Da redação
Três participações, três títulos. Esse é o retrospecto da corredora Luciana Aparecida da Silva na Corrida Rural Diniz Pollo. Contudo, a pandemia impediu que, em 2020, a tatuiana tivesse a chance de conquistar o tetracampeonato da “São Silvestre Caipira”, tradicionalmente promovida no bairro dos Mirandas.
A atleta de 45 anos, que começou a correr em 2016, com a intenção de perder peso e ter uma vida mais saudável, competiu e venceu a tradicional prova do município nos anos de 2017, 2018 e 2019. “Subi no ponto mais alto do pódio as três vezes. Desta vez, a corrida não foi realizada, e foi uma dor no coração”, lamenta.
A O Progresso, no início de dezembro, Cassiano Sinisgalli, secretário municipal do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, afirmou que a intenção seria promover a 18a edição da corrida no dia 27, último domingo do ano. Contudo, ele já reconhecia que “dificilmente” o evento seria realizado em 2020.
Inspiração da prova tatuiana, a Corrida Internacional de São Silvestre, realizada anualmente no dia 31 de dezembro, em São Paulo, foi adiada pelos organizadores pela primeira vez em 95 anos.
Em 2021, a “São Silvestre” está agendada para o dia 11 de julho, com a possibilidade de uma segunda edição no último dia do ano. Porém, os organizadores já estão estudando a hipótese de um eventual novo adiamento.
Servidora pública municipal da área da Saúde, Luciana afirma ter consciência do que o país e o mundo estão enfrentando durante a pandemia e, por conta disso, não tinha esperança de que as provas fossem promovidas.
Ela lembra que nenhuma edição da São Silvestre, disputada na capital paulista, havia sido cancelada, inclusive durante o período da Segunda Guerra Mundial.
“Somente o coronavírus conseguiu adiar essa prova. Neste ano, pode haver duas edições, mas ainda estou duvidando que vão acontecer”, observa a corredora.
Luciana possui experiência na principal corrida do Brasil. No último dia de 2018, a atleta participou pela primeira vez da São Silvestre. A edição 94 da prova contou com a presença de 30 mil corredores, cerca de 20 mil homens e 10 mil mulheres.
A tatuiana fechou a corrida feminina na categoria 40 e 44 anos em segundo lugar, com 1h10m42s. Ficou atrás apenas de Evanilda Ruas Novais Ferreira, que correu pela equipe Ultra Esportes e fechou a prova em 1h10min34s. Na classificação geral, que soma resultado de todas as competidoras, Luciana obteve a 48ª posição.
“A prova é maravilhosa. Mesmo com aquela quantia de gente e iniciando no pelotão geral, eu não imaginava que ficaria na 48a posição geral”, expôs. “Na hora da largada, quando começou a tocar a música da São Silvestre, por pelo menos um quilômetro, eu corri chorando. É algo muito emocionante”, relembra.
Em 2020, Luciana participou de duas corridas oficiais. Os dois eventos esportivos aconteceram antes do início da pandemia, em Cerquilho. No dia 18 de janeiro, ela disputou a 1a Corrida Noturna do Residencial Vitória e, no dia 31 do mesmo mês, o 21o “Caminhando com Saúde”.
Nas duas provas, as “Lucianas” alcançaram “dobradinhas”, garantindo Tatuí nas duas primeiras posições das disputas femininas. Luciana Aparecida da Silva ganhou as duas corridas de cinco quilômetros – tricampeã do Caminhando com Saúde -, seguida da corredora tatuiana Luciana Ramos Marques, na segunda posição.
Na sequência, tinha a Corrida de Aleluia, em São Roque, no mês de abril, como “prova alvo”. A atleta chegou a se inscrever para participar, mas, a partir de março, com o início da pandemia, essa e outras corridas foram canceladas.
No período da quarentena, de forma individual, ela continuou fazendo corridas, sem grandes esforços. “Os treinos durante o ano foram um pouco mais amenos, de rodagem, para não cair muito o rendimento. Mesmo assim, ainda não é a mesma coisa. O atleta que não tem a prova alvo não costuma seguir uma planilha de treinamentos”, conta.
No último trimestre do ano, Luciana participou de três “treinões”, em datas alusivas ao Outubro Rosa, Novembro Azul e Natal, organizados pela equipe de corrida de rua de Tatuí Evolution Running.
“Não participei de nenhuma corrida virtual. Sou muito competitiva e gosto das provas presenciais, para aguardar o dia da corrida, acordar cedo sentindo aquela adrenalina, e poder correr com os adversários para dar o melhor”, confessa a corredora.
Luciana afirma que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, acredita ter sido um ano de crescimento pessoal. Contudo, reconhece sentir falta das corridas presenciais.
“De vez em quando, dou uma olhada nos vídeos e fotos das corridas, me dá um aperto no coração e uma saudade. É muito bom fazer os treinos pensando na corrida, quais estratégias seguirá, o que vai comer e quais atividades devem ser feitas para uma melhor performance”, conta.
“Em 2020, ficamos afastados, e isso ficou no ar. É dolorido, mas acho que é tudo para crescermos, para o nosso bem. Vamos torcer para que dê tudo certo no final e, logo, vamos estar todos reunidos”, concluiu a corredora.