A transferência da linha de produção da Westglass de Tatuí para a cidade de Iperó gerou discordância entre vereador e Executivo. Alexandre de Jesus Bossolan (DEM) afirmou, na sessão ordinária da semana passada, terça-feira, 24 de junho, que Tatuí estava prestes a perder uma indústria por “falta de incentivos”. Já a Prefeitura contestou a informação.
Durante discussão de requerimentos, Bossolan fez uso da palavra livre para fazer uma “denúncia”. Ele conclamou os “órgãos de imprensa” para verificarem uma situação que classificou como “injusta”.
Segundo ele, o município estaria prestes a perder a fábrica da Westglass, situada no Jardim Lucila, para a cidade de Iperó. O vereador afirmou que os proprietários estariam enfrentando dificuldades, por conta de denúncias apresentadas por moradores do bairro (barulho e fumaça), que necessitariam de um terreno para se mudar e de incentivos para transferir a unidade.
Ainda conforme Bossolan, os proprietários teriam procurado a Prefeitura para obter apoio e tentar evitar a mudança de cidade. Entretanto, eles “sequer teriam sido atendidos pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu”.
De acordo com o vereador, Manu teria encaminhado a questão para o secretário municipal da Indústria e Desenvolvimento Econômico e Social, Ronaldo José da Mota, que também não teria conversado com os representantes da fábrica.
O vereador afirmou que tinha conhecimento de que a empresa era alvo de “várias denúncias”. Segundo ele, as reclamações giravam em torno do barulho provocado pela produção. A empresa atua com processamento de vidro.
Bossolan afirmou, porém, entender que o Executivo poderia tentar achar uma solução. O vereador disse que era necessário auxiliar os proprietários de modo a evitar uma demissão de 40 trabalhadores, por conta de uma transferência.
Na semana passada, ele sugeriu que a Prefeitura oferecesse “outra área em zona industrial” do município para a empresa. Afirmou que, se algo não fosse feito, a empresa faria a transferência da unidade, uma vez que em Iperó, os proprietários teriam recebido apoio das autoridades locais para instalação.
Em nota, a Secretaria Municipal da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social afirmou que “prestou, sim, atendimento à referida empresa”. A pasta informou que os empresários foram recebidos “diversas vezes pelo secretário”.
Eles também teriam se encontrado com o prefeito e com a secretária municipal da Fazenda, Finanças e Planejamento, Lilian Maria Grando de Camargo.
“A empresa, que emprega 31 funcionários, trabalha com o processamento de vidro e não com a produção, como é o caso da Guardian”, pontuou a secretaria, por meio do Departamento Municipal de Comunicação e Gestão Estratégica.
Conforme a pasta municipal, a “atividade gera acumulo de pó de vidro no ar, além de ruído excessivo, fato que gerou denúncias da vizinhança aos órgãos de fiscalização ambiental e inviabilizou a permanência no atual endereço”.
A secretaria informou, ainda, que, na segunda-feira, 30 de junho, os sócios da Westglass estiveram novamente no gabinete do prefeito. A reunião teve como pauta “andamento das tratativas para definição de uma área em Tatuí”.
No encontro, a pasta municipal divulgou que os sócios “confirmaram que a transferência da linha de produção é provisória”. Conforme a secretaria, todos os trabalhadores que residem em Tatuí serão mantidos no quadro de funcionários.