O secretário municipal da Saúde, Jerônimo Fernando Dias Simão, afirmou que abrirá sindicância interna para apurar denúncias contra a Santa Casa de Misericórdia. De acordo com o titular, o procedimento já foi iniciado.
Sob intervenção da Prefeitura desde 31 de maio, o hospital recebe pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) e particulares. Alguns deles teriam sido avisados, por funcionários, de que teriam de pagar taxa para utilizar televisores e ventiladores. O valor de R$ 40 seria apenas para “utilização”, uma vez que a alegação era de que os pacientes precisariam levar os aparelhos de casa.
Fotos de comprovantes de pagamentos chegaram a circular em redes sociais, o que motivou o Ministério Público a procurar a Prefeitura.
A O Progresso, o secretário disse que desconhecia os fatos e informou que determinara buscas de eventuais documentos que comprovassem ter havido cobranças.
“Pedi para os profissionais da administração apresentarem-me um documento, uma ordem de serviço assinada por alguém que seja responsável. Até o momento (manhã de quinta-feira, 28 de setembro), não me forneceram. Não tenho nada oficializando essa cobrança, mas estou apurando”, declarou.
Simão afirmou que a secretaria está investigando o caso e que contará com apoio da nova interventora do hospital, Márcia Aparecida Giriboni de Souza. “Pedi um prazo de dez dias para que eu possa dar um retorno para a sociedade, até porque, nós temos muitas prioridades”, ressaltou.
De acordo com o secretário, caso o ato seja confirmado pela equipe de apuração, a Santa Casa deve penalizar o responsável. “Se houve um erro, vamos tomar providência. Isso não é uma prática da atual gestão”, reforçou.
Ele também argumentou que desentendimentos podem ocorrer, uma vez que os leitos ficam em quartos compartilhados. “Um ventilador pode causar o bem-estar de um paciente, mas o mal-estar de outro. O mesmo com uma televisão, que pode atender a uma pessoa, mas desagradar à outra”, argumentou.
De acordo com o secretário, tanto pacientes como a equipe da Santa Casa “devem fazer uso somente da estrutura do hospital”. Simão acrescentou que a entrada de objetos externos não é permitida pela comissão de controle de infecção hospitalar, porque podem aumentar o risco de complicações.