Da reportagem
A prefeitura de Tatuí, por meio da Secretaria de Saúde, iniciou no mês de outubro o trabalho de intensificação ao combate da dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
O chamado período epidêmico segue até o mês de maio do próximo ano, no qual ação objetiva promover o trabalho de orientação, prevenção e fiscalização de residências e comércio no município.
Na 10ª Sala de Situação da Dengue, reunião mensal que aconteceu no dia 27 de outubro, no paço municipal, a equipe de saúde alertou sobre a importância da colaboração da população em relação à limpeza e à manutenção de quintais, piscinas, terrenos e casas recém-construídas (sem moradores).
O encontro também apresentou o número de casos registrados no período entre 20 de setembro e 27 de outubro. De acordo com o relatório, foram contabilizados dois casos autóctones (transmitidos dentro da cidade), totalizando 33 casos neste ano, sendo 20 deles autóctones e 13 importados.
Entre janeiro e outubro, foram realizadas 26.730 visitam a imóveis, 188 controles de criadouros e 100 nebulizações. Além disso, segundo o Setor de Combate à Dengue, mais quatro funcionários ingressaram na equipe.
De acordo com a secretária da Saúde, Roseli de Fátima Mochi, os trabalhos de visita pelos agentes são realizados de segunda-feira a sexta-feira, com a distribuição de panfletos informativos e orientações de combate e prevenção.
Já nos locais frutos de denúncias, os agentes promovem verificação de possíveis focos, com o controle mecânico por meio de vistoria e descarte de água limpa e acumulada. Também é feito o controle focal nos locais em que não é possível o descarte de água, com a aplicação de larvicida,
“Se notificado, com prazo, uma parte da equipe retorna ao local para verificar a resolução e dar novamente orientação de prevenção e combate. Se necessário, é encaminhado para o setor de Vigilância Sanitária para autuação e multa, após prazo concedido para regularização”, esclareceu Roseli.
A coordenadora do Setor de Combate à Dengue, Juliana Aparecida de Camargo da Costa, alerta para os cuidados que devem ser tomados para que o mosquito não se desenvolva.
“Além da prevenção, solicitamos à população o apoio ao trabalho dos agentes, abrindo seus imóveis para as vistorias e nebulizações”, acentuou.
Durante o primeiro mês de trabalhos do período endêmico, segundo o relatório, foram concluídas 22 ações, com o recolhimento de oito amostras larvárias. Destas, sete atestaram positivo para a doença.
Segundo a secretaria, o trabalho de avaliação de densidade larvária foi concluído com o índice de Breteau em 0,58%, considerado pelo Ministério da Saúde como satisfatório.
Na primeira reunião do ano, em janeiro, o setor de combate havia emitido alerta sobre o resultado de amostras larvárias coletadas em todas as regiões e bairros da cidade. Naquela ocasião, todas as amostras continham larvas do mosquito, fazendo com o que a avaliação registrasse índice de 4,2%.
A partir disso, declarou Roseli, os trabalhos foram intensificados para que a cidade não voltasse a sofrer o surto de 2021, quando foram registrados 20.521 casos positivos da doença.
“Mesmo com esses milhares de casos, Tatuí passou pelo surto sem mortes, e somente com o ‘tipo 1’ da doença”, ressaltou. O tipo 1 é considerado o mais explosivo dos quatro subtipos da variante, podendo causar grandes epidemias em um curto prazo.
Já o valor numérico de Breteau define a quantidade de Aedes egypti em fase larvária, e serve como referência para medir o nível de infestação do mosquito. É considerado ideal índices iguais ou abaixo de 1%.
Conforme a secretaria, nesta primeira fase, as vistorias foram realizadas nos “imóveis especiais” (escolas e clubes) e pontos estratégicos (ferros-velhos e cooperativas de reciclagem). Também foi feito um trabalho pedagógico com cerca de 700 alunos de escolas municipais, por meio do “Teatro Pedagógico da Dengue”.
Há quatro tipos de vírus da dengue (Den-1, Den-2, Den-3 e a Den-4). Eles pertencem ao mesmo grupo que causa a febre amarela, e tanto ela quanto a dengue são transmitidas pelo Aedes aegypti.
De acordo com a secretaria, as denúncias de possíveis focos do mosquito podem ser feitas na Ouvidoria Municipal, pelo link: tatui.sp.gov.br/ouvidoria, ou pelos telefones 0800-770-0665, (15) 3251-3576 e (15) 3305-8855.
Já o descarte correto de entulhos e demais materiais deve ser feito nos ecopontos da cidade. A lista completa desses locais, com os horários de funcionamento, está disponível no endereço eletrônico www2.tatui.sp.gov.br/servicos/ecopontos/).
O órgão de saúde também orienta a população para o uso diário de repelentes. E, em casos de sintomas, a procurar imediatamente as unidades básicas de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados.
Os sintomas costumam ser febre alta acompanhada por pelo menos um dos sintomas: dor atrás dos olhos, manchas vermelhas pelo corpo, náusea e vômito, dor de cabeça, dores musculares e glândulas inchadas.