Da reportagem
Na noite de segunda-feira, 7, a sala dois do Cine “Santa Helena” de Tatuí recebeu a presença da atriz Vera Holtz e suas irmãs Rosa Cristina Holtz de Camargo Barros e Regina Maria Fraletti Holtz Galvão para o lançamento nacional do documentário-filme “As Quatros Irmãs”. A data coincidiu com o aniversário da atriz.
Na plateia lotada, os amigos e convidados de Vera e as irmãs puderam acompanhar na “telona”, as lembranças vividas pelas quatro no casarão do clã Fraletti-Holtz em “doces lembranças”, as quais ela descreveu como sendo uma “epifania”.
“É um filme ligado diretamente com a minha família. É uma epifania reviver tudo isso, revendo essas pessoas queridas da vida”, declarou Vera.
O filme-documentário é ligado diretamente com a família dela; sobre as lembranças e as memórias que estão, aos poucos, sendo esquecidas pela atriz. E contracenar com as irmãs que não são atrizes, segundo Vera, foi totalmente contrário a tudo o que ela já fez ao longo de sua carreira como atriz “Foi um momento único. A gente já tinha se proposto a ter um encontro com as irmãs; e elas também toparam”, contou.
No longa-metragem, Vera é simplesmente Vera Lucia Fraletti Holtz. No casarão, ela e as irmãs revivem e relembram, por meio de lembranças, a infância e adolescência no casarão. Do amor da mãe Terezinha Fraletti Holtz e dos momentos austeros do pai José Carlos Holtz, o público é “carregado” com elas a essas lembranças.
“Algumas cenas são espontâneas. Então foi muito bom isso. Redescobrir a família. Redescobrir as irmãs. Como um pai é para uma filha e como a mãe é para a outra filha. Cada uma tem um ponto de vista em relação a criação entre pai e mãe”, relatou Vera.
A rotina das gravações também movimentou a rotina das irmãs Holtz à época. Ela contou que mesmo estando em um momento familiar, o cineasta Evaldo Mocarzel exigia rotina. “O Evaldo exigia que a gente tivesse uma rotina de trabalho, mesmo estando aqui em Tatuí. E elas ficaram muito felizes. Foi muito gostoso”, lembrou.
Ela, contudo, lamentou a perda da irmã mais velha Tereza Holtz, que falecera depois que as filmagens terminaram.
O longa-metragem é um exercício que fica no limiar entre documentário e ficção. No meio do experimentalismo está a família e a memória (a qual ela disse estar perdendo aos poucos), a atriz volta para a casa onde cresceu e se reencontra com suas outras irmãs para cantar canções da infância, relembrar histórias que viveu e se reconectar com a sua família, e com as lembranças do pai “rígido”.
“São cenas ficcionais de como a filha via o pai e, obviamente, foi o pai que ensinou ela a sobreviver. A filha (referindo-se a ela mesma) não deveria ser fácil. A Vera queria fazer tudo e o pai não tinha condições de dar tudo aquilo que a filha queria. E no documentário a gente traz essa questão. Eles foram educados daquela forma e o modelo era aquele, e eles foram repetindo o modelo, mas depois é que tudo se abre”, esclareceu.
Vera declara ser importante ter um filme sobre família, sobre pertencimento e que investigue a memória, por mais que sejam lembranças particulares. “Gostaria muito de saber a opinião delas (das irmãs) sobre algumas questões familiares que a gente nunca tinha conversado. Algumas cenas são espontâneas. Então foi muito bom isso. Redescobrir a família. Redescobrir as irmãs. Como um pai é para uma filha e como a mãe é para a outra filha. Cada uma tem um ponto de vista em relação a criação entre pai e mãe”, concluiu ela.
Na terça-feira, 8, a atriz participou da estreia especial na cidade de São Paulo. Já nos dia 29 e 30 de agosto, a atriz estará presente em outras duas estreias: no dia 29, no Rio de Janeiro; e no dia 30 de agosto, em Niterói.