Iniciou-se na terça-feira, 10, e segue até o final de novembro a mostra O Barão de Münchhausen, no CAT (Centro de Atividades) “Wilson Sampaio”, do Sesi (Serviço Social da Indústria) de Tatuí. A mostra está aberta ao público das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.
A mostra traz ilustrações realizadas pelo desenhista Rafael Coutinho para o livro “As Surpreendentes Aventuras do Barão de Münchhausen”, na primeira tradução para o português de sua última edição, de 1793, em que vários autores acrescentaram histórias às 17 iniciais.
As obras fazem um apanhado do universo do personagem e foram feitas à mão usando várias técnicas – ecoline, grafite, nanquim, lápis de cor e recursos digitais -, buscando o figurativo, o realista e o cartunesco.
Se o livro parece pautar-se em mentiras perpetradas pelo barão, em histórias por vezes agressivas e sutis, adultas e juvenis, então Coutinho parece reforçá-las no caminho mais libertário possível: em uma festa de cores e texturas.
Coutinho nasceu em 1980 e é designer, animador, artista plástico e quadrinista. Formado em artes plásticas pela Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) em 2004, produziu os curtas-metragens “Aquele Cara”, de 2006, e “Ao Vivo”, de 2008.
Como quadrinista, participou das obras “BangBang”, da editora Devir, e “Contos dos Irmãos Grimm”, da Desiderata. Integrou o grupo Base-V na criação de murais, mostras e publicações de arte experimental.
Publicou sua primeira graphic novel, “Cachalote”, pela Quadrinhos na Cia.; lançou a minissérie em quadrinhos “Beijo Adolescente” pelo portal IG e, na forma impressa, pela Editora Cachalote; colaborou como artista gráfico e cenógrafo da peça de teatro Puzzle, de Felipe Hirsch.
Em 2014, foi curador da exposição “Ocupação Laerte”, com trabalhos do pai dele, a cartunista Laerte Coutinho, para o Instituto Itaú Cultural.
Continua em cartaz
A mostra “Tudo é Sempre Construção, e Também Ruínas”, de Andrey Zignnatto segue na programação do Sesi Tatuí até o dia 1o de julho do ano que vem.
A exposição, instalada no gramado do CAT, é baseada na frase “Aqui tudo parece que era ainda construção e já é ruína”, de Claude Lévi-Strauss, em sua visita ao Brasil. Na menção, o antropólogo e filósofo belga tenta reproduzir o paradoxo da cultura brasileira na qual um consumismo enraizado compele-nos à constante construção e reconstrução de nossos entornos, o que pode ser considerado como um reflexo de uma construção social vulnerável.
A mostra trata-se de uma instalação com um muro de tijolos baianos, na qual todos eles são quebrados para fora da estrutura do cimento, formando uma espécie de ruínas sobre uma construção ainda em desenvolvimento. A instalação pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h.
A exposição faz parte do projeto Ocupação Artística no Sesi SP, no qual espaços diversos, tais como: muros, arquibancadas, jardins, janelas, entre outros, transformam-se em plataformas expositivas, recebendo interferências artísticas produzidas em diversas técnicas e materiais.
Criada em 2013, a iniciativa promove o contato do público com novas linguagens artísticas, oferecendo-as em locais de grande visualização e circulação. Além disso, propicia o contato direto do espectador com o artista, que poderá acompanhar o processo de criação e construção da obra.
Zignnatto nasceu em Jundiaí, São Paulo, em 1981. Autodidata, tomou como um de seus eixos formais o tijolo, a partir da própria vivência em olaria, onde trabalhou por quatro anos como assistente de pedreiro. Variadas séries surgiram do embate entre a experimentação formal elaborada com tal matéria e a ideia/conceito que o artista desejara enfatizar.
De 2012 a 2015, acumulou mais de uma dezena de premiações e participações em salões, mostras coletivas e individuais. Entre eles, destaca-se o Prêmio Honra ao Mérito – Arte e Patrimônio, organizado pelo Iphan/MinC (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Ministério da Cultura) e as exposições Territórios Forjados, na Funarte (Fundação Nacional da Arte), em 2015; a temporada de exposições de 2015, do Paço das Artes de São Paulo; e Umbrella 18º Festival Cultural Inglesa, no British Culture Center SP, em 2014.
O CAT “Wilson Sampaio”, do Sesi Tatuí, está situado à avenida São Carlos, 900, na vila Dr. Laurindo. Informações sobre as exposições podem ser obtidas pelo telefone (15) 3205-7910.