Raul Vallerine
Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!
Mario Quintana
Solidários e Humanos!
É sempre muito perigoso deixar o futuro a cargo da esperança, mas aí é que está: estamos numa situação onde não parece existir muito mais do que isso para contar.
Surgiu na China, saltou para fora das suas fronteiras, chegou a países desenvolvidos e, agora, inevitavelmente, está batendo às portas do Brasil.
O fato é que, apesar de todos os progressos obtidos nas últimas décadas, estamos hoje altamente vulneráveis a tudo, sobretudo em situações nas quais o mal tem o grau extremo, que é a marca do coronavírus, chinês na origem e agora internacional.
Na maioria dos países europeus e no Oriente, os idosos são tratados com dignidade e o respeito que merecem, porém, no Brasil, existe um Estatuto do Idoso no papel, mas na consciência de grande parte da população, infelizmente, o idoso é tratado como um peso, uma obrigação e não como alguém que tem muito a ensinar e merece respeito, dignidade e a admiração de todos.
Em meio à pandemia causada pelo novo coronavírus, o recado nas redes sociais é “ninguém segura mais a mão de ninguém”. Mas, de longe, muita gente ainda se ajuda.
Uma boa notícia que, espera-se, deve crescer nos próximos dias é de fazer compras para vizinhos. Um morador de São Paulo produziu um cartão genérico oferecendo ajuda, mandou imprimir e distribuiu para os residentes do bairro: “Se você está em casa isolado, eu posso ajudar.” A oferta para fazer compras para os vizinhos mais idosos ou que está em outro grupo de risco.
O mesmo fez um jovem estudante usou seus conhecimentos de computação para colocar no ar a plataforma Coronaport. Lançada há dias, mais de 600 pessoas já se cadastraram oferecendo os mais diversos tipos de ajuda. Alguns se colocam à disposição de cuidar de crianças ou passear com cachorros.
A solidariedade parece que está ressurgindo nos corações de muitos. A vida corrida, onde alguns conversavam com os parentes e amigos apenas pelo celular, por conta do auto isolamento e esquecia-se de conversar com quem estava ao seu lado.
A Itália está sendo um exemplo vivo, aonde os vizinhos vão às janelas diariamente tocar algum instrumento ou cantar para alegrar o triste drama do confinamento obrigatório.
Nem tudo está perdido. Muita gente está com tempo de sobra agora para refletir o que está fazendo na sua vida para ajudar ao próximo. Um simples gesto nos tempos do coronavírus pode ajudar alguém que está necessitando.
Quem sabe quando acabar os tempos do coronavírus venha encarnar em nós, a lição da importância da solidariedade, do desapego e da amizade.
Independentemente de pandemia, ao seu lado, sempre terá alguém precisando não apenas de apoio material, mas de uma palavra de conforto.
Agora, as pessoas estão ficando cada vez mais conscientes sobre a necessidade de se ajudar em vez de apenas se proteger comprando produtos para armazenar.
Estamos vendo nas redes sociais e outras formas de comunicação digital exercerem um papel importante em criar um senso de solidariedade e apoio social.
É uma maneira de ajudar as pessoas a se conectarem e se ajudarem enquanto mantêm a distância necessária para limitar a disseminação da infecção.
É animador que tenha havido uma onda de solidariedade e apoio mútuo nos últimos tempos. Conter essa pandemia depende muito das nossas atitudes individuais em prol da coletividade.
Somos frágeis, mas somos igualmente fortes. Nós sabemos o que é este vírus e ele não sabe quem somos. É cego. E se dermos as mãos vamos vencer exatamente porque não somos cegos, mas lúcidos, solidários e humanos, cujo objetivo maior é o bem estar das pessoas.