Solenidade marca iní­cio de ‘minicidade’





Cristiano Mota

Engenheiros e representantes da construtora apresentam projeto da primeira etapa do residencial que contempla 1.295 casas

 

Autoridades, empresários, políticos e líderes da comunidade acompanharam solenidade realizada pelo Grupo Pacaembu em parceria com a Prefeitura para o lançamento da pedra fundamental da construção do residencial “Vida Nova”. O evento aconteceu na manhã de sexta-feira, 22, e marcou o início das obras da primeira fase do empreendimento, apelidado de “minicidade”.

Localizado no bairro Água Branca, o residencial será composto por 2.353 unidades, na soma das residências da fase um e dois. A primeira e a segunda etapa serão concluídas por módulos. Ao todo, a primeira fase conta com oito.

O gerente regional do grupo, Nelson Alessandro Soares, contou que a construtora já deu início aos trabalhos. Inicialmente, ela começou os preparativos para o canteiro de obras. Trata-se do espaço do empreendimento no qual a empresa terá suporte para poder executar todos os trabalhos.

A terraplanagem do primeiro módulo também está sendo realizada. Ele abrigará 232 unidades. Os seguintes serão compostos por 215 casas (segundo módulo), 198 (terceiro), 218, 202 e 230 (quarto, quinto e sexto, respectivamente).

O início das obras está condicionado à assinatura dos contratos e à liberação da CEF (Caixa Econômica Federal). “Conforme a Caixa vai liberando, os mutuários assinam contrato e a construção vai sendo liberada”, disse.

A projeção do Grupo Pacaembu é de que os módulos sejam iniciados mês a mês. Todos eles terão a mesma sequência, com terraplanagem, implantação das redes de água e esgoto e pluviais, fundação, alvenaria, revestimento, cobertura e acabamento. A finalização acontece com a urbanização para entrega do empreendimento.

Os imóveis têm área útil de 39,10 metros quadrados e área total construída de 54,27 metros quadrados. Cada residência contará com dois quartos, sala, cozinha com azulejo, banheiro, laje, pisos cerâmicos em todos os cômodos e área coberta.

As construções dos módulos duram, em média, 20 meses. O prazo pode variar conforme o grupo realize assinaturas com novos mutuários. “Teoricamente, nós queremos estar com o empreendimento pronto em 24 meses”, disse.

Soares destacou que a empresa considera que o residencial é “mais que um bairro”. Nas contas do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, o empreendimento, quando concluído, abrigará, aproximadamente, 10 mil moradores. O número de residentes confere ao novo bairro “status” de “minicidade”.

“Se multiplicarmos as 1.295 unidades por quatro pessoas em cada família, teremos mais de 5.000 moradores. É muito mais que um bairro e que vai contar com toda parte urbanística e infraestrutura necessárias”, mencionou o gerente.

Santos também frisou o prazo para o início das obras, levando-se em consideração o anúncio da vinda do grupo para o município. Conforme o gerente, a experiência da Pacaembu no ramo ajudou para que o processo fosse mais célere. “Nós nos empenhamos muito junto com a Prefeitura”, declarou.

O grupo espera por em prática essa mesma dinâmica (de agilizar os trâmites) na questão da venda. Adriano Bertolato, gerente de contratos do Grupo Pacaembu, mencionou que o processo não deve desacelerar por conta do corte anunciado pelo governo federal em programas como o “Minha Casa Minha Vida”, pelo qual os imóveis do residencial são financiados.

“Isso não vai atrasar os nossos planos, até porque esse é um contrato que já está fechado com a Caixa. Dificilmente, vai resultar em algum travamento, porque já existe uma previsão de financiamento, por conta de uma reserva”, comentou.

A cerimônia de oficialização do novo empreendimento teve ares de “ato informal”. Sem necessidade de protocolo, representantes do grupo e políticos discursaram. Antes, visitaram parte do terreno que está em terraplanagem e conversaram a respeito das unidades e da projeção de investimento.

O residencial é anunciado como “o maior projeto habitacional da história de Tatuí”. Na abertura do evento, o diretor do Departamento Municipal de Comunicação e Gestão Estratégica, Alexandre Scalise, declarou que o empreendimento habitacional consolidou-se em “tempo recorde”. Conforme ele, do período de inscrições até o início das obras se passaram cindo meses.

A saudação inicial ficou por conta do diretor comercial do Grupo Pacaembu, Wilson de Almeida Júnior. O executivo agradeceu a presença dos convidados e disse que o evento teve como objetivo apresentar para a cidade o projeto.

Também serviu para a divulgação da importância do investimento para o município. “Queríamos que todos os convidados participassem ativamente dessa iniciativa, porque aqui vão morar, no final do projeto, 10 mil pessoas”, iniciou.

Júnior agradeceu a colaboração dos envolvidos na viabilização do residencial e mencionou que todo o processo durou dois anos. Ele também destacou a parceria com a CEF e antecipou que as assinaturas dos contratos aconteceram em tempo recorde.

Conforme o diretor, os contratos das casas do terceiro módulo deverão ser assinados até o dia 15 do mês que vem. Júnior mencionou, ainda, a parceria com Sandro Vimer Valentini, que, na solenidade, representou a instituição financeira.

Valentini mencionou estar contente por celebrar o lançamento da pedra fundamental juntamente com o grupo e a Prefeitura. Em discurso, ele afirmou que a cidade “carecia de um empreendimento desse porte” – com 2.353 casas na totalidade. Também afirmou que o residencial atende ao perfil de Tatuí.

Ao falar sobre o investimento, o representante da Caixa mencionou que ele é “bastante expressivo”. “Serão investidos, aproximadamente, R$ 128 milhões na construção dessa primeira fase do empreendimento (1.295 casas)”, disse.

Ele ainda elogiou o empreendimento, afirmando que as casas são “muito bem planejadas”. O representante da instituição declarou, também, que os imóveis são “diferenciados” e ressaltou o valor de cada unidade: R$ 98.900.

“É um preço bastante interessante. Na Caixa, eu trabalho com 58 municípios. Nós não temos, na região, nenhum município com casa nesse padrão para esse valor. Então, a população de Tatuí deve estar muito feliz com isso e comemorar muito, a qualidade e capacidade técnica da construtora”.

Valentini enfatizou que a Caixa avaliou também a capacidade financeira da empreiteira. Disse que o empreendimento tem garantia de construção e que ele “ressuscitou o mercado”. “Tatuí passou, recentemente, por alguns problemas de credibilidade de construtoras. Eu acompanhei isso de perto. E estamos aqui para ressuscitar esse mercado. Mostrar que a Caixa está firme”, disse.

Falando em nome da Câmara Municipal, o vereador Oswaldo Laranjeira Filho começou a fala cumprimentando autoridades. Ele também mencionou o valor do investimento realizado na região e a parceria estabelecida com o Grupo Pacaembu.

Aos convidados, Laranjeira mencionou que o tema habitação integrou “o primeiro item da plataforma” de campanha dele (para concorrer à Câmara Municipal). Conforme o vereador, esse compromisso constava no “santinho” (material publicitário distribuído durante as eleições municipais em 2012).

Em discurso, ele voltou a defender a administração municipal e a mencionar que o Executivo tem sofrido muitas e duras críticas. “O que tenho mais a falar é que essa administração tem levado muito cacete, muito pau”, falou.

O parlamentar também divulgou números de investimentos em uma espécie de comparativo. Laranjeira relacionou o total de creches construídas de 1939 a 2012 com as entregues pela atual administração, entre os anos de 2013 e de 2014.

Conforme ele, no primeiro período mencionado, os prefeitos anteriores entregaram 19 unidades de ensino infantil para a população. “Em dois anos e cinco meses, esse nosso prefeito construiu cinco creches e tem mais duas para sair”, falou.

O vereador aplicou a mesma lógica para as casas populares, que, anteriormente, foram construídas por órgãos governamentais. Entre eles, a Inocoop e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

“Se somarmos todas as habitações populares feitas por todos os prefeitos não dá o número que nós temos hoje. Então, para mim, o prefeito que se preocupa com juventude, moradia popular e faz creches só pode ser o maior que essa cidade já teve”.

Vicente Aparecido Menezes, vice-prefeito e secretário municipal de Infraestrutura, Meio Ambiente e Agricultura, mencionou a credibilidade do grupo responsável. “Quando o prefeito falou que estava negociando com eles, eu fiz uma pesquisa e vi que a empresa é muito séria e fiquei feliz”, afirmou.

Durante a cerimônia, Vicentão falou a respeito do trabalho dele junto ao Mangueirão. O vice-prefeito citou que está à frente do serviço há 40 dias e antecipou que está preparando uma “força tarefa” para realizar limpeza no município.

“Estamos fazendo alguns ajustes, para podermos limpar as ruas e melhorarmos a autoestima da população tatuiana. Provavelmente, vai ser aos sábados”, disse.

Por conta do projeto, o vice-prefeito pediu a colaboração da construtora para cessão de caminhões e maquinários. Vicentão estendeu o pedido para o presidente da Acertar (Associação das Cerâmicas de Tatuí e Região), Constantino Frollini Neto.

“Queremos fazer um mutirão, mas só vou dar um dado: estamos há dez dias no Jardim Santa Rita de Cássia fazendo a operação tapa-buracos”, disse o secretário.

Conforme ele, o Executivo está investindo em recapeamento, adquirindo “massa asfáltica quente”. “Isso fora a fria que nós mesmos produzimos”, relatou.

A ação será estendida nesta semana para o Jardim Rosa Garcia 2, considerado gigante pelo secretário. Na sequência, a operação será levada ao Jardim Wanderley.

O secretário aproveitou a ocasião para pedir apoio para a comunidade tatuiana e para comentar que o prefeito encontrou-se com o secretário da Casa Civil do Estado de São Paulo, Edson Aparecido. Segundo o vice-prefeito, Manu está buscando financiamento via Desenvolve São Paulo para comprar máquinas e caminhões. Ele também quer financiar R$ 12 milhões para recape.

Sonho realizado

Para o prefeito, o lançamento da pedra fundamental do empreendimento representou a realização de um sonho. Manu mencionou o número total de moradias do empreendimento – quando da finalização da segunda etapa – e enfatizou que todas deverão ser construídas com material fornecido por empresas locais.

“Se tem uma coisa que eu exigi é que se gaste dinheiro em Tatuí. O que não tiver para comprar aqui, daí pode ir buscar fora”, comentou ele sobre a construção.

O prefeito também disse que a construção das outras 1.058 unidades depende de aprovação do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo). Como projeção de investimento nas duas fases, o prefeito disse que ele pode chegar a R$ 250 milhões.

“Jamais, nenhum prefeito, nenhum governante dessa cidade, investiu tanto em uma obra, seja em convênio com governo federal, estadual ou empresa privada. Isso, num momento que todos nós atravessamos. Infelizmente, vivenciamos uma crise política, financeira, em um mercado recessivo”, enfatizou.

O empreendimento deve gerar 1.600 empregos entre diretos e indiretos e “movimentar a economia” da cidade. Conforme Manu, esse resultado só pode ser obtido por conta do apoio da Câmara Municipal e de parceiros. “Eles enxergaram, realmente, que Tatuí é um vetor de crescimento”, comentou.

Manu frisou, ainda, que o município só recebeu esse investimento porque tem “capacidade para comportá-lo”. Conforme ele, o município oferece saúde de boa qualidade, educação de ótima qualidade e infraestrutura para receber os “mais de 10 mil moradores” sem que haja perda de qualidade de vida.

“Isso tudo será entregue da melhor maneira e da maneira mais rápida”, emendou. Conforme o prefeito, a estimativa é que as primeiras moradias fiquem prontas em 14 meses (seis meses antes que o divulgado pela empresa).

O prefeito também “saiu em defesa à administração” e afirmou que o governo não é dele, dos vereadores e secretários, mas da população. “O Manu hoje é prefeito. Amanhã vem outro, mas eu quero deixar para minha população meu trabalho. Isso eu só devo a todos, inclusive aos cidadãos”, declarou.

Antes do descerramento da placa inaugural, o prefeito apresentou pedido ao diretor comercial do Grupo Pacaembu. A pedido de Laranjeira, ele solicitou a inclusão do asfaltamento de uma das ruas da região, com 800 metros de extensão.