Vacinas: perguntas e respostas (parte 2)

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa *

Por que a vacina tríplice (DPT) não deve ser aplicada após os 6 anos de idade?

A DPT, vacina tríplice, que protege contra difteria, pertussis (coqueluche) e tétano não deve ser usada a partir dos 6 anos de idade pela possibilidade do componente pertussis da vacina provocar complicações neurológica sem crianças com mais de 6 anos. Hoje em dia, se usa a tríplice do adulto (dtPa) – tríplice acelular com dose reduzida dos antígenos da difteria e do tétano, encontrada nas clínicas particulares de vacinação.

O que é o hemófilus?

O Haemophilus influenza do tipo B (HIB) é uma bactéria que pode causar diversos tipos de infecções nas crianças, principalmente a meningite, dentre outras doenças, como: pneumonia, epiglotite, otite média aguda, artrite séptica e até septicemia.

Essas infecções costumam ser muito graves, pois essa bactéria é muito agressiva, por ser invasiva, e pode acarretar muitas complicações.  Essa bactéria atinge as crianças, com mais frequência na faixa etária de RN até 5 a 6 anos de idade.

Hoje, o melhor método para prevenir a infecção por Haemophilus é através da vacina, que deve ser iniciada com 2 meses de idade. Ele está presente também na vacina penta ou hexa.

Qual o esquema de vacinação contra o hemófilus?

Devem ser feitas três doses: com 2, 4 e 6 meses e um reforço 1 ano após a última dose. Em crianças entre 6 e 12 meses de idade, devem ser feitas duas doses com intervalo de 1 ou 2 meses e um reforço aos 15 meses de idade.

Por que toda mulher deve ser vacinada contra a rubéola?

Toda mulher deve receber a vacina contra a rubéola porque essa doença, se atingir a mulher grávida no primeiro trimestre, pode ocasionar sérias sequelas para o recém-nascido, como surdez, cegueira e retardo mental.

A vacina de rubéola deve ser feita juntamente com a vacina contra o sarampo e a caxumba (tríplice viral), também conhecida como MMR (iniciais em inglês dessas 3 doenças). A primeira dose é feita com 1 ano de idade. Uma dose de reforço dessa vacina deve ser feita aos 18 meses de idade.

As mulheres, antes de se casarem (ou terem filhos), devem ter certeza absoluta se já tiveram ou não a rubéola (isso pode ser detectado através de exame de sangue). Se houver dúvida, deve consultar um ginecologista, que a orientará corretamente.

Hoje, já se tornou comum a mulher fazer o seu exame ginecológico pré-nupcial e também se vacinar contra a rubéola, antes de engravidar-se.    Mulher, seja responsável com o fruto do vosso ventre!

Catapora e varicela são doenças diferentes? 

Não! É a mesma coisa. Catapora é a denominação mais popular da varicela. A varicela (catapora) é uma doença infectocontagiosa, causada por um vírus (do grupo dos herpesvírus); é uma doença própria da infância e costuma atingir crianças mais na faixa etária de 5 a 9 anos.

O vírus pode ficar incubado no organismo e causar em pessoas da terceira idade o Herpes Zoster (“cobreiro¨), contra o qual hoje existe vacina para se proteger, que pode ser feita após os 45 anos de idade (Zostavax).

Existe vacina contra a varicela (catapora)? 

Sim. Por ser uma doença comumente benigna, até há bem pouco tempo não existia vacina contra a catapora. Atualmente, existe a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela),que é dada com 1 ano de idade no lugar da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), e deve ser feita uma dose de reforço aos 18 meses de idade.

Ou, então, quem já tomou a tríplice viral pode ser feita a vacina contra a varicela isolada (Varilrix).

Qual a idade que faz a vacina contra o sarampo?

O sarampo é uma doença causada por um vírus e, às vezes, pode ser grave. Portanto, não se deve deixar de fazer a vacina contra o sarampo. Preconiza-se a aplicação da vacina com 1 ano de idade e um reforço aos 18 (dezoito) meses de idade associada (pode ser dada através da vacina tríplice viral ou a vacina quádrupla viral).

Na próxima edição (parte 3),trataremos do nome de todas as vacinas disponíveis nas clínicas particulares de vacinação e quais doenças atualmente são chamadas de imunopreveníveis, ou seja, doenças das quais se protegem com vacinas específicas. Aguardem!

*Médico especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) – SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria)e membro da SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e membro da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).