O efetivo do setor de combate à dengue ganhou reforço a partir do início do ano. São 15 funcionários que passaram a contar com a colaboração de mais de 50 agentes comunitários de saúde para realizar as ações em todo o município.
Conforme explicou o coordenador do setor, Toni Sumio Ogata, a cidade é dividida em duas áreas, tendo como principal ponto de referência a rua 11 de Agosto. Do lado sul da via, está situada a área um do município; a dois fica ao norte.
Cada área conta com um supervisor e desenvolve as mesmas ações. Em geral, o trabalho consiste na chamada rotina de casa a casa. Trata-se de uma varredura da cidade realizada o ano todo e dentro de um ciclo. “Quando um termina, já começa o outro. Então, esse é um serviço feito constantemente”, disse Ogata.
As vistorias incluem 29 pontos estratégicos (floriculturas, borracharias e empresas) e 49 imóveis especiais (escolas e clubes com grande circulação de pessoas). Os locais visitados sempre mudam por conta do acompanhamento.
Nos pontos, o setor faz vistorias quinzenas. Passado um ano do trabalho e se a equipe não encontrou nenhum foco de dengue, o local passa a ser visitado mensalmente e, depois, é até tirado da lista de visitações. Já nos imóveis, as visitas acontecem de três em três meses, segundo normas da Sucen, de Sorocaba.
Basicamente, o trabalho nesses locais é de orientação e eliminação de criadouros do mosquito transmissor. Durante o casa a casa, as equipes visitam os bairros e voltam aos mesmos locais uma semana depois, para verificarem a situação das residências nas quais não conseguiram encontrar os proprietários.
O diagnóstico feito pelo coordenador é preocupante, uma vez que 80% dos criadouros não são encontrados nos pontos estratégicos ou nos imóveis especiais.
Eles concentram-se nas residências e em terrenos abandonados e com mato alto. Em média, o setor registra 30 chamadas por dia para verificação de terrenos.
Provisoriamente, os trabalhos são feitos pela equipe do setor com apoio dos agentes comunitários. Os funcionários que estão reforçando o trabalho já desenvolviam ação preventiva nas equipes do PSF (Programa Saúde da Família).
Em função do aumento das notificações, o setor interrompeu provisoriamente a ação de casa a casa. Ogata explicou que a equipe está concentrada na realização dos bloqueios e na destruição dos criadouros do Aedes aegypti.
Os bloqueios consistem no isolamento de todos os quarteirões ao redor das casas onde moram as pessoas com suspeita. Eles são realizados a partir das notificações, com os dados dos pacientes (idade, sexo e endereço de residência) que são encaminhados pelos médicos para a Vigilância Epidemiológica.
A preocupação da equipe é de que, caso haja confirmação, não ocorra aumento da contaminação. Isso porque as fêmeas do mosquito botam, em média, 300 ovos.
“Dessa quantidade, quase metade gera mosquitos fêmeas, que são as que picam e que vão transmitir a doença para mais pessoas”, disse Ogata.
Nos próximos meses, o setor de combate à dengue deve ampliar o leque de ações. O coordenador estuda a possibilidade de realizar palestras nas escolas municipais, voltadas a crianças. “Eu aposto nelas para fiscalizar os pais, porque os adultos já sabem o que têm de fazer, mas não têm atitude”, comentou.
O primeiro passo no sentido de envolver as crianças foi dado na tarde de sexta-feira, 27. Na ocasião, a equipe do setor promoveu passeatas nas escolas da rede municipal com objetivo de eliminar os criadouros do mosquito transmissor.
A equipe pretende, ainda, desenvolver iniciativa voltada à reciclagem, para reduzir o número de terrenos com entulho. De momento, está concentrada na missão de vistoriar os imóveis. Para isso, conta com um micro-ônibus, duas peruas, um Fiat Doblô e uma Volkswagen Saveiro. Esta última, somente para atender reclamações e denúncias a respeito de focos do Aedes aegypti.