A sífilis, outra doença sexualmente transmissível (DST), é também chamada de cancro duro ou Lues. É uma doença causada pela bactéria “Treponema pallidum”, que, na maior parte dos casos, é transmitida através do contato íntimo sem uso de preservativo
Os primeiros sintomas são feridas indolores no pênis, no ânus ou na vulva, que, se não forem tratadas, desaparecem espontaneamente e retornam depois de semanas, meses e anos nas suas formas secundária ou terciária, que são mais graves e muito perigosas.
Quando esta infecção surge durante a gravidez, ela pode infectar o feto, que contrai a sífilis congênita, uma doença que pode se tornar grave e causar má-formação, aborto ou, até mesmo, a morte do bebê.
A sífilis tem cura e o tratamento é feito através de injeções de penicilina, orientadas pelo médico de acordo com a fase da doença em que o paciente se encontra. A úlcera é causada pela infecção da bactéria “Treponema pallidum”.
A sífilis pode se apresentar através de variados sintomas, que, geralmente, estão de acordo com a fase em que a doença se encontra:
- Sífilis Primária
A sífilis primária é o primeiro estágio da doença, que surge cerca de três semanas após o contágio. O principal sintoma nesta fase é o surgimento do cancro duro, caracterizado por um pequeno caroço rosado que evolui para uma úlcera avermelhada, com bordas endurecidas e fundo liso, coberto por uma secreção transparente. Esta úlcera é indolor e costuma surgir no local da infecção, geralmente, nos órgãos genitais, mas também podem surgir na região anal, boca, língua, mamas ou dedos.
- Sífilis Secundária
Os sintomas da sífilis secundária surgem cerca de seis a oito semanas depois do desaparecimento das lesões causadas pela sífilis primária. Nesta fase, são comuns sintomas que afetam o corpo todo, como ínguas inflamadas, dor de cabeça, mal-estar geral, febre, perda de apetite e dores musculares e articulares, por exemplo.
Esta fase costuma persistir durante o primeiro e segundo ano da doença, ocorrendo novos surtos que regridem espontaneamente, intercalados por intervalos sem sintomas que costumam ser cada vez mais duradouros.
- Sífilis Terciária
Após a sífilis secundária, se o tratamento não for feito, algumas pessoas passam para o terceiro estágio da doença, que é caracterizado por lesões maiores na pele, boca e nariz, que são endurecidas e infiltrativas, além de sérios problemas cardíacos, no sistema nervoso, nos ossos, nos músculos e no fígado.
Alguns dos sintomas mais graves são: doenças psiquiátricas, como demência, paralisia geral progressiva ou alterações de personalidade; alterações neurológicas, como reflexos nervosos exagerados ou pupilas não responsivas à luz; insuficiência do coração ou aneurisma e regurgitação da aorta, principal vaso sanguíneo do corpo.
Esses sintomas podem surgir entre 10 até 30 anos após a infecção inicial e quando não é feito o tratamento da doença.
Diagnóstico e tratamento
Existem diversos métodos de diagnóstico da sífilis, sendo alguns mais simples, em que é necessária a observação e biópsia (raspagem das feridas) para avaliar a presença da bactéria, útil nas fases iniciais da sífilis primária ou secundária, período em que as bactérias estão em grande quantidade.
Já os exames de sangue que avaliam a presença de anticorpos contra a bactéria, como VDRL ou FTA-ABS, podem ser feitos após duas a três semanas da infecção, muito úteis para investigar suspeitas em pessoas que não apresentam lesões ativas.
A coleta de líquido cefalorraquidiano, presente na medula espinhal, pode ser necessária para identificar a infecção no sistema nervoso, em casos de suspeita de sífilis terciária, fase extremamente grave da doença.
O tratamento para a sífilis é feito com o uso de antibióticos como a Penicilina, e a dose e a duração dependendo da gravidade e do tempo de contaminação da doença. O mesmo tratamento com injeções de penicilina é feito para as mulheres grávidas, a fim de evitar o contágio do bebê com a sífilis.
Durante o primeiro ano de tratamento, o paciente deve realizar exames de sangue a cada três meses para identificar a eficácia do tratamento, e, no segundo ano, os exames são feitos a cada seis meses. Observação: não existe vacina contra a sífilis. Na próxima edição, continuaremos a falar sobre o assunto.
Fonte: https://www.tuasaude.com/sifilis – artigo original escrito por doutora Sheila Sedicias e adaptado para esta matéria.
* Médico com título de especialista em pediatria – pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Médica Brasileira e diretor clínico da Alergoclin Cevac – Clínica de Vacinação de Tatuí.