Tatuí­ tem primeiro caso de ataque a caixa; sete foram presos na terça





A Polícia Militar confirmou nesta semana o primeiro caso de ataque a um caixa eletrônico em Tatuí. O crime ocorreu na madrugada de sábado passado, 18, quando quatro homens armados invadiram o campo de provas da Ford, à margem da rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127), e explodiram um equipamento.

Os suspeitos estavam armados e renderam vigilantes. Durante a ação, um dos criminosos agrediu um dos funcionários. A vítima relatou ter sido atingida por coronhadas (golpes desferidos na cabeça com cabo de revólver).

Conforme apurado pela Polícia Militar, a quadrilha usou explosivo para tentar retirar o dinheiro do caixa. Entretanto, os bandidos não conseguiram pegar as notas, uma vez que o compartimento não pôde ser acessado por eles.

As vítimas informaram que todos os assaltantes usavam capuzes. Na sequência ao ataque, os quatro fugiram, acessando a rodovia em um veículo Hyundai HB20S.

A O Progresso, o comandante da 2ª Companhia da PM, capitão Kleber Vieira Pinto, disse que não há indícios de relação desse caso com os crimes registrados na região. Explosões de caixas eletrônicos ocorreram em Boituva, Cesário Lange e Conchas.

“O caso está sob investigação da Polícia Civil e deve ser mais bem esclarecido a partir da prisão de uma quadrilha realizada na terça-feira, 21”, disse.

Na data, operação comandada pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), de Itapetininga, resultou na prisão de sete pessoas. Acompanhados de PMs, os investigadores cumpriram mandados de busca em Sorocaba, Tatuí e Boituva.

Conforme divulgado pela DIG, 16 pessoas estariam envolvidas com as explosões de caixas eletrônicos na região. Eles também teriam relação com o tráfico de drogas e são suspeitos de participação em casos de roubos de cargas.

Segundo o capitão, seis pessoas foram presas em Boituva e uma na cidade de Guareí. Com os suspeitos, durante o cumprimento dos mandados, os policiais encontraram fuzis, uma metralhadora, duas pistolas e “vasta munição”.

A DIG chegou até os acusados a partir de colaboração da PM. Kleber informou que a corporação forneceu dados importantes para a descoberta da quadrilha. “A maior parte dos dados oriundos da PM de Tatuí”, comentou.

No caso de Tatuí, os militares continuam a auxiliar a PC com dados repassados pelas vítimas. Segundo o capitão, os vigilantes acionaram a PM após a fuga dos criminosos. Eles também informaram que não há filmagem no local.

“O que nós temos são depoimentos de pessoas que presenciaram e foram vítimas da ação”, relatou. Além de dar dados a respeito do porte físico dos criminosos, os vigilantes também repassaram informações sobre o veículo usado por eles.

A PM encontrou o carro na manhã do dia 18. De acordo com o comandante, o veículo furtado da região da Grande São Paulo foi abandonado em Sarapuí.

Com base nos depoimentos, os policiais pretendem descobrir quais armas os criminosos usavam. A PC ainda aguarda resultado de laudo para verificar que tipo de explosivo a quadrilha utilizou para tentar abrir o equipamento em Tatuí.

Os peritos do Instituto de Criminalística de Itapetininga compareceram ao local para proceder com o exame. Na ocasião, constataram que nenhum explosivo permaneceu no local sem ter sido acionado.

Conforme o comandante da PM, os criminosos só não conseguiram levar o dinheiro que estava no equipamento por um erro de cálculo. Eles não teriam afixado explosivos no compartimento em que as notas ficam armazenadas.

Para entrar no campo de provas da Ford, os bandidos renderam primeiro um vigia. A PM destacou que eles tinham conhecimento da localização do equipamento.

A prisão da quadrilha, nesta semana, repercutiu junto à SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo. Em nota, a pasta divulgou que a ação contou com apoio também da DIG de Boituva. A quadrilha era investigada havia dias, a partir de um ataque a um caixa em Cerquilho.

O grupo é suspeito, também, de envolvimento em ataques a bancos nas cidades de Guareí, Torre de Pedra, Tapiraí, Conchas e Cesário Lange. As equipes conseguiram prender dois homens em um sítio, no bairro Água Branca, zona rural de Boituva. Os detidos denunciaram a localização de outros envolvidos.

No mesmo bairro, em outra chácara, mais quatro pessoas foram presas. Por fim, os policiais dirigiram-se até uma casa em Guareí, onde o sétimo suspeito foi preso.

Com os assaltantes, os policiais apreenderam um mosquetão, duas pistolas, duas espingardas, toucas pretas, coletes balísticos, rádio comunicador, 400 projéteis de diversos calibres e dinheiro. A suspeita é de que o valor encontrado seja fruto dos furtos a caixas eletrônicos.

Os sete acusados também responderão pelos crimes de formação de quadrilha, porte ilegal de arma e associação criminosa.