A vacina contra dengue é criada para prevenir a manifestação do vírus. Como a dengue é um vírus incurável e que pode levar a complicações sérias, dependendo da infecção, a vacina é uma forma de prevenir a doença, principalmente suas formas mais graves (a hemorrágica, por exemplo).
Como há acompanhamento da Vigilância Epidemiológica, seus dados confirmam que os municípios onde se constatou a presença do mosquito transmissor aumentaram bastante no Brasil, assim como o registro da doença aumentou em cerca de 45% de 2017 para 2018.
Atualmente, com a época das chuvas (que têm sido torrenciais), praticamente em todo o território nacional, a tendência de incidência da dengue é aumentar muito mais, com o acúmulo de água limpa e parada no meio ambiente, onde se facilita a reprodução do mosquito.
Vacina importada
Atualmente, apenas uma vacina foi licenciada no Brasil, a desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur, a “Dengvaxia”, que é fabricada em Val de Reuil, na França. Ela é feita com vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos de dengue existentes (DEN 1, DEN, 2, DEN 3 e DEN 4 – recombinante e atenuada).
Ela possui a estrutura do vírus vacinal da febre amarela, o que lhe dá mais estabilidade e segurança. Ela é feita por via subcutânea (embaixo da pele), tem uso pediátrico e adulto, podendo ser feita dos 9 aos 45 anos de idade. São indicadas três doses, sendo cada uma feita a intervalo de seis meses.
Vacinas com o vírus atenuado são aquelas que diminuem a periculosidade do vírus, garantindo que ele não cause doenças, mas sejam capazes de gerar resposta imunológica, fazendo com que o organismo da pessoa reconheça o vírus e saiba como atacá-lo quando a pessoa for exposta à versão convencional.
A eficácia na população acima de nove anos é de, aproximadamente, 66% contra os quatro sorotipos de vírus da dengue. Isso significa que, em um grupo de cem pessoas, 66 evitariam contrair a doença. Além disso, reduz os casos graves – aqueles que levam ao óbito, como a dengue hemorrágica – em 93% e os índices de hospitalizações, em 80%.
Esta vacina não se encontra incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda. Você que tem acima de nove anos já pode se vacinar, somente na Alergoclin Cevac, ou outra clínica particular de vacinação, onde a vacina está disponível.
Vacina nacional
Além da Dengvaxia, o Instituto Butantã está testando uma nova vacina, sendo fabricada no Brasil. O antídoto também é feito com vírus atenuados e está na terceira fase de testes, em que mais de 17 mil voluntários serão observados: dois terços deles receberão a vacina verdadeira e um terço receberá um placebo.
Antes, ela passou por testes clínicos nos Estados Unidos, em 600 pessoas, e, depois, em São Paulo, por mais 300. O plano de fazer os testes agora em todo o Brasil é garantir que as pessoas estudadas tenham contato com todos os sorotipos da doença.
Vacina previne
Estas vacinas só são capazes de prevenir contra o vírus da dengue, não garantindo imunização contra outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como o zika vírus e a febre Chikungunya.
A dengue é uma epidemia e está disseminada em mais de cem países, o que representa metade da população mundial.
Essas vacinas protegem contra os quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo, mas imunidade parcial e temporária contra os outros três.
Embora pareça pouco agressiva, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica e a síndrome do choque da dengue, caracterizadas por sangramento e queda de pressão arterial, o que eleva o risco de morte.
A melhor maneira de combater esse mal é atuando de forma preventiva, impedindo a reprodução do mosquito, e, para aqueles indivíduos de 9 a 45 anos, também tomando a vacina contra a dengue (como dissemos, atualmente disponível somente a Dengvaxia, nas clínicas de vacinação particulares, porque ainda não temos informações sobre a introdução da vacina no calendário do SUS).
Indicações
A vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur só pode ser aplicada no Brasil em pessoas de 9 a 45 anos, faixa etária que representa 70% dos casos no Brasil. Além disso, os testes foram feitos nessa faixa etária, e a segurança da vacina foi comprovada nesses indivíduos.
Contraindicações
Pacientes com HIV ou outras doenças que provoquem deficiência de imunidade, doenças febris agudas e em mulheres grávidas.
Fonte: https://www.minhavida.com.br
* Médico especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), membro da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico da Alergoclin Cevac de Tatuí.