Sete em cada dez com Covid-19 têm até 60 anos, aponta estudo

(imagem ilustrativa Alexey Hulsov/Pixabay)
Da assessoria do HCor

Levantamento inédito do HCor, realizado com base em dados epidemiológicos de mais de 2.200 pacientes, mostra que 70% das pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado de Covid-19 – e passaram pelo serviço de pronto atendimento ou ficaram internadas no hospital -, têm até 60 anos. Entre os mais jovens, 10% têm menos de 30 anos e 25%, entre 20 e 40 anos.

O estudo também relacionou as principais comorbidades, ou seja, doenças associadas, que podem agravar o quadro de Covid-19, dos pacientes acompanhados nos últimos seis meses.

Confirmando os dados mundiais, hipertensão arterial e diabetes mellitus” foram os principais problemas de saúde relacionados aos casos mais críticos.

Do total de 2.228 pacientes, mais de 45% convivem com pressão alta e 25% são diabéticos. As displidemias (elevação dos níveis do colesterol ruim e de triglicerídeos no sangue) também atingem mais de 20%.

“Embora não existam, ainda, muitas informações sobre o novo coronavírus, a prática clínica, no mundo todo, já sinalizou um alerta importante, que é a relação de algumas comorbidades com os casos mais severos de Covid-19”, explica a infectologista Daniela Bergamasco.

“Pacientes do grupo de risco devem reforçar as medidas de higiene e, se possível, manterem o isolamento social. Além disso, a manutenção de hábitos saudáveis não pode ser descuidada, principalmente nesse período de pandemia”, acrescenta.

O levantamento ainda mostrou que 30% dos casos necessitaram de internação, com tempo de hospitalização médio de dez dias. Já entre os quadros mais graves, o tempo de internação quase dobrou, passando para 18 dias em unidade de terapia intensiva (UTI).

Os idosos foram os que mais necessitaram de cuidados intensivos. A média de idade entre esses pacientes é de 68 anos, sendo 65% deles do sexo masculino.

“Estudos epidemiológicos são muito importantes no enfrentamento da pandemia. A inteligência de dados pode colaborar diretamente com a tomada de decisões e, no futuro, norteará protocolos e novas pesquisas clínicas”, destaca a médica Suzana Silva, coordenadora do setor de epidemiologia do HCor.

O Brasil está entre os três países com o maior número de casos de Covid-19. Apesar das estimativas apontarem queda acentuada nas duas últimas semanas, as medidas de segurança e o autocuidado são, ainda, os principais aliados da prevenção.

Estudo recente da USP de São Carlos mostrou que o isolamento social, combinado com o uso de máscaras, diminuiu em 15% o contágio do vírus em São Paulo.

“Enquanto não há um imunizante eficaz e seguro, precisamos nos proteger e expandir esse zelo por nossas comunidades. A máscara salva vidas, assim como a higienização adequada das mãos é uma das medidas mais eficazes para evitar a disseminação do novo coronavírus e de outros vetores de infecções virais”, finaliza Bergamasco.

Sobre o HCor

A instituição iniciou as atividades em 1976, tendo como mantenedora a Associação Beneficente Síria, que completou cem anos de atividades filantrópicas em 2018.