Policiais civis prenderam em flagrante, na manhã de quinta-feira, 27, um segurança patrimonial, de 41 anos, suspeito de aliciar sexualmente uma menina de 11 anos. O caso foi denunciado pelos pais da menina, que moram na vila Angélica, e investigado pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) de Tatuí.
O suspeito não teve a identidade revelada pela Polícia Civil. Segundo investigadores, ele teria mandado mensagens com conteúdos eróticos para a garota e marcado um encontro no bairro onde ela mora.
As mensagens enviadas à menina foram acompanhadas pelo pai dela. Após denúncia à Polícia Civil, os agentes passaram a ser comunicados sobre o andamento da conversa entre o aliciador e a criança. As mensagens enviadas pelo celular da garota foram escritas pelo pai. O pedófilo teria prometido que a levaria a um motel.
O encontro da menina com o aliciador foi acompanhado por sete policiais civis. Após identificação do suspeito, os agentes anunciaram a prisão. Ele foi levado ao plantão policial, onde daria depoimento na manhã de quinta-feira.
Apesar do flagrante, o segurança poderia ser liberado após o pagamento de fiança. Policiais civis realizariam levantamento junto à DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) sobre crianças vítimas de abuso para eventual reconhecimento.
À reportagem de O Progresso, a mãe da garota (cuja identidade foi preservada) contou que a primeira mensagem do aliciador para o “smartphone” da filha foi recebida na tarde de terça-feira, 25.
“Estávamos sentadas na lavanderia quando chegou um ‘oi’ no WhatsApp dela, e ela me mostrou. Chamei o meu marido e começamos a puxar conversa com o rapaz”, afirmou.
Segundo a mãe, o aliciador enviou diversas fotos “depravadas” da genitália. Nas conversas, o suspeito mentiu que trabalhava na FBA e na Rontan, mas, na verdade, atua em um condomínio fechado de alto padrão da cidade.
“Ele só conversava besteira com meu marido, achando que era minha menina. Ele disse que se chamava André e que morava no Jardim Planalto. Descobrimos ser tudo mentira”, declarou.
Todo o conteúdo da conversa entre o pai da menina e o aliciador foi entregue à Polícia Civil na quarta-feira. Ao todo, conforme a mãe, foram impressas 21 folhas, contendo fotos e mensagens trocadas entre os dois telefones.
“Conversamos com os investigadores e entregamos tudo. Eles nos disseram ter risco de fuga do rapaz, mas que iriam prendê-lo. Ontem (quarta-feira) à noite, ele marcou o encontro e, na manhã de hoje (quinta), voltou a mandar mensagem falando sobre o horário e local”, contou.
No momento da “emboscada”, a mãe disse ter ficado temerosa com a filha. A menina foi orientada a ir ao encontro do aliciador. Tudo estava sendo monitorado por policiais civis, que permaneceram de prontidão nas imediações.
“O encontro foi marcado para as 9h10. Era um ponto com pouca movimentação, e fomos com cautela. Tinha o risco de ele estar armado com faca ou jogá-la para dentro do carro dele e sair correndo. Ela desceu com o celular na mão, conversando com ele. Quando ele virou o carro para buscá-la, os policiais abordaram”, relatou.
A mãe contou que, na abordagem, o primeiro objeto apreendido pelos policiais civis foi o celular do aliciador. Em um primeiro momento, ele afirmou que não faria nada demais com a garota e que estava “testando ela”. Após vistoria no celular do suspeito, ele confessou o intento de abusar sexualmente dela.
Os agentes da Polícia Civil encontraram, no celular do aliciador, todas as mensagens trocadas com a vítima. Em alguns trechos relatados pela mãe, o suspeito pedia para que a garota enviasse fotografias tiradas durante o banho para ele.
Ainda não se sabe como o pedófilo conseguiu o número do telefone da menina. Os pais afirmaram não o conhecer. Policiais civis descobriram que o abusador mora no Jardim Juliana, próximo à região onde a vítima reside.
“Nós sempre vigiamos o celular dela. Acho que, por isso, conseguimos evitar o pior. Quando ela ganhou o telefone, foi sob a condição de que nos mostraria todas as mensagens e sempre cumpriu”, afirmou.
Para a família da vítima, o aliciador já sabia de antemão o nome da menina. Ele chegou a mencioná-lo em mensagens trocadas por meio do WhatsApp.
“Meu marido inventou um nome e passou o errado para ele. Daí, o homem questionou, porque sabia o nome verdadeiro. Não sabemos como ele conseguiu o número, pois temos muitos cuidados, ela não sai de casa sozinha, nem para ir à quitanda que fica perto de nossa residência”, declarou.
A mãe se preocupa com a eventual soltura do suspeito. Ela teme que, em função do trabalho como segurança patrimonial, o aliciador ameace a família com arma de fogo, se for colocado em liberdade. O suspeito seria indiciado pelo artigo 241-D do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).