Durante a sessão ordinária de terça-feira, 18, sem análise de projetos, os parlamentares aprovaram dezenas de requerimentos destinados à prefeita Maria José Vieira de Camargo. Entre as matérias discutidas, 18, os vereadores debateram sobre suicídio.
O tema teve início pelo requerimento 1.857, de autoria de Eduardo Dade Sallum (PT), que solicitava informações sobre a possível realização de atividades relacionadas à Semana Municipal da Prevenção ao Suicídio e Valorização da Vida.
A lei municipal 5.236, promulgada no mês de março, previa inúmeras ações durante a semana do dia 10 de setembro, data considerada o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, parte da campanha “Setembro Amarelo”.
De acordo com o Ministério da Saúde, o suicídio é a quarta maior causa de morte de brasileiros de 15 a 29 anos, tendo havido, entre 2011 a 2015, um crescimento de 20% nas taxas de jovens dessa faixa etária, que tiraram a própria vida.
No país, segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2000, o número de mortes por essa prática foi de 6.780, tendo aumentado para 11.736, em 2016, um crescimento de 73%.
Conforme dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, ficando apenas atrás do número de óbitos por violência.
Sallum subiu à tribuna e disse que a geração da década de 2000 “sofre, pois foi educada acreditando que o Brasil nunca deixaria de criar empregos e renda”.
“É a geração que mais teve acesso à educação na história, mas tem muita gente que tem o diploma embaixo do braço e não sabe o que fazer”, afirmou. “Conheço uma mulher formada em engenharia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) que está fazendo unha para sobreviver”, expôs.
De acordo com Sallum, o problema impacta diretamente as pessoas vítimas doenças como a ansiedade e a depressão, que, segundo ele, são motivos recorrentes de atividades suicidas.
“Hoje, elas são vítimas de doenças sociais, que estão levando a um limite extremo. A nossa juventude, infelizmente, está morrendo”, declarou Sallum.
Posicionado na tribuna, Joaquim Amado Quevedo (PMDB) afirmou que palestras aconselhando os jovens não fariam nenhuma diferença em relação ao combate ao suicídio e que a única solução seria “acabar com as drogas”.
Quevedo ainda comentou ter levado diversas surras dos pais por dever estar na casa às 21h30 e atrasar apenas cinco minutos. Sustentou que, atualmente, “os pais não têm conseguido controlar os próprios filhos”.
“Hoje, se os pais não quiserem deixar os filhos saírem, eles brigam com os pais. Eles saem depois das 23h e, ainda, amanhecem na rua”, argumentou o parlamentar.
Sallum pediu aparte e contestou, dizendo que a violência não resolve nenhum tipo de problema. Segundo ele, “só teremos êxito pavimentando a educação, a cultura e o desenvolvimento social e econômico”.
Além dessa matéria, a sessão aprovou outros 51 requerimentos, 32 indicações e 7 moções.
O vereador Antônio Marcos de Abreu (PR) falou sobre os requerimentos 1.843 e 1.844, ambos de autoria própria. O primeiro pede posicionamento da prefeitura sobre a possibilidade de reativação da base da Guarda Civil Municipal no bairro Americana.
A outra solicitação se refere à instalação de câmeras de monitoramento nas creches municipais. Abreu afirma que os recentes casos de furtos em unidades de ensino têm causado inúmeros prejuízos à administração pública.
Miguel Lopes Cardoso Júnior (PMDB) foi o autor de três moções de aplausos e congratulações. O vereador parabeniza três caratecas: Paulo Sérgio Duque, Pâmela Aparecida de Camargo e Hélio Márcio Oliveira da Silva.
Os atletas fizeram parte da seleção paulista que participou do Campeonato Brasileiro de Karatê, realizado no início do mês, na cidade de Maracanaú, no Ceará.
Com os resultados obtidos no torneio nacional, os caratecas farão parte da delegação brasileira que irá disputar o mundial da modalidade na Bélgica, no mês de novembro.