UPA completa rede de saúde, diz secretária

Em menos de três dias, UPA atende quase 400 pacientes (Foto: AI Prefeitura)
Da reportagem

Com a inauguração da UPA (unidade de pronto atendimento), o município conseguiu completar a RUE (Rede de Urgência e Emergência), conforme apontado pela secretária da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins.

Segundo ela, isso significa a reorganização da atenção à saúde em situações de urgência e emergência – ação que permite encaminhar o paciente “de forma coordenada” entre os diferentes pontos de assistência, conforme os fluxos adequados para cada caso.

“Já temos o Samu 192, o Pronto-Socorro – que vai continuar a funcionar – e, agora, também temos a UPA 24 horas, que era uma das peças mais importantes para integrar a rede de atenção às urgências e emergências, desafogando o PS”, observou a secretária.

Conforme levantamento da Saúde, o Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto” atendia, em média, 400 pessoas diariamente. Já a nova unidade de pronto atendimento, localizada na avenida Domingos Bassi, tem capacidade para atender 500 a 600 pessoas por dia.

Somente nos três primeiros dias de atuação, a UPA atendeu 394 pessoas, das quais 323 são adultos e 71, crianças. No sábado, 15, foram prestados 168 atendimentos; no domingo, 16, 152 pacientes passaram pelo local; e outros 74 estiveram na unidade até as 7h desta segunda-feira, 17.

Ela salientou que, a partir da inauguração da UPA – aberta na sexta-feira, 15 –, uma reestruturação no atendimento da Saúde foi iniciada. A unidade de pronto atendimento passou a absorver toda a demanda espontânea, antes destinada ao Pronto-Socorro.

Por sua vez, o PS se transformou em sala de estabilização para emergências, sendo regulado pelo Samu, e a Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”, da Santa Casa de Misericórdia, a funcionar de “porta aberta” às gestantes, em qualquer idade gestacional.

“É uma reestruturação completa para melhor atender à população. Agora, conseguiremos direcionar os atendimentos para equipamentos de urgência e emergência conforme a gravidade dos casos”, reiterou a secretária.

Tirza explicou que, antes da inauguração da unidade, toda demanda espontânea era atendida pelo Pronto-Socorro, inclusive casos considerados menos graves, pelo protocolo de Manchester – os quais poderiam ser atendidos pelas unidades básicas de saúde.

O protocolo consiste em classificar os pacientes que chegam ao hospital em cinco níveis: vermelho, laranja, amarelo, verde e azul. Cada cor simboliza o estado em que o paciente se encontra, determinando assim a gravidade do caso.

Nas classificações vermelha e laranja, existe risco à vida do paciente, e ele precisa ser atendido imediatamente. O amarelo não é considerado emergência, mas o paciente precisa passar logo por avaliação.

Já as classificações verde e azul são consideradas menos graves e de pouca urgência. Nestes casos, os pacientes podem aguardar atendimento ou serem encaminhados a outro serviço de saúde.

“Os casos de emergência – que realmente deveriam ser atendidos no PS – representavam apenas 20% dos atendimentos; os outros 80% dos casos estavam na classificação verde e azul, que, agora, podem ser atendidos pela UPA”, completou a secretária.

O serviço de pronto atendimento está capacitado para atender pacientes com doenças e condições clínicas agudas, de surgimento súbito, que não podem esperar consulta eletiva, mas que não configuram urgência médica.

A UPA funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, e pode resolver grande parte das urgências e emergências. Conforme o Ministério da Saúde, 97% dos casos são solucionados na própria unidade.

“Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Ali, o paciente vai ser avaliado e, de acordo com a necessidade, pode ser encaminhado ao PS para uma avaliação”, explicou a secretária.

De acordo com Tirza, o mesmo ocorre quando em casos de acidente ou quando o paciente é atendido por ambulância do Samu. “Quando o Samu fizer um atendimento, os profissionais de saúde classificam a gravidade do caso e avaliam para aonde levarão o paciente”, acrescentou.

Além de reorganizar o atendimento já existente e completar os serviços de urgência e emergência, Tirza informou ter ampliado os serviços, mesmo durante o período de pandemia, apontando a implantação do “gripário” como uma ação importante da pasta.

“Estamos ampliando a assistência e qualificando o atendimento. Vamos ter o PS para casos graves, as unidades de saúde para a atenção primária e a UPA funcionando com demanda espontânea para atendimento 24 horas, com diversos serviços”, enumerou a secretária.

Um dos serviços oferecidos pela UPA, classificado por Tirza como um diferencial, é a assistência farmacêutica. A unidade conta com farmácia (também 24 horas) para oferecer os medicamentos necessários aos pacientes, conforme receita médica.

No modelo anterior, os medicamentos eram retirados nas farmácias das unidades básicas de saúde. O paciente passava em consulta no OS e pegava a receita do médico, mas precisava retornar à UBS para conseguir o medicamento.

“Na UPA, o paciente já vai ter o medicamento para uso imediato. Caso ele precise de mais, depois, ele pode ir até a unidade de saúde. Mas, ali ele já tem o medicamento para os primeiros dias de tratamento, e a gente entende que isso é muito bom”, disse a secretária.

Ela ainda elencou equipamentos e espaços que fazem parte da estrutura da unidade e darão suporte ao atendimento de urgência e emergência, como raio-X, eletrocardiograma, laboratório de exames e leitos de observação.

Tirza destacou que a UPA conta com uma ala especial para o atendimento de crianças, com inalação, medicação, sedação e consultório médico, tudo separado para público infantil.

“Além dos leitos e equipamentos necessários para as crianças, preparamos uma sala de espera adequada, com materiais lúdicos, brinquedos e conforto para um atendimento diferenciado, com pediatra 24 horas por dia”, adicionou a secretária.

Conforme Tirza, a unidade também conta com sete leitos de emergência para suporte do atendimento e uma equipe responsável pelos primeiros atendimentos, buscando a estabilização do paciente.

“O paciente vai ter ali tudo que é necessário para que fique estabilizado e depois possa ser transferido, ou possa ter alta médica, conforme avaliação. A UPA está totalmente equipada para atender à demanda espontânea, tanto os casos mais leves quanto os mais graves”, reforçou a secretária.