Trio Opus 12 lança novo CD em Tatuí­





Christian Maldonado

Depois de conquistar plateia numerosa, músicos de trio originado em 1977 realizam concerto na cidade

 

Formado pelos violonistas Paulo Porto Alegre, Daniel Murray e Chrystian Dozza, o Trio Opus 12 faz lançamento do CD “Divertimentos” neste mês. A apresentação aconteceu no auditório da Unidade 2 do Conservatório de Tatuí. O recital terá entrada franca no próximo dia 26, um sábado, às 19h, à rua São Bento, 808.

Reconhecido como um dos mais importantes agrupamentos violonísticos brasileiros da atualidade, o Trio Opus 12 interpreta obras de uma geração de violonistas compositores brasileiros considerada excepcional. São músicos nascidos no início da década de 50.

Fundado em 1977, o trio era originalmente formado por Paulo Porto Alegre, Oscar Ferreira de Souza e Clemer Andreotti. Foi o primeiro grupo brasileiro nessa formação. O trio realizou concertos por todo o Brasil conquistando plateia numerosa.

Em 1982, gravou o primeiro LP “Trio Opus 12”, com obras originais para trio de alaúdes e peças do período clássico e moderno. O trabalho ganhou reedição no formato digital em 2013. Esse LP tornou-se o primeiro disco independente de música erudita no Brasil.

Em 2006, o trio gravou o CD duplo “Retratos de Radamés”, com o Núcleo Hespérides – Música das Américas, com patrocínio da Petrobrás Cultural.

Aos músicos foram dedicadas obras de diversos compositores. Entre eles: Eduardo Fernandez, Guido Santorsola, Lívio Tragtemberg, Paulo Porto Alegre e Radamés Gnattali.

Atualmente, recebeu prêmio via ProAC (Programa de Ação Cultural), em 2014, para gravação de disco inédito de música instrumental. O CD tem repertório contemporâneo de compositores violonistas brasileiros nascidos no início da década de 50 (Sérgio Assad, Paulo Bellinati, Marco Pereira e Paulo Porto Alegre).

Conforme a assessoria do grupo, “esses compositores tiveram em comum uma formação erudita e popular que os notabilizou como os mais importantes de sua geração, e que trouxeram uma nova ótica para a música instrumental brasileira”.

Paulo Porto Alegre é violonista e compositor. Venceu o V Concurso Internacional de Violão Palestrina (1979), o III Concurso Internacional de Violão do Festival Villa-Lobos (1984) e o Première Mention do Concours International de Composition de l’ORTF (Paris – 1986).

O músico é reconhecido pelo ecletismo de seu repertório, que vai do clássico ao contemporâneo, da música popular brasileira ao jazz.

Foi solista com os principais regentes brasileiros e apresentou-se em diversos países como solista e camerista (Brasil, Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha e China).

Sua discografia inclui dois LPs e dez CDs, sendo os dois últimos – “Varandeio”, disco solo autoral, e “Trio Opus 12: Divertimentos – música brasileira para trio de violões” –, premiados pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo com o ProAC 2012 e 2014.

No ano de 2013, Paulo foi homenageado juntamente com Julian Bream no IV Festival Internacional de Violão Leo Brouwer, por sua contribuição ao violão brasileiro. É membro fundador do Núcleo Hespérides (Música Contemporânea das Américas) e do Trio Opus 12 de Violões, e professor titular da Emesp (Escola de Música do Estado de São Paulo) e da Escola Municipal de Música de São Paulo.

Daniel Murray é considerado um dos mais talentosos violonistas de sua geração. Mestre em técnicas estendidas (técnicas não tradicionais, a partir das quais são produzidas novas sonoridades no instrumento), ele desenvolve não só uma ativa carreira como interprete, mas como arranjador e compositor.

Apresenta-se como solista e camerista no Brasil e no exterior, ao lado de outros célebres violonistas e músicos brasileiros. Daniel gravou sete CDs dos quais se destacam “Universos Sonoros”, para violão e tape (2008), “Autoral” (2015) e “Universos em Expansão…” (2015); sendo este último, premiado pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo com o ProAC 2014.

Murray atua no limiar e em trânsito entre dois universos: o erudito e o popular. Suas composições e interpretações refletem essa experiência múltipla e contemporânea, característica de nossos tempos. Atualmente, ele é professor da Emesp.

Chrystian Dozza gravou em 2005 seu primeiro CD, intitulado “Songs from the Land”, lançado em 2006 na série Projeto Violão no Masp (Museu de Artes de São Paulo), idealizada pelo professor Henrique Pinto. Dozza ganhou o 1o Concurso Novos Talentos da Música Erudita, promovido pelo Centro de Cultura Judaica e venceu o Concurso Nacional de Violões Musicalis 2007.

No ano de 2009, foi convidado a fazer parte do Quaternaglia Guitar Quartet, um dos mais importantes quartetos de violão da atualidade. Ao lado do Quaternaglia, realizou turnês pelos Estados Unidos, Europa e Austrália.

Seu segundo CD, intitulado “Fantasia Mineira”, foi lançado em 2010. O disco conta com “fantasias sobre temas de Milton Nascimento e composições de sua autoria”. O terceiro CD, lançado em 2015, tem composições próprias.

Desde 2013, Dozza integra a nova formação do Trio Opus 12. Ele também dá aulas na Emesp.