Raymundo Farias de Oliveira
Não me perguntem quantos anos eu tenho.
Não me perguntem quantas amigas e amigos
partiram para o outro lado do tempo.
Não me perguntem quantas belas adormecidas
eu acordei na paz das madrugadas
ao som do meu violão apaixonado.
Não me perguntem quantas venezianas
se abriram e quantos olhos rasos d’água
me contemplaram sob o luar.
Não me perguntem quantos beijos recebi
ao longo da vida com o coração
estremecendo de emoção!
Não me perguntem, por favor, quantos anos eu tenho.
Mas perguntem-me quantas madrugadas eu vivi.
Talvez um milhão…
Um milhão de madrugadas!…