Tatuí registra a perda de 19 postos de trabalho formal em setembro

Setor de comércio foi responsável pelo pior saldo, com 54 demissões

Da reportagem

O mercado de trabalho formal em Tatuí fechou o mês de setembro com saldo negativo, perdendo 19 vagas. No mesmo período do ano passado, foram criados 264 postos. Os dados foram divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregos e Desempregados) na quarta-feira da semana passada, 26 de outubro.

Por conta da cobertura do segundo turno das eleições 2022, o jornal O Progresso de Tatuí publica somente nesta edição as informações detalhadas sobre o novo balanço.

No nono mês de 2022, foram 1.019 admissões e 1.038 desligamentos. Com isso, o estoque de empregos com carteira assinada em Tatuí chegou a 28.219, o que corresponde a uma variação negativa de 0,03% em relação ao total de trabalhadores formalizados em agosto deste ano.

Quatro dos cinco setores analisados pelo órgão continuaram com números positivos. O saldo negativo foi do setor de comércio, com o fechamento de 54 vagas, resultado de 332 admissões para 386 demissões.

A atividade comercial é a terceira maior empregadora do município, com o estoque de 7.420 funcionários e variação negativa de 0,70% em comparação ao mês anterior.

Dois subsetores do comércio fecharam o mês com saldo negativo. No comércio por atacado, foram fechadas 15 vagas, com 66 admitidos e 81 demitidos – perda de 225% em relação a setembro de 2021, quando foram criadas 12 vagas.

O subsetor do comércio varejista terminou o mês de setembro com 39 demissões, advindas de 236 contratações para 275 demissões. No mesmo período do ano passado, o saldo foi de 16 postos a menos.

No de reparação de veículos automotores e motocicletas, não houve alterações, permanecendo o estoque de 732 postos de trabalho.

Já o setor industrial foi responsável pela abertura de 15 vagas, resultado de 248 admissões para 233 demissões, uma diminuição de 89,20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 139 postos foram criados. A atividade econômica é a segunda maior empregadora da cidade, somando 8.618 trabalhadores.

Os subgrupos da indústria de eletricidade e gás perderam dois postos de trabalho. As indústrias de extrativas também tiveram duas demissões, resultado de oito admissões e dez desligamentos. Já na indústria de transformação, o aumento foi de 21, totalizando 239 admissões e 218 demissões.

No subgrupo água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, foram uma admissão e três desligamentos, totalizando duas demissões.

O setor de serviços também teve saldo positivo, com nove novos postos – resultado de 324 contratações para 315 desligamentos. No comparativo com o mesmo período do ano passado, o setor teve queda de 91,58% no número de contratações, que havia sido de 107. A atividade é a maior empregadora da cidade, concentrando 9.658 formalizados.

Na análise entre os subsetores, quatro aparecem com saldo positivo: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços, com nove novos postos; alojamento e alimentação, com um novo posto; informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com duas novas vagas; e transporte, armazenagem e correio, com sete novas contratações.

Dois subgrupos registraram saldo negativo: serviços domésticos, com a perda de um posto de trabalho; e outros serviços, com nove demissões.

O setor de construção teve saldo positivo de dez novos postos – resultado de 51 admissões para 41 demissões. A atividade, que concentra 874 trabalhadores, teve variação positiva de 61,53% em comparação a setembro de 2021, quando o saldo foi de 30 contratações.

Na área de construção de obras e infraestrutura, foi fechado uma vaga, advinda de 14 demissões e 13 contratações. O setor de construção de edifícios teve saldo positivo, com três contratações. Na área de serviços especializados para a construção, o saldo foi de oito contratações, com 26 admitidos e 18 desligamentos.

Já o setor da agropecuária teve saldo positivo, com uma contratação, resultado de 64 admissões para 63 demissões. Em setembro de 2021, não houve contratações e nem perdas.

A atividade econômica, que engloba agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, é a quarta maior empregadora da cidade, somando 1.649 trabalhadores.

A O Progresso de Tatuí, a nova diretora do PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador), Fabiana Grechi, falou sobre o resultado negativo na empregabilidade no município em setembro.

Para ela, as perdas dos postos de trabalho no setor de comércio no nono mês do ano já estão sendo recuperados. “Este mês já começaram as contratações para as vendas de Natal. Prevejo que, em novembro, o número será ainda maior, não refletindo a perda de setembro para o setor”, pontuou Fabiana.

“Outro aspecto é a rotatividade, refletindo diretamente nessa flutuação do emprego formal do setor”, frisou. “O saldo positivo de agosto, por exemplo, com 53 contratações, refere-se principalmente à alta refletida no comércio trazida pelas ações do aniversário da cidade e do Dia dos Pais”, complementou.

Sobre o crescimento na indústria, Fabiana salientou ser reflexo da preparação para o aumento da produção do final do ano. “Espera-se que, após passada essa fase de incremento na produção, o saldo não seja negativo, pois novos postos de trabalho estão sendo criados no município com a ampliação de algumas indústrias e implantação de novas, como ocorrerá também no próximo ano”, mencionou.

Para ela, o aumento de postos neste setor também é reflexo de que o segundo semestre de 2022 tem mostrado que a economia está em recuperação.

“Com os aumentos do consumo, da produção e das projeções do PIB (produto interno bruto), no primeiro semestre, temos visto a consolidação da retomada da atividade econômica tatuiana”, finalizou Fabiana.

No Brasil

Ainda conforme o balanço do órgão do Ministério da Economia, o Brasil criou 278.639 vagas de emprego com carteira assinada em agosto. O saldo é decorrente de 2.051.800 admissões e 1.773.161 desligamentos. No mesmo período do ano passado, o número de contratações foi de 388.267.

Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 42.531.653, com baixa na comparação a junho (280.893) e alta quanto a julho deste ano (221.345).

O país fecha os primeiros oito meses de 2022 com 1.839.535 contratações, em recuo de 15,38% na comparação ao mesmo período do ano passado, quando chegou a 2.173.961.

Ainda conforme o balanço do órgão do Ministério da Economia, o Brasil criou 278.085 vagas de emprego com carteira assinada em setembro. O saldo é decorrente de 1.926.572 admissões e 1.648.487 desligamentos. No mesmo período do ano passado, o número de contratações foi de 330.177.

Com isso, o estoque de empregos formais no país chegou a 42.825.955, com alta em comparação a julho (221.639) e baixa quanto a agosto deste ano (278.639).

O país fecha os primeiros nove meses de 2022 com 2.117.620 contratações, em recuo de 15,43% na comparação ao mesmo período do ano passado, quando chegou a 2.504.138.