SSP identifica aumento de roubos e de furtos do 1o para 2º semestre

Tatuí teve aumento em roubos e furtos no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. É o que indica estatística da SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo, divulgada no início da semana.

 

O estudo aponta, ainda, que o homicídio – crime mais violento – teve redução de 33,33% no indicador. Os casos passaram de três ocorrências, entre janeiro e junho de 2013, para duas neste ano.

 

Já o latrocínio (roubo seguido de morte) subiu. Saiu de nenhum caso no ano passado para um neste ano.

 

Em contrapartida, houve redução nos casos de roubo e furto de veículos, de 13,64% e 17,11%, respectivamente. Os roubos de veículos caíram de 22, no ano passado, para 19, entre janeiro e junho deste ano. No mesmo período, os furtos de veículo diminuíram de 76 para 63, neste ano.

 

O comparativo dos semestres aponta, também, crescimento dos casos de roubo e furtos. O primeiro subiu 13,85% (de 65 para 74, neste ano); e o segundo, 8,67% (369 no ano passado e 401 em 2013).

 

Os dados estão disponíveis no site www.ssp.sp.gov.br, sendo avaliados pelo delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci, como positivos.

 

Conforme o delegado, a diminuição dos casos violentos tem relação direta com os esclarecimentos de crimes no município. Segundo a Polícia Civil, a taxa de esclarecimento local é de 100%, tanto de homicídios como de latrocínio.

 

Já os roubos e furtos aumentaram em função de diversos fatores. “Não é possível identificar um só motivo predominante para determinar as causas desse aumento”, analisou Andreucci. Conforme ele, há alguns “fatores diretos” que motivaram o aumento, considerado pequeno pelo delegado titular.

 

Entre eles, Andreucci citou “a grande quantidade de festas”, os feriados prolongados e a troca de comando da GCM (Guarda Civil Municipal).

 

“Esse ano, nós também tivemos a Copa das Confederações, o que acarretou em comemorações e grande aglomerado de pessoas nas ruas, além das férias escolares, seguida pelas viagens de férias de familiares”, enumerou.

 

O delegado também incluiu, como fatores que podem influenciar a “alta” nos crimes de roubo e furto, os indultos (permissão temporária para saída de unidade prisional) concedidos pela Justiça a detentos de bom comportamento.

 

“Nós sabemos que grande parte desses presos sai, aproveita o indulto e volta para a cela. Outra parte acaba praticando crimes e é presa em flagrante delito, mas uma terceira parte acaba nem voltando para a cadeia”, comentou.

 

Em geral, Andreucci afirmou que os foragidos voltam a praticar crimes que devem ser esclarecidos pela PC. Em Tatuí, desde o início do ano, os investigadores esclareceram 11 furtos e dez roubos e prenderam seis pessoas.

 

“Esses números não levam em consideração a grande quantidade de pessoas detidas pela Polícia Militar e Guarda Civil Municipal”, observou.

 

Conforme o titular, em média, 80 pessoas são presas por mês em Tatuí. A maioria delas por envolvimento em tráfico de drogas. A minoria, por crimes menos violentos, como furtos e roubos. Estes tendem a aumentar em função dos registros feitos por vítimas. “Muitas vezes, são de perda – e não de roubo ou furto – de celulares e de documentos pessoais”.

 

O delegado apontou que a maioria dos crimes de furto não seria dessa natureza. “Algumas pessoas sentam no banco de uma praça, acabam esquecendo o bem e registrando furto na delegacia, e não perda. Como se fosse feio perder. No caso de documento, os registros de furto são feitos exclusivamente porque a pessoa não quer pagar a segunda via”, argumentou o titular.

 

De acordo com ele, entretanto, é preciso levar em consideração que o registro falso pode implicar em processo. A falsa comunicação de crime é passível de processo que pode resultar em “graves consequências” para o cidadão.

 

Ao detectar o aumento desse tipo de modalidade de crime, Andreucci afirmou que as polícias Civil e Militar, além da GCM, aumentaram investigações e patrulhamentos.

 

O trabalho resultou na prisão de uma quadrilha que praticava “muitos furtos” a residências na Colina Verde. Somente nesse bairro, os suspeitos detidos teriam invadido oito imóveis.

 

O delegado destacou que, nos primeiros seis meses do ano, os investigadores esclareceram o primeiro “arrastão” de Tatuí. O crime ocorreu em um restaurante, dia 25 de abril, vitimando 16 clientes, funcionários e o proprietário do estabelecimento.

 

“Quatro dos cinco que atuaram nesse crime já estão presos. Provavelmente, o quinto será pego essa semana”, afirmou.

 

Em abril, a equipe do GTO (Grupo Tático Operacional) também elucidou latrocínio que vitimou o comerciante Francisco Ferreira de Souza, 62. O crime ocorreu no dia 23 de março, no estabelecimento comercial dele, no bairro Rosa Garcia.

 

O homem sofreu duas facadas, por volta das 20h, depois de tentar salvar a esposa, uma mulher de 55 anos, que estava sendo mantida refém por Alessandro Tiago Oliveira, 23. O criminoso era foragido da cidade de Capão Bonito.

 

Dois casos de homicídio registrados no primeiro semestre também tiveram esclarecimento. O primeiro teve como vítima o trabalhador rural Iranildo Alexandre Sousa, 27. Ele morreu esfaqueado na madrugada do dia 29 de março.

 

A vítima era natural do Ceará e recebeu, conforme inquérito, pelo menos três golpes quando se dirigia a um bar.

 

O corpo de Sousa estava num pasto, localizado na vila São Cristóvão, e teria sido levado ao local por Damião de Souza Maciel, 38, natural da cidade de Exu, no Estado do Pernambuco, que dividia alojamento de trabalho com a vítima.

 

O crime teve motivação a partir de desentendimento por conta de dinheiro. O autor alegava que teve R$ 20 furtados.

 

Também esclarecido pela Civil, o segundo homicídio do ano teve como vítima Adriana de Jesus Soldera, 40. Ela morreu dentro de casa, no Jardim Lírio, dia 17 de junho, após sofrer espancamento generalizado pelo corpo. A violência teria sido cometida pelo marido dela, Agnaldo de Oliveira, 44.

 

A PC também divulgou, nesta semana, esclarecimento de roubos a postos de combustíveis (reportagem nesta edição). Para Andreucci, esse tipo de ação (o trabalho de investigação) deve refletir-se nos índices estatísticos do próximo semestre.

 

O delegado voltou a afirmar que os crimes são cíclicos (aumentam conforme o período do ano) e que as polícias tendem a agir na diminuição de um ou mais índice que apresenta aumento no semestre anterior. “É para isso que servem as estatísticas, para nos dar um norte de onde agir”.

 

Andreucci disse, ainda, que o combate a um tipo de crime, invariavelmente, influencia no aumento de outro. Deu, como exemplo, o tráfico de entorpecentes.

 

“Quando a polícia começa bater muito no tráfico, acaba cortando a ‘fonte de renda’ de quem está no crime. A pessoa, então, passa a praticar roubos. Na realidade, isso ocorre porque ela muda de atividade, mas continua no crime”.