‘Uno’ é palco de espetáculo itinerante que virá a cidade

Grupo Tarto de Teatro desenvolveu projeto itinerante que percorrerá três países a bordo de Fiat Uno

O MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”) recebe nesta sexta-feira, 30, às 14h30, o espetáculo itinerante “Operação Lunáticas”. A apresentação será feita pelo Grupo Tarto de Teatro, de Campinas.

O espetáculo é uma construção dramatúrgica baseada em relatos e vivências do grupo teatral com pessoas diagnosticadas com Alzheimer. Também é inspirado no livro “O Arquiteto e o Imperador da Assíria”, de Fernando Arrabal.

Ele é musicado e montado a partir da “estética do teatro de rua”, na qual os atores utilizam o corpo e a voz a serviço da construção artística no espaço público, ao ar livre. O conceito é o de entender “a própria cidade como dramaturgia”.

No enredo estão: Guilhermina, a mãe, ex-baronesa do café, excêntrica e diagnosticada com Alzheimer, e Estefânia, a afilhada, iletrada, deselegante e destinada a servir.

Com a doença cada vez mais avançada Guilhermina viaja com o único bem que lhe resta, a Clotilde 2.4, o seu carro, na ilusão de alcançar a grandiosa e redonda lua. Diante de tal anseio, Estefânia é obrigada a embarcar nessa “operação lunática”.

Debatendo questões sociais, as duas fazem um passeio pelo universo poético e inerte da existência humana, de uma forma lúdica e singela, levando o público a embarcar com elas nessa insensata aventura em busca de sanidade.

O projeto itinerante percorrerá 29 cidades em três países. A proposta é a interação entre linguagens distintas em diálogo direto com o público. Dentro desse espectro de aproximação, o grupo apresenta um espetáculo descrito como a acontecer “dentro e fora”, e em todas as partes, de um Uno/95, batizado de Clotilde 2.4. O carro/palco foi elaborado no estilo teatro mambembe.

O grupo parte de Campinas e vai até a Argentina e Paraguai, onde tem parceiros na área teatral. A trupe tem como foco a investigação da linguagem cênica a partir do trabalho do ator, acreditando na trans(formação) pela arte. Nessa “séria brincadeira de abrir cortinas”, fazem um passeio pelo universo poético que é o teatro e se tornam, por vezes, eternas crianças.