O número de ocorrências policiais registradas pela Polícia Civil de Tatuí em 2017 foi superior aos dados de 2016, conforme divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Os dados integram as informações do Departamento de Polícia Civil, Polícia Militar e Superintendência da Polícia Técnico- Científica.
As estatísticas de homicídios dolosos, porte de entorpecentes, estupros, furtos, furtos de veículos e porte de armas aumentaram de um ano para outro. Em 2016, foram registradas duas ocorrências de homicídio doloso, quando há intenção de matar. Já no ano passado, os números subiram para sete mortes.
Mesmo com esse aumento, os índices de vítimas caíram consideravelmente desde 2001, quando os dados começaram a ser disponibilizados e 30 pessoas foram mortas na cidade. Em 2003, outras 35 pessoas morreram, no ano mais violento de todos.
Em entrevista a O Progresso, no dia 18 de janeiro, o promotor Carlos Eduardo Pozzi havia afirmado que, se a cidade não tiver mais nenhum homicídio ou tentativa de homicídio, ainda assim, o Tribunal do Júri da comarca não pararia de trabalhar. As sessões de julgamento teriam de continuar por, pelo menos, mais três anos.
A violência no trânsito também faz parte das estatísticas e apresentaram mais casos em comparação com o ano anterior. O ano retrasado teve oito casos de homicídio culposo por acidente de trânsito; em 2017, o número subiu para 19 e, em janeiro deste ano, mais três mortes aconteceram.
Os furtos também tiveram acréscimo nos dados apresentados entre 2016 e 2017. No ano passado, os números apontam para 957 ocorrências de furto, registradas pela PC, média de mais de 79 ocorrências mensais. Em 2016, foram 906 atendimentos.
José Roberto Xavier da Silva, secretário da Segurança Pública e Mobilidade Urbana, reforçou que o órgão trabalha em conjunto com a Polícia Civil e a Militar, com reuniões mensais do Gabinete de Gestão Integrada, para troca de informações.
“Quando a gente olha os índices, vê dentro de um contexto dos últimos cinco anos, e está mantendo um equilíbrio”, argumentou o secretário Xavier sustenta que os números devem ter forte redução ainda no primeiro semestre, principalmente porque o Carnaval deste ano foi calmo.
A Secretaria Municipal informa ter a intenção de colocar câmeras de monitoramento na área central da cidade e aguarda a resolução judicial de uma ação para suspender um contrato realizado pela gestão anterior, com o qual a Prefeitura não teve condições de arcar.
“Vai ter câmeras na cidade, dentro de alguns meses, mas não para a segurança pública, e sim para monitorar as escolas. Claro que, próximo das escolas, vai ter câmera filmando o entorno. Qualquer problema que tiver em uma escola ou em uma creche, vai facilitar o nosso trabalho”, declarou Xavier.
O total de estupros registrados também foi apresentado e mostra que, dos 35 casos de 2016 (sendo sete de pessoas consideradas vulneráveis), os números apontam para 44, em 2017 (nove envolvendo pessoas consideradas vulneráveis).
Em dezembro passado, uma mulher desempregada de 27 anos compareceu na Delegacia Central para denunciar que tinha sofrido estupro coletivo em um terreno baldio da rua Teófilo de Andrade Gama
O ano de 2017 também registrou aumento no número de pessoas que flagradas portando drogas: 57, contra 33, em 2016.
Xavier destacou o trabalho realizado pela Guarda Municipal no auxílio do combate a violência. “A Guarda conta, hoje, com quase 150 homens, e tem profissionais distribuídos nos prédios públicos, fórum, delegacia, guardas competentes e que estão agindo para procurar manter uma situação bastante confortável para o cidadão”, completou o secretário.
Se em 2016, nenhuma ocorrência de latrocínio (roubo seguido de morte) aconteceu na cidade. Em 2017, houve um caso, no mês de janeiro, quando um frentista de um posto de gasolina foi morto, no Residencial Astória.
Um homem, de 21 anos, Ugo Roberto Santos de Souza, foi condenado pelo Tribunal do Júri, em novembro do mesmo ano, a mais de 22 anos de prisão. Guilherme Celestino Rosa também foi condenado pelo mesmo crime, pegando 30 anos de reclusão, ambos em regime fechado.
Outros dados
Já as ocorrências de lesão corporal dolosa e roubos apresentaram queda durante o mesmo período de tempo.
Um total de 408 pessoas foram vítimas da chamada lesão corporal e registraram o boletim de ocorrência em 2016. Já no ano passado, os números caíram para 393, uma redução de 15 casos. Somente em janeiro de 2018, 39 novas ocorrências foram registradas.
Outra estatística que teve diminuição nos números foi a de roubos, que caiu de 249 para 220. Mesmo assim, em abril de 2017, um grupo de ladrões armados assaltou a agência dos Correios localizada na rua 13 de Maio, no centro. A quadrilha levou o dinheiro que estava em malotes no cofre, armas e coletes balísticos dos seguranças.
“O cidadão tem que tomar cautela. Quando ele viaja, deve conversar com os vizinhos, avisar os parentes, não deixar o jornal jogado na casa, dar demonstração de que está tendo movimento. Quando chegar em casa, olhar no entorno antes de entrar, verificar como está a situação do bairro”, aconselha Xavier.
A apreensão de armas também sofreu queda: caiu de 24 para 10 armas, entre revólveres, pistolas e punhais, que foram apreendidos.