Sindicato avalia variação em postos locais





Os gastos com combustível pesam no orçamento mensal. Em tempos de aperto financeiro, o consumidor tende a buscar preços menores para abastecer e a usar mais “racionalmente” o veículo, segundo o presidente da regional de Sorocaba do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), Jorge Alexandre Marques.

“Ele está otimizando o uso do automóvel e pesquisando mais. Quando sai de casa, procura fazer mais coisas possíveis com o carro, para evitar circular sem necessidade”, avaliou.

O motorista consegue economizar comparando os preços entre os postos locais, segundo o SLP (Sistema de Levantamento de Preços), da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O preço mínimo praticado na cidade, segundo a pesquisa, foi de R$ 3,479, para o litro de gasolina, e R$ 2,249, para o litro de etanol. A economia é de R$ 0,10 e R$ 0,29, por litro abastecido, respectivamente.

“O etanol está ficando bem competitivo. O preço baixou desde o início da safra, e os consumidores estão trocando a gasolina por ele, por estar bem barato”, apontou.

O presidente do Sincopetro afirmou que a venda de combustíveis em Sorocaba caiu aproximadamente 15% em comparação ao ano passado. A entidade não possui dados sobre Tatuí, entretanto, segundo o dirigente, a queda do consumo foi percebida em todos os mercados.

“Tem a ver com a crise econômica. As indústrias reduziram as atividades por falta de pedidos e, por causa disso, os caminhões saem menos para fazer frete. A própria população também reduziu o uso do veículo”, justificou.

A queda em Sorocaba foi mais acentuada do que no restante do país. De acordo com a ANP, o mercado nacional de combustíveis, que abrange os de uso em transportes urbanos, aeronáuticos e hidroviários, registrou queda de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Abastecer o carro em Itapetininga e Sorocaba quase sempre sai mais barato que em Tatuí. É o que mostra levantamento semanal realizado pela ANP.

A diferença de preços entre as cidades pode chegar a R$ 0,12 por litro, nos casos de gasolina e etanol hidratado, e a R$ 0,08, no caso do óleo diesel.

A diferença pode parecer pequena, entretanto, cresce à medida que o consumidor calcule o gasto anual de combustível. Enquanto uma família de Itapetininga gasta R$ 2.042,40, considerando o mesmo consumo mensal, a de Tatuí gastaria R$ 2.115,60. A diferença é de R$ 73,20 por ano, considerando o gasto de um tanque de combustível de 50 litros por mês.

O preço médio da gasolina na cidade, segundo a ANP, é de R$ 3,526, enquanto que os postos de Itapetininga e Sorocaba cobram, em média, R$ 3,404 e R$ 3,414, respectivamente. Em Boituva, cidade a 40 quilômetros distante, o combustível fóssil é comercializado a R$ 3,449.

A média do etanol também é mais cara nos postos de combustíveis locais. Enquanto o combustível verde custa R$ 2,346, em média, nos estabelecimentos locais, em Itapetininga e Sorocaba, o preço é R$ 2,23. Outra cidade próxima que tem o preço menor que em Tatuí é Boituva, onde o etanol é comercializado por R$ 2,286.

Das cidades pesquisadas, a única que tem o preço superior ao de Tatuí é Cerquilho. O etanol e a gasolina são comercializados, lá, por R$ 2,389 e R$ 3,654, nessa sequência.

Sobre o preço dos combustíveis serem mais altos em Tatuí que em outras cidades, o presidente do Sincopetro de Sorocaba afirmou que “não dá para fazer comparações”.

O preço praticado pelo fornecedor, a distância dos centros distribuidores – que encarece o frete – e o aluguel do estabelecimento são fatores determinantes na precificação do combustível, segundo Marques.

“Para um posto que vende 100 mil litros de combustível por mês e gasta R$ 10 mil de aluguel, o custo do aluguel por litro é de R$ 0,10. Então, ele influencia bastante no preço”, ilustrou.

O dirigente explicou que a concorrência entre postos com “bandeira branca” e os ligados às distribuidoras faz com que o custo do combustível tenha variações.

Os postos “bandeira branca” não possuem distribuidores fixos e buscam o melhor preço no mercado fornecedor, o que diminui os custos e resulta em preço mais baixo ao consumidor.

Mais uma complicação, segundo Marques, é que os postos com bandeira – como os da Petrobrás, Ipiranga e Shell – têm custos adicionais, como o de marketing, que é repassado pelas redes.

“Outro fato é que a mesma distribuidora pratica preços diferentes, dependendo da cidade. Vimos essa diferença em Sorocaba e Porto Feliz. A cidade menor tinha preço praticado maior do que Sorocaba, por causa da concorrência na cidade maior”, argumentou.

Aumentos

Os preços dos combustíveis nas bombas dos postos de Tatuí estão maiores que no ano passado. Segundo levantamento da ANP, o preço do etanol teve elevação de 12,68%, comparando-se o custo médio praticado neste mês com junho de 2015, passando de R$ 2,082 por litro para R$ 2,346.

A gasolina comum foi o segundo combustível com maior elevação em um ano, passando de R$ 3,196 por litro para R$ 3,526, alta de 10,33%.

O preço do diesel teve elevação de R$ 0,22 desde junho de 2015, pouco mais de 8%. O combustível usado em veículos maiores e para o transporte de mercadorias estava cotado a R$ 2,72, há um ano. Hoje, o preço médio é R$ 2,941.