Transmissão vertical do vírus HIV em Tatuí é zerada e ‘reconhecida’

Cidade recebe prêmio pela eliminação da contaminação gestacional

Rosana Oliveira recebe o prêmio “Luiza Matida” em São Paulo (Foto: Divulgação)
Da reportagem

Por meio do Ambulatório de Infectologia, da Secretaria Municipal de Saúde, a prefeitura recebeu, no dia 25 de outubro, o Prêmio “Luiza Matida” pelo combate da transmissão vertical do vírus HIV em Tatuí (Imunodeficiência Humana).

A premiação aconteceu em São Paulo, durante a 8ª Semana Paulista de Mobilização Contra a Sífilis e Sífilis Congênita, e contou com cerca de 236 municípios do estado, que atingiram indicadores selecionados para a redução ou eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Tatuí, naquele ano, a cidade não havia registrado nenhum caso de HIV passado de mãe para filho entre o período gestacional e de amamentação.

Tatuí esteve representada na premiação pela coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Rosana Oliveira, que destacou o reconhecimento da cidade como uma conquista de equipe. Ela enalteceu também o esforço dos funcionários da Saúde na “luta diária no combate da transmissão vertical do vírus HIV”.

“Agradecemos os profissionais envolvidos no programa, que atuam diretamente na contenção e eliminação da transmissão vertical do vírus, cumprindo os protocolos de tratamento e prevenção”, declarou.

O prêmio foi idealizado pelo Programa Estadual DST/Aids-SP, e homenageia a médica pediatra e sanitarista Luiza Harunari Matida, falecida em 2014, por seu trabalho durante 20 anos no Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP, da Secretaria de Saúde do estado, e pela elaboração de políticas públicas e ações que realizou no controle da sífilis, as quais contribuíram para a redução dos casos no estado.

Prevenção

De acordo com a secretária municipal de saúde, Roseli de Fátima Mocchi, a prática do aconselhamento a gestantes desempenha uma função importante no diagnóstico da infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis.

Ela conta que o trabalho pela equipe multidisciplinar de saúde é iniciado no momento que a gestante procura por seu primeiro atendimento de pré-natal.

Nesse primeiro contato, explica Roseli, são realizados testes rápidos de identificação dos vírus HIV, sífilis e hepatites A e B, com o objetivo de diagnosticar e tratar em tempo a transmissão.

“Quando temos um teste com resultado reagente, imediatamente damos continuidade na investigação.  Apresentando resultado confirmatório, iniciamos o tratamento, pelo qual são ofertados todos os exames e antirretrovirais descritos em protocolos do Ministério da Saúde”, explica.

E acrescenta que a gestante é monitorada durante todo o período gestacional, sendo assistida, no parto, pela equipe multidisciplinar até o nascimento do bebê. Após, os cuidados continuam, com a realização de atendimento especializado, por meio de exames e do oferecimento de fórmula láctea na primeira mamada da criança, em razão de a mãe não poder amamentá-la.

A criança ainda recebe acompanhamento pela equipe multidisciplinar durante os 18 meses seguidos até receber alta do ambulatório.

“Ela (a criança) recebe toda assistência e a realização de exames conforme o protocolo nacional. E, se o último exame vier negativo, ela terá alta do Ambulatório de Infectologia”, explica.

De acordo com o ambulatório, a cidade possui, em média, 480 pacientes em tratamento pelo vírus HIV, sendo acompanhados periodicamente pelo órgão de saúde. Os medicamentos indicados também são oferecidos gratuitamente.

Roseli explica que a cidade também oferece campanhas periódicas de conscientização à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, por meio de palestras nas redes básicas de saúde, em projetos nas escolas e mídias sociais.

Além disso, são realizados testes rápidos para atestar a presença do vírus e a distribuição gratuita de preservativos e métodos contraceptivos em todas as unidades básicas de saúde.