AI Conservatório / Kazuo Watanabe
A Cia. de Teatro e o Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí estreiam hoje, domingo, 27, às 18h, a segunda temporada do musical infantil “Um Chorinho para Dona Baratinha”. A apresentação tem entrada franca, no teatro “Procópio Ferreira”, à rua São Bento, 415.
No espetáculo, que tem direção de Carlos Doles, a Cia. de Teatro e o Grupo de Choro recontam o popular “O Casamento de Dona Baratinha” em uma versão “divertida”.
Voltado ao público infantojuvenil, “o espetáculo agrada a todas as idades e teve, na estreia da primeira temporada no ano passado, todas as apresentações esgotadas”, acentua a assessoria de comunicação da escola.
Com texto de Pedro Murad e coordenação de Carlos Ribeiro e Alexandre Bauab Jr., a produção de “Um Choro para Dona Baratinha” envolve cerca de 40 pessoas, entre atores, músicos e equipe técnica. Indicado para todas as idades – em especial, o público de 5 a 12 anos -, o espetáculo é o primeiro trabalho em conjunto da Cia. de Teatro e do Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí, dois dos mais importantes da instituição.
A produção foi iniciada em 2011, quando o dramaturgo Murad foi contatado pelo coordenador do Grupo de Choro, Bauab Jr.
“Vi a produção do espetáculo no Rio de Janeiro e imaginei que ele seria ideal para unir o grupo de choro aos atores do setor de artes cênicas. O Pedro Murad autorizou a utilização do texto e, pela primeira vez, fizemos um musical didático, com arranjos e concepção cênica do Conservatório de Tatuí”, disse ele.
O espetáculo inclui clássicos do choro, como obras de Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth, apresentados para crianças com letras atuais.
No programa do espetáculo, estão as obras “Atraente” e “Gaúcho” (de Chiquinha Gonzaga), “Batuque” (Henrique Alves de Mesquita), “Dionísio, Olha o Baixo!” (Candido Pereira da Silva), “Nostalgia de Plutão” (Cícero Telles de Menezes), “Brejeiro” (Ernesto Nazareth), e “Flor Amorosa” e “Lundu Característico” (Joaquim Callado).
As composições são apresentadas pelo Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí, que divide o palco com os atores, em cenário concebido por Jaime Pinheiro.
O espetáculo conta a história de dona Baratinha, que, rica e solteira, está decidida a se casar. Em busca de companheiro, ela sai pela floresta à caça do marido ideal. Cinco pretendentes aparecem.
Para impressionar a protagonista, eles vão incorporar “vícios morais” e falar de vaidade, ganância, amizade e amor. O roteiro também aborda valores como honestidade, caráter, respeito e amizade.
Segundo Doles, a partir de questões suscitadas pelos atores e direção durante o processo de pesquisa e estudo do texto, surgem as motivações estéticas que impulsionam a montagem.
“Primeiro, a trilha sonora, que já nos transporta para um clima de elegância, nostalgia e delicadeza. A suavidade e molejo propostos por choros clássicos nos remetem a outra época; segundo, pelas próprias indicações do texto, que trata, essencialmente, da busca de um amor verdadeiro, esbarrando nas questões clássicas do relacionamento humano: inteligência, beleza, poder, dinheiro, amor entre outras”, afirma.
O diretor destaca “a opção pelo impacto visual do espetáculo e pela humanização das figuras, tendo o choro e sua história como norteadores”.
“Partindo da ideia do processo colaborativo na construção estética da peça, chegamos a um apurado e interessantíssimo plano de figurino e cenário”, comentou.
“Os figurinos partem essencialmente de duas bases: o charme das décadas de 20 e 30 e as características animalescas das personagens. O cenário parte da ideia da urbanização e das características das personagens. Por meio de um cenário repleto de recortes, de fragmentos de espaços, e até fragmentos dessas figuras, emite-se uma opinião própria que mescla tempos idos com questões pungentes da vida contemporânea e da velocidade e fragmentação das informações”, destaca o diretor.
Elenco
No elenco, estão Dalila Ribeiro (Baratinha), Léo Camargo (Grilo), Hugo Muneratto (Boi), Adriana Afonso (Burro), Phellipe Souza (Pavão), Carlos Ribeiro (Ratão), Rebert Nunes (dono do Café), Daniele Silva e Fernanda Mendes (Periquita), Rogério Vianna (Sapo), Lucimara Portela (Aranha), Jeferson Rodrigues (Urubu), Roberta Marcondes (Marreca), Nicoli Costa e Maria Taddei (Joaninha).
A preparação corporal e coreografias são de Ludmila Castanheira; os figurinos, de Carlos Agostinho (com costura de Maria José da Silva e adereços de Valdirene Ricci); o cenário é de Jaime Pinheiro; a iluminação, de Marcos Caresia; e a maquiagem, de Dalila Ribeiro e equipe da Oficina de Maquiagem.
O Grupo de Choro do Conservatório de Tatuí é formado por Alexandre Bauab Jr. (coordenação e Violão 7 Cordas), Altino Toledo (bandolim), Marcelo Gonçalves (cavaquinho), Rodrigo Moura, Rafael Chieffi (percussão), Everton Rodolfo Campos (flauta transversal) e Guilherme Henrique dos Santos (trombone).
