E foi definido o primeiro projeto municipal, de responsabilidade do Executivo, a ser concretizado com a verba destinada pelo Estado aos Municípios de interesse Turístico (MITs), dos quais passou a fazer parte.
Tatuí integra seleto grupo de apenas 20 cidades no Estado a ganhar o reconhecimento e, consequentemente, recursos para aprimorar ainda mais sua vocação turística – e cultural, naturalmente.
Esse primeiro projeto, embora já aprovado pelo Conselho Municipal de Turismo, ainda deve ser ratificado pelo próprio Estado, assim garantindo-se o recurso de pouco mais de R$ 300 mil para este ano (reportagem nesta edição).
A proposta inicial de investimento corresponde à revitalização da praça Martinho Guedes, conhecida como Praça da Santa – aprovada por unanimidade pelos conselheiros.
As justificativas da escolha ressaltam a importância do local – especialmente, na época do Natal – sua tradição, localização central, possibilidades de uso, necessidade de reforma e, claro, a urgência em se garantir o recebimento dos recursos, que não são acumulativos para o próximo ano.
Por estes aspectos, ótimo! Que a revitalização se conclua da melhor forma possível e venha a se tornar mais uma atração turística da Capital da Música.
Além disso, contudo, apenas um aspecto seria extremamente oportuno ser observado para a elaboração de futuros projetos: a identidade do município, suas tradições e, especialmente, sua virtude maior – a qual, aliás, em última instância, garantiu o reconhecimento como MIT. Essencialmente, isto configura-se em “música”. Afinal, Tatuí é conhecida como “Capital da Música”!
Um belo e prático exemplo neste sentido, no de (bem) explorar o potencial de interesse de cada localidade, foi dado justamente pelo secretário do Turismo do Estado, Laércio Benko, quando em visita a Tatuí.
Naquela oportunidade, evidenciou o secretário: “A elevação de Tatuí como MIT (Município de Interesse Turístico) representa uma pepita de ouro entregue de presente à cidade, e cabe aos políticos locais embalá-la corretamente antes de entregá-la à população”.
“Não adianta comprar o anel com o melhor ouro do mundo, de 24 ou 25 quilates, e embrulhá-lo em papel de pão. Precisamos pegar e colocá-lo em boa embalagem, e vamos transformá-lo em produto atrativo”, resumiu.
Conforme o titular do Turismo do Estado, cabe à cidade a criação de uma “marca própria”, que seja de fácil identificação entre os visitantes e torne-se diferencial para quem vem até a cidade, gerando publicidade espontânea.
“No maior destino do mundo, as pessoas vão para ver um rato, e está instalado na Flórida, nos EUA, onde só tem pântano e jacarés. Tudo é uma questão de marca”, citou o secretário, em referência ao Walt Disney World Resort.
Benko ainda comentou sobre a cidade de Joanópolis, localizada na região de Bragança Paulista. O município investiu na fama de ser a “Terra do Lobisomem”.
Por ano, recebe cerca de R$ 2,2 milhões, do Estado, por ser uma estância, e investe forte na infraestrutura e em atrativos turísticos, que vão desde pessoas fantasiadas como lobisomens até a manutenção de casarões do período colonial e de tradições da cultura caipira.
“A Prefeitura de lá coloca pessoas fantasiadas nas praças, todo o comércio usa desenhos do lobisomem, os moradores contam causos. Todo mundo que vai para Joanópolis quer tirar fotos com o lobisomem, e mostram instantaneamente nas redes sociais”, reforçou.
Outra correta e justa iniciativa de se aproveitar as características locais está sendo, exatamente, encabeçada por Tatuí, junto a outras sete cidades próximas, por meio da criação de uma nova microrregião a compor o Mapa Turístico do Estado de São Paulo.
Representantes desses municípios estiveram reunidos no MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”), dia 29 de junho, para a primeira oficina permanente voltada às discussões em prol do desenvolvimento turístico regional.
O evento é o primeiro de uma série de requisitos que os municípios precisarão cumprir para a formalização do pedido junto ao governo do Estado.
São Paulo possui 15 macrorregiões. Tatuí pertence à RT (região turística), denominada Itupararanga Sorocabana, considerada grande por reunir 32 municípios.
Buscando maior autonomia, o município propôs união a 16 cidades do entorno. A ideia é que eles participem de oficina regional, sempre buscando o desenvolvimento turístico a partir de “características similares”.
Com nome sugerido de “Raízes do Interior Paulista”, a nova microrregião proposta por Tatuí poderia ser composta por cidades vizinhas ou próximas. A proposta será formalizada com a entrega, ao Estado, do termo de adesão ao programa de regionalização.
“Como Tatuí tornou-se referência, nada mais justo nós compartilharmos isso com cidades vizinhas, de as fortalecermos e criarmos um circuito turístico regional”, afirmou o secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli.
O entendimento do secretário é pela convergência dos interesses e consolidação de um calendário regional. Por meio dele, a microrregião poderia explorar os potenciais de cada cidade, de modo a atrair mais turistas e divisas.
“Este circuito regional é o que vamos chamar de ‘Raízes do Interior Paulista’. Este é um nome provisório, que vamos propor para os representantes, para que tenhamos mais força para chegarmos às instâncias”, informou Sinisgalli.
Novamente, ótimo! Que mais esse projeto tenha sucesso – não obstante, sem jamais perdermos o ritmo, e, entre todos os sentidos, priorizemos a audição para o que temos de único e melhor: a música – lembrando que o título de MIT não é consolidado, mas renovado – ou não – periodicamente.
Portanto, jamais poderíamos levar susto de algum lobisomem e arriscar esse grande privilégio no futuro. Melhor espantar as assombrações da concorrência com belas e exclusivas notas musicais que só a Capital da Música pode fazer soar.