O tatuiano jogador profissional de beisebol Thyago Vieira está representando a seleção brasileira da modalidade no Pré-Pan-Americano, disputa que garante vaga aos Jogos Pan-Americanos 2019, em Lima, no Peru.
Além do lugar na competição continental, as duas melhores seleções do Pré-Pan se classificam para o Pré-Olímpico das Américas. Esse torneio será realizado no Arizona, nos Estados Unidos, sendo que somente a equipe campeã vai para os Jogos Olímpicos de Verão 2020, em Tóquio, no Japão.
Se o Brasil terminar em segundo ou terceiro lugar no Pré-Olímpico das Américas, ainda terá mais uma chance. Haverá a disputa de um torneio intercontinental em Taiwan, em 2020, para definir o último classificado para a próxima Olimpíada.
Em busca do sonho de classificar e representar o país pela primeira vez em uma Olimpíada, Vieira afirma “que defender as cores do Brasil é uma emoção que sempre vai estar estampada no rosto”.
Atleta do time Chicago White Sox, da MLB (Major League Baseball) – a liga norte-americana da modalidade – o tatuiano revela que, assim que soube da realização do Pré-Pan, solicitou que a CBBS (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol) conseguisse a liberação, junto à equipe dele, para que jogasse pela seleção.
“Jogar pela seleção não tem preço, ainda mais sabendo que a gente pode fazer com que o Brasil entre na Olimpíada. É uma porta para elevar o país a um patamar de alto nível”, expôs.
A estreia do time brasileiro aconteceu na terça-feira, 29, diante da Nicarágua. Entretanto, uma forte chuva deixou o campo do estádio Mie Nishi, em São Paulo, sem condições para o prosseguimento do jogo.
Todas as partidas que seriam disputadas no local foram transferidas para o CT Yakult, em Ibiúna. Desta forma, o confronto entre Brasil e Nicarágua seria retomado nesta sexta-feira, 1º de fevereiro.
Porém, os remanejamentos das partidas obrigaram a seleção brasileira a disputar dois confrontos na quinta-feira, 31 de janeiro, sendo derrotada em ambos: 13 a 3 para o México, pela manhã e, à tarde, 3 a 2 para a República Dominicana.
Mesmo com os resultados adversos que deixam o Brasil com remotas chances de classificação ao Pan Americano do Peru, Vieira destaca que a competição foi diferente por ter sido a primeira vez que atuou em frente à mãe dele. “Algo único, uma sensação maravilhosa”, contou.
O jogador afirma que jogar no país, em frente à família e aos torcedores brasileiros, é um privilégio. Apesar das derrotas, ele garante que, “um dia, a seleção dará a volta por cima”.
“Prometo que vou dar muita alegria a todo o povo brasileiro. Deixem isso anotado, pois vai se cumprir”, declarou Vieira.
O tatuiano relembrou o momento mais emocionante que viveu, defendendo a seleção brasileira. Ele conta que foi em 2012, com apenas 19 anos, em uma disputa para a classificação ao World Baseball Classic de 2013 (Mundial de Beisebol).
Lembrou que a delegação chegara ao Panamá no mesmo dia em que a seleção brasileira de futsal, comandada por Falcão, havia goleado os donos da casa por 11 a 0.
De acordo com Vieira, quando os atletas brasileiros de beisebol saiam do hotel para passear, os cidadãos panamenhos “tiravam sarro” da equipe, dizendo que seriam derrotados.
“O pessoal ‘zoava’, ficavam falando que perderíamos para eles da mesma forma que o time do Falcão ganhou deles. Ainda diziam que brasileiros não jogam beisebol e que não éramos ninguém”, relatou.
O atleta ressalta que essas palavras serviram para a delegação “se fechar mais e virar uma família”. Logo na estreia do classificatório, o time enfrentou e ganhou por 3 a 2 da equipe do Panamá.
“Com a vitória, vibramos de uma maneira como se já estivéssemos classificados”, lembrou.
Posteriormente, a seleção brasileira venceu outros dois confrontos contra a Colômbia, chegando à final da competição justamente contra a seleção panamenha. Nova vitória, dessa vez, por 1 a 0.
“Foi um jogo onde todos deixaram a alma dentro de campo. Graças a Deus, tive a oportunidade de finalizar o jogo, ajudando a concretizar a vitória da seleção brasileira”, relembra.
A classificação ao Mundial de Beisebol era inédita para o Brasil. A partida rendeu uma foto de Vieira que está em um quadro na sala de estar da residência da mãe.
“Era a primeira vez na história que o beisebol brasileiro ia para o World Baseball Classic, foi uma emoção grande e gratificante. Logo que esta foto saiu na mídia, eu peguei e coloquei em um quadro”, finaliza Vieira.