UBS do Tóquio ‘esbarra’ em burocracia, mas deve sair





Promessa de duas campanhas eleitorais (do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, e do vereador André Marques), a construção do posto de saúde do Jardim Tóquio deve, finalmente, sair do papel. Quem informa é o próprio prefeito.

A O Progresso, Manu afirmou que a administração esbarrou em burocracia para viabilizar a UBS (unidade básica de saúde). No entanto, enfatizou – por mais de uma vez – que o posto será entregue para uso da região.

Tema recorrente de debates na Câmara Municipal, a unidade estava programada para ser inaugurada no segundo semestre do ano passado. Ainda em 2014, Marques “atualizou” o prazo.

Na época, informou que a Prefeitura tinha registrado problemas de ordem financeira, por conta de pagamento de débitos parcelados de serviços de coleta de lixo e construção do anel viário.

Neste mês, o parlamentar voltou a abordar o assunto. Em sessão da noite do dia 12, ele pediu paciência à população. O petista alegou que a Prefeitura teve queda na arrecadação.

Moradores do bairro que acompanharam a ordinária discordaram. A principal reclamação dos moradores é o fato de o prefeito ter visitado o local, conversado com a população e divulgado que as obras teriam início.

“Chegaram a publicar na internet, mas nada aconteceu”, declarou Elaine Raulino. A moradora também apresentou queixa ao vereador Luís Donizetti Vaz Junior a respeito de mato alto e presença de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em um terreno do bairro.

O assunto foi debatido na mesma sessão pelo parlamentar, que mencionou requerimento apresentado por Alexandre de Jesus Bossolan. No documento, Bossolan cobra informações a respeito da construção da unidade básica de saúde.

À reportagem, Manu declarou que a construção da unidade (uma adaptação de um prédio existente) não começou por conta de burocracia. Também afirmou que a demora em dar início às obras não está relacionada à falta de recursos.

“Se eu for pegar tudo que eu tenho que fazer na cidade e colocar nas costas da falta de recurso, não vou fazer nada. É o que eu falo: tem que ter muita habilidade. Hoje, praticamente, está no ponto de iniciar a licitação”, informou.

A Prefeitura previa realizar obras mínimas no prédio que abrigará a unidade. Por essa razão, entendia que não precisaria contratar empresa especializada. Dessa forma, dispensaria licitação.

Entretanto, com a vistoria do local e a conclusão do projeto de adaptação, o Executivo constatou que seria necessário realizar mais mudanças que o previsto inicialmente e, portanto, fazer licitação.

“Nós temos que adequar o prédio para um posto de saúde. Eu, realmente, fui até o bairro a pedido da liderança, que nos passou reivindicações”, disse o prefeito.

Entre elas, está outra adaptação na Creche Municipal “Fortunata da Silva Sá”, na rua Professor Celso Vieira de Camargo. O projeto da Prefeitura é de mudar a entrada principal da unidade de ensino. “Pretendemos realizar essa alteração com o nosso próprio pessoal, sem termos que contratar”.

Para a unidade de saúde do bairro, o prefeito afirmou que precisa realizar licitação. O procedimento é considerado “praxe” pela Prefeitura, mas segue prazos.

“Isso demora um tempo. Nós falamos, realmente, que iríamos iniciar na semana seguinte, mas, infelizmente, não concluímos a licitação”, afirmou.

A expectativa do prefeito é de que a Secretaria Municipal da Administração conclua o processo ao longo desta semana. Manu citou que, “quanto mais rápido houver a definição da empresa vencedora, mais cedo será concluída a obra”. “É algo rápido de ser feito. Nossa previsão é que não deve demorar”.

O custo estimado para as adaptações é de R$ 100 mil. Contudo, o prefeito disse que o setor de engenharia ainda não havia divulgado o valor “fechado”. “Ainda não tenho a planilha, mas deve ser algo nesse patamar”, comentou.

Para adaptar o prédio para uso como UBS, Manu comentou que a Prefeitura precisa, antes, mudar a entrada da creche. Conforme ele, o portão da unidade de ensino infantil fica situado na frente do futuro posto de saúde do bairro.

“Como a região tem um movimento muito intenso de carros (por conta dos pais que vão buscar os filhos), vamos transferir a entrada dela para a rua lateral”, disse.

Na UBS, as alterações na estrutura do imóvel dependem da conclusão de licitação. “Como é uma adequação interna e uma UBS tem suas particularidades, preciso desse processo. Minha vontade era começar, mas bateu na Secretaria de Administração”, justificou.

A Prefeitura informou que a região do Jardim Tóquio compreende 5.300 moradores. Em 2013, relatou que o novo equipamento serviria como referência ao atendimento de saúde para cerca de 6.000 pessoas, já que pretende contemplar a população de outros bairros, como Europark e Residencial Astória.

Também no primeiro ano de gestão, Manu nomeou uma comissão permanente para acompanhar o processo de implantação da unidade. A Prefeitura pretendia ficar com toda a reforma estrutural, com adaptações na parte civil, elétrica e hidráulica, além de compra de mobiliário e equipamentos.

Na época, a administração iniciou o levantamento orçamentário e planejamento, e a Secretaria Municipal da Saúde anunciou o cadastramento da nova equipe do PSF (Programa Saúde da Família), junto ao Ministério da Saúde.