Síndrome mão-pé-boca?

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *

O que é a síndrome mão-pé-boca?

A síndrome mão-pé-boca é uma condição mórbida, altamente contagiosa, que cria lesões nesses locais. É mais frequente em crianças de menos de cinco anos de idade, embora possa afetar raramente os adultos. Tem esse nome justamente porque as lesões que acarreta localizam-se nos pés, mãos e interior da garganta e ao redor da boca. Atualmente, têm surgido vários casos, principalmente em crianças que frequentam creches ou escolas (onde há o contágio).

Causa da síndrome

É causada por um enterovírus, o vírus Coxsackie. A transmissão se dá pelas mãos sujas ou por alimentos mal lavados ou mal cozidos que tiveram contato com fezes contaminadas e também por meio das gotículas espalhadas por meio da tosse, espirros e saliva.

Outra forma de contágio é o contato direto com as bolhas estouradas. Esta síndrome aumenta sua incidência no outono-inverno, por conta de a imunidade ser mais baixa nesse período do ano.

Sinais e sintomas

Usualmente, o período de incubação, que vai desde a contaminação pelo vírus até o aparecimento dos sintomas, é de quatro a seis dias. Normalmente, a síndrome começa com febre (38-39°C), embora alguns casos possam ocorrer sem febre.

A criança apresenta aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. A seguir, surge nos pés e nas mãos uma infecção moderada, sob a forma de pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada.

Essas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e, eventualmente, coçar. Em geral, regridem juntamente com a febre, entre cinco e sete dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada inapetência (falta de apetite).

Diagnóstico

Na maioria das vezes, não é preciso realizar exames complementares para diagnosticar a síndrome mão-pé-boca porque o quadro é bem típico, mas o médico pode solicitar um exame sorológico (no sangue) para o vírus Coxsackie ou detecção do enterovírus 71 (vírus Coxsackie) em exame de fezes.

Tratamento

O tratamento é eminentemente sintomático e deve incluir todas as medidas utilizadas no de outras viroses: repouso, alimentação leve e ingestão aumentada de líquidos. Bochechar com água e sal ajuda a aliviar a dor da boca. O quadro clínico é autolimitado e melhora espontaneamente com as defesas do organismo.

A febre pode ser controlada pelos antitérmicos e, se as lesões da boca comprometem muito a ingesta de líquidos, pode ser necessária hidratação endovenosa. Medicamentos anti-inflamatórios e antivirais podem ser utilizados, mas são de pequena efetividade. Pode-se usar também antipruriginosos, se necessário.

Como prevenir

Lavar bem as mãos e alimentos a serem consumidos. A criança não deve ir à escola, creche ou a outros lugares de aglomeração infantil durante a doença para não contaminar outras crianças, ou até “pegar” outras doenças por baixa imunidade.

Como evolui

Depois de se contrair esta doença, fica-se imune para toda a vida.

Observação

Não existe vacina para a síndrome mão-pé-boca. Somente cuidados de higiene e evitar contatos com crianças que já estejam com a doença.

Fonte: Internet

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Diretor clínico da Clínica de Vacinação “Sou Doutor Cevac – Centro de Vacinação de Tatuí – Dr. Jorge Sidnei”, que completou, em março de 2022, 40 anos de serviços prestados à população.