Vicentinos iniciam campanha neste mês visando ‘aumentar o rebanho’





Instigar as pessoas a doarem um pouco mais do tempo que dispõem e, com isso, ajudar ao próximo. Com essa estratégia, a SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo) promove, ao longo deste mês, campanha voltada à divulgação de trabalhos.

A iniciativa, que acontece com a distribuição de panfleto com informações, visa, também, “aumentar o rebanho” dos vicentinos no município. Atualmente, eles representam um grupo de aproximadamente 300 membros.

Os números e a ação foram apresentados pelo tesoureiro do conselho particular vicentino, José Alberto. Segundo ele, o município conta com quatro conselhos particulares. Cada um tem sete conferências com diversos integrantes.

Fundada em Paris, a SSVP obedece a uma hierarquia mundial. Os conselhos tatuianos são ligados ao conselho central. Este, por sua vez, é subordinado ao superior. “O presidente desse conselho esteve nos visitando neste ano, com um grupo de vicentinos”, informou José Alberto.

O conselho central ao qual Tatuí é vinculada é composto por cinco conselhos particulares, sendo quatro funcionando na “Capital da Música” e um “agregado”, em Capela do Alto. A composição atende a exigência para a formação do conselho central, ligado ao metropolitano de Jundiaí.

É de lá que os demais conselhos atrelados captam as informações repassadas à população. Também vêm, de Jundiaí, as determinações para o desenvolvimento de trabalhos junto à sociedade e até para a realização da campanha.

Por sua vez, o conselho metropolitano é ligado ao nacional, com sede no Rio de Janeiro. Todos eles programam, para o dia 26 deste mês, celebração ao fundador da SSVP, o italiano Frederico Ozanam. Em Tatuí, a iniciativa inclui convocação a católicos praticantes para que conheçam as ações e participem delas.

Os convidados podem passar a integrar o movimento que atende famílias carentes. Os trabalhos são discutidos em reuniões. Já nas assembleias, os vicentinos transmitem informações à sociedade. José Alberto, por exemplo, programa palestra na qual falará sobre o trabalho dos 12 apóstolos de Jesus Cristo.

Apesar de ser uma entidade essencialmente católica, a SSVP não discrimina seus assistidos. O tesoureiro do conselho explicou que a sociedade não prioriza cor ou credo. “Para que as pessoas tenham uma ideia melhor, a maioria dos nossos assistidos em Tatuí é evangélica”, comentou.

Entretanto, um dos únicos – senão o único – requisito para tornar-se vicentino é ser católico praticante. José Alberto milita na sociedade há quase 60 anos. Ele desenvolveu trabalhos em diversos conselhos, tendo presenciado o crescimento e as mudanças nas conferências que atendem ao município.

O tesoureiro começou a militar na SSVP em São João da Boa Vista. De origem humilde, José Alberto conheceu o trabalho da sociedade quando ainda jovem. Para superar as dificuldades, recebeu ajuda de muitas pessoas. “Tive muitos apoios, não só de terceiros, mas de parentes”, comentou.

Quando criança, viveu com os pais no Estado do Tocantins. Eles residiam na fazenda pertencente a um político de São Paulo. O pai de José Alberto era oleiro e faleceu aos 54 anos. Com a morte dele, a mãe e os irmãos precisaram deixar a propriedade e se mudaram para Formoso do Araguaia.

Mais tarde, passaram a viver com parentes na cidade de Porto Nacional. Lá, José Alberto viveu dos 8 aos 16 anos, mudando-se, em seguida, para a cidade de São Paulo.

Com a ajuda de diversas pessoas, conseguiu emprego e percorreu diversos municípios do Estado, terminando a carreira na cidade de Tatuí.

O trabalho junto à SSVP aconteceu em paralelo. “À medida que você vai se aprofundando, vai se interessando e gostando do que faz. O que nós estamos fazendo, com essa campanha, é levar informações para fazer com que as pessoas se interessem pelos outros, porque não fazemos nada por nós”.

No município, a SSVP conta com três centenas de vicentinos. Eles estão distribuídos nas quatro conferências (sendo a quinta, em funcionamento em Capela do Alto). Em cada conferência, há, pelo menos, de cinco a sete confrades. Esses são os membros que realizam visitas às famílias.

O acompanhamento às pessoas é realizado pelos vicentinos em grupos ou duplas. José Alberto visita as famílias e conversa com os assistidos uma vez por semana, acompanhado pelo professor Diógenes Vieira de Campos, de 95 anos.

Para o tesoureiro, esse tipo de iniciativa deve ser ampliada. Por esse motivo, os vicentinos iniciaram campanha, por meio de distribuição de panfletos. A entrega acontece nas igrejas e individualmente a pessoas que estejam propensas a contribuir para o desenvolvimento dos mais carentes.

“Nós percebemos quando uma pessoa tem o dom. Tanto que, no material que está sendo entregue para a sociedade neste mês, existe a possibilidade de a pessoa escolher a conferência que preferir para se reunir”, declarou o vicentino.

Os panfletos, intitulados “Doe um Pouco do Seu Coração”, também têm como propósito divulgar o trabalho dos vicentinos. “Essa é a ideia de eu procurar a reportagem”, comentou José Alberto.

O vicentino disse que informará a proposta ao conselho central nesta quarta-feira, quando tem início o tríduo de oração. As celebrações prosseguem na quinta e terminam na sexta.

Depois das missas, os vicentinos participam de uma palestra “cronometrada”. Conforme o tesoureiro, os encontros não podem passar de uma hora. Nessas ocasiões, os integrantes da SSVP falam sobre as famílias assistidas, as condições de vida, os problemas que elas enfrentam e fazem um diagnóstico.

“Tudo é analisado e discutido semanalmente, após as visitas”, disse José Alberto. A maioria dos assistidos recebe atendimento “momentâneo” (por um período determinado). A proposta é auxiliar as pessoas por um tempo mínimo de seis meses e máximo de dois anos – este último prazo, em exceção.

Mais sobre a SSVP

A Sociedade de São Vicente de Paulo é uma organização católica, formada por leigos que procuram aliviar o sofrimento do próximo por meio do trabalho coordenado e regido por um estatuto, uma “regra”.

Ela tem como missão abrandar a miséria dos pobres, levando alimentos, roupas e remédios. O trabalho consiste em “dar suporte material para que o núcleo familiar possa ser recuperado e as pessoas ganhem autoestima, possam viver com dignidade, cidadania e, principalmente, paz espiritual”.

Por meio de visitas semanais às casas das famílias assistidas, os vicentinos monitoram a necessidade e o uso do auxílio material. Entre eles, cesta de alimentos, remédios e roupas. Os itens são doados pela comunidade e, também, cedidos pelos vicentinos.

As conferências vicentinas (que totalizam quatro em Tatuí) são constituídas por um grupo de católicos praticantes (confrades e consócias) que acolhem pessoas sem distinção de classe social ou cor. Elas adotam, para designação, o nome de um santo, de um bem-aventurado ou de invocação de índole católica.

A sociedade foi fundada por Ozanam, nascido no dia 23 de abril de 1813, em Milão. Defensor da Igreja Católica, ele morreu no dia 8 de setembro de 1853, em Marselha, na França. Em 22 de agosto de 1997, em missa em Paris, Ozanam foi beatificado pelo papa João Paulo 2º.

Mais informações sobre a sociedade são divulgadas pelo telefone 3251-5402.

Vicentinos iniciam campanha neste mês visando ‘aumentar o rebanho’

Panfleto explicativo será distribuído nas igrejas; 300 auxiliam ao próximo

 

Da reportagem

 

Instigar as pessoas a doarem um pouco mais do tempo que dispõem e, com isso, ajudar ao próximo. Com essa estratégia, a SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo) promove, ao longo deste mês, campanha voltada à divulgação de trabalhos.

A iniciativa, que acontece com a distribuição de panfleto com informações, visa, também, “aumentar o rebanho” dos vicentinos no município. Atualmente, eles representam um grupo de aproximadamente 300 membros.

Os números e a ação foram apresentados pelo tesoureiro do conselho particular vicentino, José Alberto. Segundo ele, o município conta com quatro conselhos particulares. Cada um tem sete conferências com diversos integrantes.

Fundada em Paris, a SSVP obedece a uma hierarquia mundial. Os conselhos tatuianos são ligados ao conselho central. Este, por sua vez, é subordinado ao superior. “O presidente desse conselho esteve nos visitando neste ano, com um grupo de vicentinos”, informou José Alberto.

O conselho central ao qual Tatuí é vinculada é composto por cinco conselhos particulares, sendo quatro funcionando na “Capital da Música” e um “agregado”, em Capela do Alto. A composição atende a exigência para a formação do conselho central, ligado ao metropolitano de Jundiaí.

É de lá que os demais conselhos atrelados captam as informações repassadas à população. Também vêm, de Jundiaí, as determinações para o desenvolvimento de trabalhos junto à sociedade e até para a realização da campanha.

Por sua vez, o conselho metropolitano é ligado ao nacional, com sede no Rio de Janeiro. Todos eles programam, para o dia 26 deste mês, celebração ao fundador da SSVP, o italiano Frederico Ozanam. Em Tatuí, a iniciativa inclui convocação a católicos praticantes para que conheçam as ações e participem delas.

Os convidados podem passar a integrar o movimento que atende famílias carentes. Os trabalhos são discutidos em reuniões. Já nas assembleias, os vicentinos transmitem informações à sociedade. José Alberto, por exemplo, programa palestra na qual falará sobre o trabalho dos 12 apóstolos de Jesus Cristo.

Apesar de ser uma entidade essencialmente católica, a SSVP não discrimina seus assistidos. O tesoureiro do conselho explicou que a sociedade não prioriza cor ou credo. “Para que as pessoas tenham uma ideia melhor, a maioria dos nossos assistidos em Tatuí é evangélica”, comentou.

Entretanto, um dos únicos – senão o único – requisito para tornar-se vicentino é ser católico praticante. José Alberto milita na sociedade há quase 60 anos. Ele desenvolveu trabalhos em diversos conselhos, tendo presenciado o crescimento e as mudanças nas conferências que atendem ao município.

O tesoureiro começou a militar na SSVP em São João da Boa Vista. De origem humilde, José Alberto conheceu o trabalho da sociedade quando ainda jovem. Para superar as dificuldades, recebeu ajuda de muitas pessoas. “Tive muitos apoios, não só de terceiros, mas de parentes”, comentou.

Quando criança, viveu com os pais no Estado do Tocantins. Eles residiam na fazenda pertencente a um político de São Paulo. O pai de José Alberto era oleiro e faleceu aos 54 anos. Com a morte dele, a mãe e os irmãos precisaram deixar a propriedade e se mudaram para Formoso do Araguaia.

Mais tarde, passaram a viver com parentes na cidade de Porto Nacional. Lá, José Alberto viveu dos 8 aos 16 anos, mudando-se, em seguida, para a cidade de São Paulo.

Com a ajuda de diversas pessoas, conseguiu emprego e percorreu diversos municípios do Estado, terminando a carreira na cidade de Tatuí.

O trabalho junto à SSVP aconteceu em paralelo. “À medida que você vai se aprofundando, vai se interessando e gostando do que faz. O que nós estamos fazendo, com essa campanha, é levar informações para fazer com que as pessoas se interessem pelos outros, porque não fazemos nada por nós”.

No município, a SSVP conta com três centenas de vicentinos. Eles estão distribuídos nas quatro conferências (sendo a quinta, em funcionamento em Capela do Alto). Em cada conferência, há, pelo menos, de cinco a sete confrades. Esses são os membros que realizam visitas às famílias.

O acompanhamento às pessoas é realizado pelos vicentinos em grupos ou duplas. José Alberto visita as famílias e conversa com os assistidos uma vez por semana, acompanhado pelo professor Diógenes Vieira de Campos, de 95 anos.

Para o tesoureiro, esse tipo de iniciativa deve ser ampliada. Por esse motivo, os vicentinos iniciaram campanha, por meio de distribuição de panfletos. A entrega acontece nas igrejas e individualmente a pessoas que estejam propensas a contribuir para o desenvolvimento dos mais carentes.

“Nós percebemos quando uma pessoa tem o dom. Tanto que, no material que está sendo entregue para a sociedade neste mês, existe a possibilidade de a pessoa escolher a conferência que preferir para se reunir”, declarou o vicentino.

Os panfletos, intitulados “Doe um Pouco do Seu Coração”, também têm como propósito divulgar o trabalho dos vicentinos. “Essa é a ideia de eu procurar a reportagem”, comentou José Alberto.

O vicentino disse que informará a proposta ao conselho central nesta quarta-feira, quando tem início o tríduo de oração. As celebrações prosseguem na quinta e terminam na sexta.

Depois das missas, os vicentinos participam de uma palestra “cronometrada”. Conforme o tesoureiro, os encontros não podem passar de uma hora. Nessas ocasiões, os integrantes da SSVP falam sobre as famílias assistidas, as condições de vida, os problemas que elas enfrentam e fazem um diagnóstico.

“Tudo é analisado e discutido semanalmente, após as visitas”, disse José Alberto. A maioria dos assistidos recebe atendimento “momentâneo” (por um período determinado). A proposta é auxiliar as pessoas por um tempo mínimo de seis meses e máximo de dois anos – este último prazo, em exceção.

 

Mais sobre a SSVP

A Sociedade de São Vicente de Paulo é uma organização católica, formada por leigos que procuram aliviar o sofrimento do próximo por meio do trabalho coordenado e regido por um estatuto, uma “regra”.

Ela tem como missão abrandar a miséria dos pobres, levando alimentos, roupas e remédios. O trabalho consiste em “dar suporte material para que o núcleo familiar possa ser recuperado e as pessoas ganhem autoestima, possam viver com dignidade, cidadania e, principalmente, paz espiritual”.

Por meio de visitas semanais às casas das famílias assistidas, os vicentinos monitoram a necessidade e o uso do auxílio material. Entre eles, cesta de alimentos, remédios e roupas. Os itens são doados pela comunidade e, também, cedidos pelos vicentinos.

As conferências vicentinas (que totalizam quatro em Tatuí) são constituídas por um grupo de católicos praticantes (confrades e consócias) que acolhem pessoas sem distinção de classe social ou cor. Elas adotam, para designação, o nome de um santo, de um bem-aventurado ou de invocação de índole católica.

A sociedade foi fundada por Ozanam, nascido no dia 23 de abril de 1813, em Milão. Defensor da Igreja Católica, ele morreu no dia 8 de setembro de 1853, em Marselha, na França. Em 22 de agosto de 1997, em missa em Paris, Ozanam foi beatificado pelo papa João Paulo 2º.

Mais informações sobre a sociedade são divulgadas pelo telefone 3251-5402.