a doença de forma a não evoluir para quadros clínicos graves. Além disso, ao aderir ao protocolo de uso de máscaras, ele não coloca outras pessoas em risco de contaminação”, orienta.
“Se possível, é recomendado fazer o teste laboratorial. Diferentemente dos autotestes de farmácia, eles notificam os resultados ao governo, colaborando para que o Ministério da Saúde e os cientistas monitorem o avanço da doença no país e, assim, tomem as medidas necessárias”, sustenta.
Rosana argumenta que quem já tomou as duas doses do imunizante ou a vacina de dose única já tem uma proteção mínima contra casos graves e hospitalizações em decorrência de infecção pelas novas variantes.
“No entanto, a recomendação é que sejam tomadas todas as doses de reforço disponíveis para potencializar essa proteção. As doses de reforço ficam disponíveis nos postos de saúde, e o calendário de vacinação varia por estado”, complementa.
Rosana enfatiza que, conforme o material genético do coronavírus sofre mutações, vão aparecendo mais variantes, novas versões do vírus, com algumas diferenças em relação à original.
“Dessa forma, a vacina que foi desenvolvida com base em uma variante anterior não tem eficácia tão alta contra essa nova variante. Por isso, é importante tomar todas as doses de reforço da vacina. É preciso pensar em todos e se cuidar”, finaliza.
Em comunicado compartilhado no fim de outubro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que as subvariantes BQ.1 e XBB não diferem das que já existem a ponto de “enganarem” o sistema imunológico e inviabilizarem as vacinas.
Segundo a OMS, a BQ.1 já foi detectada em 65 países, tem prevalência de 6% nos casos de Covid-19 no mundo e não há dados sobre a gravidade da infecção ou capacidade de driblar o sistema imunológico.
Subvariante BQ.1, da ômicron, chega ao Brasil; VE de Tatuí recomenda as doses de reforço