Tatuí promove ações preventivas sobre a gravidez na adolescência

Adolescentes participando de uma das palestras da SDHFC no CEU das Artes (foto: AI Prefeitura de Tatuí)
Da reportagem

A redução do índice de gravidez na adolescência, considerada “gestação precoce”, tem sido um dos objetivos em Tatuí. A informação é da Secretaria de Direitos Humanos, Família e Cidadania (SDHFC), que mantém diversas ações de conscientização e prevenção sobre o tema.

De acordo com o assessor da pasta, Willian Alexandre Nunes da Silva, diversas atividades são realizadas com a intenção de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência.

Entre as ações, estão as palestras realizadas em parceria com a Secretaria da Saúde, tendo o tema “Adolescência Primeiro, Gravidez Depois”. Também são distribuídos materiais impressos, como flyers e cartazes, nas instituições e escolas da rede pública do município.

Conforme Silva, as atividades começam sempre na Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, instituída pela lei federal 13.798/2019, que consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e é celebrada na primeira semana de fevereiro.

Nesse período, a SDHFC realizou a entrega de cartazes preventivos sobre o tema em escolas estaduais e nas secretarias municipais da Educação, da Saúde e da Assistência e Desenvolvimento Social.

Também foram realizadas diversas palestras, explicando aos adolescentes os riscos de uma gravidez precoce e reforçando a importância de familiares, amigos e escolas no apoio e acolhimento do adolescente quando ocorre a gestação.

“Embora exista a data especial para a realização desta campanha, acreditamos que ela deve ser feita de forma permanente e contínua. Por conta disso, mensalmente, realizamos nas escolas encontros ‘Só para Meninas’ e ‘Só para Meninos’, em dias distintos, para que o ambiente fique mais propicio para tirar as dúvidas”, enfatizou o assessor.

Silva apontou que as ações, antes atribuídas à Secretaria de Saúde, são realizadas desde o ano passado pela SDHFC, principalmente em escolas, no Centro de Artes e Esportes Unificados “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires” (CEU das Artes) e nas instituições, quando solicitadas.

Conforme levantamento do órgão da prefeitura de Tatuí, somente neste ano, mais de 1.500 adolescentes foram atendidas por meio das palestras e ações da campanha mantida pela secretaria.

A secretaria não divulgou os números locais, contudo, segundo Silva, embora os índices de gravidez precoce tenham caído nos últimos anos, a incidência ainda é alta no município e em outras localidades do país.

“O Brasil, por exemplo, ainda possui taxa de 68,4 nascimentos para cada mil adolescentes e jovens mulheres entre 15 e 19 anos. O índice é elevado em comparação com a taxa mundial, de 46 nascimentos, e fica acima da média latino-americana, de 65,5 nascimentos”, informou o assessor.

Para Silva, além de uma vida sexual ativa mais precoce, alguns desses casos derivam da falta de conscientização, prevenção e diálogo aberto com os pais ou responsáveis, para tirar as dúvidas ou aconselhamento.

“Entendemos que a conscientização e a prevenção são as ações importantes para levar conhecimento aos adolescentes e não somente da gravidez, como também os riscos das ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que, infelizmente, têm também aumentado entre os mais jovens”, completou o assessor.

Silva salientou que os riscos da gravidez precoce são diversos, além da questão da saúde. “Para a menina gestante, existe maior risco de mortalidade materna, eclampsia, diabetes gestacional, hipertensão, anemia, infecções urinárias e infecções sexualmente transmissíveis”, apontou.

O assessor ainda classificou os altos índices de gravidez na adolescência como “um grave problema de saúde pública, que traz uma série de impactos físicos, psicológicos e sociais para a vida de meninas e bebês”.

“Para as gestantes, esses impactos vão desde o desenvolvimento de problemas de saúde física e mental até a dificuldade de retomar os estudos e conseguir ingressar no mercado de trabalho”.

“Além disso, a responsabilidade de criar a criança na maioria das vezes fica apenas com a menina e sua família, já que o abandono paterno é frequente nessa situação”, concluiu Silva.

De acordo com a SDHFC, mais projetos de conscientização, sobre diversos temas, devem acontecer no decorrer do ano. As escolas municipais, estaduais e particulares e/ou organizações do município interessadas em realizarem parceria para os trabalhos futuros podem entrar em contato pelo e-mail dhfc@tatui.sp.gov.br.