“Acaba sendo mais importante que a sede, pela situação geográfica, quantidade de pessoas e também pelas indústrias instaladas aqui”. Essas são as características descritas pelo comandante do 22º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Marcelo Amaral Oliveira, como relevantes e que fazem de Tatuí a cidade mais importante entre as 13 que integram a área de abrangência do comando.
Oliveira fez as observações em pronunciamento na Câmara Municipal. O oficial participou da sessão ordinária de terça-feira, 29, a convite do presidente da Casa de Leis, Wladmir Faustino Saporito (PSDB).
A O Progresso, o tenente-coronel reforçou a afirmação. Conforme Oliveira, Tatuí acaba sendo mais importante que Itapetininga (sede do 22º Batalhão) em função da localização geográfica. Oliveira explicou que o município ganha uma atenção “muito especial” do comando, pela proximidade com rodovias importantes. Entre elas, a Castello Branco (SP-280).
Ele também citou que, apesar de a cidade contar com saídas que podem ser usadas como rotas de fuga por criminosos, não é a mais violenta da região. Segundo ele, os índices de crimes locais não são altos em consideração à população e aos veículos em circulação.
“Posso dizer que, pela situação em que a cidade está instalada, rodeada por rodovias, ela não é a mais violenta. Nós, inclusive, conseguimos reduzir, desde o início do ano para cá, o número de furtos e roubos de veículos”, declarou.
Para o tenente-coronel, a redução se deve ao trabalho do capitão Kleber Vieira Pinto. Ele é comandante da 2ª Companhia, que tem sede no Jardim Planalto.
Nos próximos meses, o oficial local e a equipe terão apoio para que haja mais redução. Oliveira antecipou que a PM vai realizar operações visando à redução de índices, principalmente, os relacionados a furtos de veículos.
Em Tatuí, os registros dos dois crimes estão ligados ao tráfico de entorpecentes, de acordo com o comando do 22º Batalhão. “Infelizmente, o traficante e o usuário acabam furtando para conseguir recursos para comprar drogas”.
De modo a dar uma resposta mais efetiva, o tenente-coronel defendeu a continuidade da integração entre PM, Polícia Civil e GCM (Guarda Civil Municipal).
“Sem dúvida, temos que trabalhar integrados. Há muitos agentes para servir e vagabundos, também, para prendermos. Então, não precisamos dividir forças. Muito pelo contrário: juntos, nós já temos dificuldades”, declarou.
A união será apregoada pelo comandante em visitas a municípios. Oliveira assumiu a função no dia 22 de março, substituindo Marcelo Alves Marques, e escolheu Tatuí como primeira cidade para apresentar-se a autoridades. Aqui, ele também falou a respeito de convênios.
Dois modelos foram entregues pelo capitão da 2ª Cia. ao secretário municipal do Governo, Segurança Pública e Transportes, João Carlos Rumin Crepaldi, em março. Eles tratam de fiscalização de trânsito por parte da PM e a atuação de militares em dias de folga, na chamada “atividade delegada”.
Oliveira explicou que as fiscalizações não podem ser feitas pela PM, uma vez que são funções da Prefeitura. Entretanto, disse que os militares são cobrados pela população para resolver questões de trânsito. Com o convênio, a PM ficaria liberada para multar em caso de infrações de solo (estacionamento proibido, avanço de sinal, entre outros).
O acordo para atividade delegada permitiria que PMs reforçassem o efetivo do município em dias de folga. “Contribui muito com a segurança local. É uma maneira de a PM dobrar o efetivo de modo mais rápido e, às vezes, dependendo do dia, pode-se até triplicar o efetivo na cidade”, argumentou.
O custo para o município não é considerado elevado pelo comandante. Oliveira disse que a hora trabalhada pelo policial em atividade delegada varia entre R$ 150 e R$ 200. O turno dura oito horas, ficando a cargo do Executivo definir a quantidade de PMs que poderiam reforçar o efetivo.
“É inconcebível uma cidade do tamanho de Tatuí não ter os convênios”, disse. Oliveira afirmou que a PM considera as medidas fundamentais, por conta da importância de Tatuí no contexto regional e, também, por ser uma das únicas – com exceção de Campina do Monte Alegre – sem elas.
Conforme o comandante, a corporação já fechou acordos com, praticamente, todas as prefeituras da área de abrangência. Em algumas delas, como Itapetininga, os dois convênios já estão vigorando.
Independentemente dos convênios, o tenente-coronel enfatizou que o comando vai intensificar operações no município. Segundo ele, as ações serão contínuas e vão utilizar todo o aparato da corporação, como a cavalaria de Itapetininga, os helicópteros de Sorocaba e o canil da PM do município.