Da redação
Há um mês com as atividades suspensas como medida de prevenção ao contágio da Covid-19, o projeto social “Bom de Bola, 10 na Escola” buscou uma alternativa para manter os atletas ativos durante a quarentena.
Diego Rodrigo de Oliveira Medeiros de Barros, ex-jogador profissional de futebol e idealizador do projeto, decidiu promover os treinamentos através de videoconferências.
Utilizando a plataforma “Zoom” e transmissões ao vivo, via redes sociais, Barros possibilita, por meio de celulares e computadores, que os atletas do Bom de Bola possam treinar durante a semana.
Os treinamentos são ministrados por diferentes profissionais da área esportiva. Sem os materiais disponíveis em atividades realizadas no estádio “Professor José Simeão Sobral”, na vila Jurema, são feitas adaptações com objetos que as crianças têm em casa.
Os primeiros treinos aconteceram na tarde da primeira segunda-feira do mês, 6. Às 15h, com papel e caneta, Nelcírio Franchin, preparador de goleiros da categoria sub-17 do Corinthians, ministrou uma aula aos arqueiros do Bom de Bola.
Uma hora depois, o treino foi dado por Antônio Júnior, preparador físico do Operário de Várzea Grande, com passagens por Remo e Boa Esporte. Os atletas precisaram usar um colchonete, almofada ou toalha e cinco obstáculos, como garrafas pet, cones, pratos descartáveis ou chinelos.
No dia seguinte, Franchin realizou novo treino aos goleiros que, dessa vez, precisaram de bola, colchonete e cadeira ou banco. Na quarta-feira, 8, o ex-jogador profissional Almir Dias, com passagens por Portuguesa, São Bento, Guarani e Ferroviária, fez a atividade com uma bola e cinco obstáculos.
Ex-atleta do Tuna Luso, América e Nacional, e atual preparador físico da escola XI Garotos do Piqueri, em São Paulo, Alex Rava promoveu o treinamento de quinta-feira, às 19h30. Não houve treino no dia seguinte, feriado da Sexta-Feira Santa.
Na semana seguinte, segunda-feira, 13, às 16h, Barros e Antônio realizaram um treinamento no qual os atletas precisaram de uma bola, além de um cabo de vassoura, colchonete, garrafa pet ou outro objeto que pudesse demarcar o piso.
À noite, a partir das 20h, os educadores físicos Luciana Gonçalves e Jonatan Andrade e a fisioterapeuta e instrutora de pilates Najla Rodrigues promoveram uma série de atividades aos atletas e familiares deles.
Wesley Melika, ex-atleta do São Bernardo, Primavera e Penapolense, ministrou o treino de terça-feira, 14, às 19h30. Atualmente, ele atua como professor da escola de futebol CT Cruzeiro, em Indaiatuba).
Na quarta-feira, 15, aconteceram quatro treinos: às 15h, com o preparador de goleiros Franchin; às 16h, com o preparador físico Antônio; às 18h, com o professor e ex-jogador do Remo Rafael Andrade; e às 20h, com Luciana, Najla e Jonatan. Barros ministrou a atividade no dia seguinte, às 19h.
No mesmo horário, na sexta-feira, 17, Barros faria uma avaliação com os atletas, para que eles aplicassem os exercícios que fizeram na semana. Às 20h, Luciana, Najla e Jonatan realizariam demonstrações de atividades físicas (após o fechamento desta edição, às 17h).
O treinador do Bom de Bola conta que a ideia surgiu por meio de atletas da equipe. Selecionados em avaliação técnica da ASF/Magnus, três jogadores da sub-8 estavam utilizando a mesma plataforma para treinos, pois as atividades em Sorocaba também foram suspensas.
“A ideia é manter as ‘lives’ até quando os nossos treinos puderem voltar. A cada semana tenho buscado amigos, profissionais da área esportiva, para estarem conosco”, revelou Barros.
Conforme o idealizador do projeto social-esportivo, os atletas gostaram da alternativa encontrada para este período e, inclusive, os pais deles têm participado das atividades transmitidas pela internet.
Barros afirma que, normalmente, somente alguns pais costumavam levar as crianças aos treinos e jogos. Porém, neste momento, muitos deles têm realizado os exercícios com os filhos e tendo a oportunidade de praticar atividades físicas que não eram possíveis dentro da rotina.
“Os pais pouco participavam e a maioria dos atletas vinha aos treinos sozinha. Mas, isso tem mudado nas últimas semanas. O envolvimento familiar será algo positivo que iremos levar disto que estamos passando”, declarou.
De acordo com o treinador, tanto os atletas como os pais entenderam que “o Bom de Bola não está de braços cruzados e busca, de alguma forma, levar um pouco do trabalho até a casa deles, através de profissionais do esporte, para uma troca de informações”.
“Dentro da nossa atual realidade, estamos tentando fazer o que é possível. Via internet, temos ido até eles e o saldo tem sido muito positivo”, concluiu Barros.