Conforme dados divulgados pela SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), o número de furtos de naturezas diversas apresentou, em setembro, nova queda em Tatuí. O levantamento feito pelo órgão mostra que, no período, foram totalizados 43 casos.
O índice representa redução de 28,33% em relação ao mês anterior, quando houve 60 crimes dessa natureza. Esta é a terceira queda consecutiva no ano. De maio para junho, o número subiu de 92 para 96, mas, nos meses seguintes, vem baixando. Em julho, foram 93.
De acordo com o comandante da Guarda Civil Municipal, Fábio Luciano Leme, as forças de segurança têm feito operações de prevenção e fiscalização que buscam a inibição da ação dos criminosos.
“O furto é um crime de difícil identificação, e somente a prevenção, através do patrulhamento, é capaz de reduzir este tipo de crime”, assegurou.
Apesar da redução nos últimos meses, no acumulado de janeiro a setembro, houve aumento de 4,65% nos crimes dessa natureza em relação ao ano passado. Foram 730 furtos em 2018, contra 696 no mesmo período de 2017.
Ainda segundo os dados da SSP, a contabilidade dos furtos de veículo também apresentou queda, de 28%. No mês de agosto, foram 25 casos e, em setembro, o número baixou para 18. Comparando-se os casos de janeiro a setembro, a redução é de 3%, passando de 132, em 2017, para 128, em 2018.
Para Leme, a queda no número de furtos deve-se às atividades integradas também com a Polícia Militar e Civil.
“Quando se trata de furto e roubo, a presença do policial ou do GCM é importantíssima. Intensificando ações fiscalizadoras, com operações intercaladas, diuturnas, em horários alternados, nós conseguimos um bom resultado”, avaliou.
Nos últimos dois meses avaliados pelo órgão do estado, a taxa de roubos permaneceu equivalente, com 12 registros em agosto e outros 12 em setembro.
Contudo, sofreu retração de 35,2% entre janeiro e setembro, com relação a 2017. Na totalização divulgada pelo governo estadual, Tatuí apresenta 116 ocorrências do tipo em 2018, contra 179 no período passado.
Segundo o relatório, o número de roubos de veículos registrou queda de agosto para setembro, sendo cinco casos em agosto e nenhum no último mês do levantamento.
Já na comparação dos últimos nove meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, houve crescimento. Foram 20 casos em 2017, contra 25 em 2018, aumento de 25%.
A taxa de recuperação de veículos também teve redução. Neste ano, a Polícia Civil somou 70 devoluções de janeiro a setembro; no ano passado, 101 foram recuperados.
Conforme o comandante, a GCM tem relacionamento estreito com as outras forças de segurança, buscando o combate à criminalidade.
“Sempre que possível, nós unimos as nossas forças e realizamos operações conjuntas, com o objetivo de aumentar a sensação de segurança da população e inibir a ação dos criminosos”, comentou.
Ainda segundo as estatísticas do órgão estadual, houve aumento no número de registros de violência contra a pessoa. No comparativo entre os nove primeiros meses de 2017 e 2018, o relatório revela acréscimo de 22,5% nos casos de estupro, que passaram de 31 para 38.
Nas ocorrências em cujas vítimas foram consideradas vulneráveis, o número passou de 20 para 28, aumento de 40%. O número de homicídios dolosos subiu de um para dois casos em 2018.
Para o comandante, os índices de violência não são alarmantes, comparados ao número de habitantes do município. Contudo, ele afirma que há ações sociais dentro da GCM que visam à prevenção.
“Nos casos de estupro, trabalhamos na parte de conscientização, com ações sociais que envolvem crianças e adolescentes. Além disso, também fazemos patrulhamento em locais de riscos”, afirmou.
Leme acrescentou ser difícil a identificação dos casos de estupro, devido à maioria acontecer em âmbito doméstico. “Nestes meses principalmente, houve dois ou três casos que podem estar relacionados com a relação conjugal, onde houve violência doméstica e o estupro. Então, é difícil de inibir estas situações”, comentou.
Os dados da Secretaria de Segurança ainda mostram que foram contabilizados acréscimos na produtividade policial. Subiram os índices de ocorrências de tráfico, apreensões de armas de fogo e porte de drogas.
O número de boletins de ocorrências de tráfico de drogas cresceu 41,4%, passando de 172 para 294. Os casos considerados como porte de entorpecentes passaram de 43 para 44, com aumento de 2,27%.
O número de armas apreendidas subiu 41,6% nos nove primeiros meses, passando de sete para 12. A quantidade de posse de armas passou de cinco para 10.
Leme afirma que a alta no número de flagrantes não representa aumento da criminalidade, mas a efetividade do trabalho da polícia. “Identificando os suspeitos, tentando estudar o modo dos crimes e prendendo os acusados, crescem os números e a nossa segurança”, declarou.
De acordo com o relatório de segurança pública, o número de prisões efetuadas pelas forças policiais teve aumento. A quantidade subiu 14,35%, passando de 537 para 627, entre 2017 e 2018.
A quantia de prisões em flagrante aumentou 21,42% passando de 440, em 2017, para 560, neste ano. Os casos de prisões com mandado tiveram crescimento de 3%, com 166 casos em 2018 e 161 no ano passado.
Neste ano, a maioria das prisões em flagrante ocorreu em março, que fechou com 73 registros, seguido por agosto (70), abril (69), setembro (67), junho (66), janeiro (56), maio (54), fevereiro (53) e julho (52).
Já no semestre de 2017, março terminou com 45 prisões, atrás de julho (77), mês com maior quantidade de registros. Junho, por outro lado, teve o menor número de presos em flagrantes (33).
A maior redução ocorreu entre os cumprimentos de mandado de apreensão de menores de 18 anos, cuja quantia caiu de dois para zero. Já os flagrantes de crianças e adolescentes passaram de 118 para 171, aumento de 30,99%.
Ainda nos nove primeiros meses deste ano, 1.010 inquéritos policiais (IPs) foram instaurados pela Polícia Civil, que também anotou 43 boletins de ocorrência de porte de entorpecentes e 294 de tráfico.
Os números referem-se aos procedimentos feitos em todos os distritos policiais do município, assim como nas delegacias especializadas, incluindo a DDM (da mulher).
Do total dos inquéritos, 135 foram instaurados em agosto (maior quantidade), enquanto que, em junho e julho, o número chegou a 133; em abril, foram 128; e mais 127 em maio. Setembro (118), janeiro (88), julho (86) e fevereiro (62), por outro lado, foram os meses com menor número de IPs instaurados.
De acordo a Secretaria de Segurança Pública, as estatísticas oficiais de criminalidade são utilizadas regularmente em todos os países para retratar a situação da segurança pública, mas os dados oficiais de criminalidade estão sujeitos a uma série de limites de validade e confiabilidade.
Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: deve ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado em boletim de ocorrência.
Pesquisas de vitimização realizadas no Brasil sugerem que, em média, os organismos policiais registram apenas um terço dos crimes ocorridos, percentual que varia de acordo com o delito.
A SSP esclarece que, por estas e outras razões, nem sempre um aumento dos dados de criminalidade oficiais pode ser interpretado como piora da situação de segurança pública.
Ao contrário, nos locais onde é grande a “cifra negativa”, o aumento nos crimes notificados é considerado indicador positivo de credibilidade e performance policial.
Leme ressalta que os números da SSP estão dentro da normalidade e acrescenta que há possibilidade de aumento nos próximos meses, com a aproximação das férias e das datas festivas.
“Espero que a gente consiga manter esta queda, que é o mais difícil. Principalmente pelo período do ano em que nós estamos, vai haver maior movimentação de pessoas na rua e a tendência é que haja aumento de furtos e roubos”, comentou.
O comandante ainda reforçou ser muito importante a participação do cidadão no auxílio à segurança pública, denunciando os casos e atitudes suspeitas e ainda se prevenindo com cuidado e atenção aos bens materiais.
“Infelizmente, nós vivemos em um mundo em que existe muita criminalidade. Temos que tomar cuidado e ficarmos sempre atentos com os bens patrimoniais, veículos, celulares, bolsas, entre outros”, orientou.
Leme lembra que as denúncias podem ser feitas pelo telefone 190, com a Polícia Militar, ou através do 199 e 153, com a GCM, mas ressalta ser necessária a prevenção por parte dos cidadãos, “antes de tudo”.
“Tivemos casos de furto em interior de veículo. Às vezes, a pessoa deixa o carro aberto porque é uma saída rápida e acaba sendo furtado. Não custa nada gastar uns segundos a mais e tomar cuidado com a segurança do seu veículo e dos seus bens. Você cuida do seu patrimônio, e nós tentamos ajudar através da nossa ação fiscalizadora”, concluiu.